A notícia publicada em 27 de abril no Jornal O Estado de São Paulo e também distribuída pela Agência Estado, intitulada “Projeto da Kia no Brasil vai parar na justiça com disputa bilionária”, foi interpretada pela montadora como equivocada, além de comprometer diretamente a imagem da Kia Motors do Brasil.
Para a empresa, a mídia nacional continuará abordando o tema, uma vez que nele se discute a cobrança da dívida da Ásia Motors do Brasil e da Ásia Motors Corporation para com o governo brasileiro.
Diante disso a Kia Motors do Brasil esclarece alguns pontos do episódio, a seguir:
Em 1993, dois grupos empresariais brasileiros iniciaram a representação legal e oficial de importação de veículos automotores no Brasil de montadoras sul-coreanas:
Asia Motors Corporation, através da Asia Motors do Brasil, cujo presidente era Washington Armênio Lopes; e Kia Motors Corporation, através da Kia Motors do Brasil, do empresário José Luiz Gandini;
A Asia Motors do Brasil importou, até 1998, os veículos Towner, Topic, Combi e o Rocsta. Em 1996, aquela importadora aderiu ao regime automotivo brasileiro, já com a participação acionária de 51% da Asia Motors Corporation, a partir do qual passou a receber benefícios fiscais – alíquota de importação diferenciada (-50%) independente dos volumes e, na contrapartida, comprometeu-se a instalar fábrica no País;
O não cumprimento, por parte da Asia Motors do Brasil, dos acordos firmados com o governo brasileiro, fez daquela importadora e da exportadora Asia Motors Corporation devedoras do compromisso em torno de US$ 215 milhões;
Com a crise asiática, em meados de 1997, de outro lado, a Kia Motors Corporation foi estatizada pelo governo sul-coreana e, um ano depois, no final de 1998, foram iniciadas negociações no sentido de privatizar a montadora, concluídas no início de 1999, quando o Grupo Hyundai acabou encampando a Kia Motors Corporation;
Uma das primeiras atitudes do novo controlador acionário – o Grupo Hyundai – foi extinguir a marca e os produtos Asia Motors Corporation, cuja planta industrial localizava-se na cidade de Kwandjiu, na região Sul da Coréia. Com isso, os modelos Topic, Combi e Rocsta foram extintos; enquanto a produção da Towner foi encampada pela Kia Motors Corporation;
Com a extinção da produção de veículos Asia Motors Corporation, também o empresário Washington Armênio Lopes teve de interromper as atividades comerciais de importação e distribuição da Asia Motors do Brasil;
No entanto, a dívida com o Governo brasileiro permaneceu. E, agora, sob a responsabilidade do Grupo hyundai, detentor da marca Kia Motors Corporation que herdou os 51% da empresa Asia Motors Corporation no projeto de fábrica em Camaçari, na Bahia;
A Kia Motors do Brasil, por sua vez, nunca aderiu ao regime automotivo brasileiro. Desde o início de suas operações, em janeiro de 1993, sempre foi importadora dos veículos Besta, Bongo, Carnival, Cerato, Clarus, Magentis, Opirus, Picanto, Sephia, Shuma, Sorento, Sportage, portanto sem qualquer obrigatoriedade de instalar fábrica no País e não possui quaisquer pendências jurídico-financeiras para com o governo brasileiro;
Vale dizer, portanto, que a dívida nada tem a ver com a Kia Motors do Brasil, uma empresa genuinamente brasileira e independente, em ordem com o Fisco nacional;
Fundamenta-se ainda que qualquer menção do nome Kia Motors do Brasil no episódio leva o leitor e o consumidor a interpretações equivocadas, já facilitadas pela similaridade dos nomes e logotipos Asia e Kia.
Por esses motivos, vimos esclarecer que a dívida da Asia Motors do Brasil e da Asia Motors Corporation (hoje sob a responsabilidade do Grupo Hyundai, detentor da marca Kia Motors Corporation) não possuem qualquer ligação com a Kia Motors do Brasil.