Hyundai HB20 2024 tem um motor três cilindros longevo, diz especialista

Avaliamos tecnicamente a versão Limited Plus 2024 equipada com motor Kappa 1.0 litro aspirado

texto Felipe Salomão   fotos Revista O Mecânico

O Hyundai HB20 foi lançado no Brasil em 2012 e, desde então, seu visual mudou duas vezes, conquistando o público brasileiro e gerando algumas polêmicas em relação ao design. Todavia, não há controvérsia no que diz respeito à mecânica, uma vez que o hatchback traz uma motorização consagrada e bem conhecida dos mecânicos. Segundo Carlos Eduardo Vieira, conhecido como China, o motor Kappa 1.0 de três cilindros é valente, além de dar pouco trabalho. “Esse motor 1.0 Kappa de três cilindros foi inicialmente introduzido no Kia Picanto no Brasil e não sofreu nenhuma atualização mecânica. Na minha opinião, esse motor de três cilindros é o que menos dá problemas”, disse o especialista.

 

Motor Kappa 1.0 Aspirado

Para este Raio X técnico, avaliamos o Hyundai HB20 Limited Plus 2024 1.0 manual, que vem equipado com o motor 1.0 Kappa de três cilindros. Esse conjunto motriz está disposto na transversal, com alimentação por injeção multiponto, duplo comando de válvulas no cabeçote, acionamento por corrente, variação do comando por admissão, tuchos mecânicos, quatro válvulas por cilindro, diâmetro do cilindro de 71 mm, curso do pistão de 84 mm e razão de compressão de 11,5:1.

O motor 1.0 litro rende 80 cv e 10,2 kgfm de torque com etanol e 75 cv e 9,4 kgfm de torque com gasolina. O peso-potência é de 12,41 kg/cv e o torque específico é de 10,2 kgfm/l, sendo o peso-torque de 97,4 kg/kgfm. A potência específica é de 80,2 cv/litro com rotação máxima de 6500 rpm. O lubrificante indicado para esse motor é o 5W-30. Em relação à transmissão, é um câmbio manual de cinco velocidades com embreagem monodisco a seco.

 

Visão do Especialista

Segundo China, um dos pontos de destaque desse motor são os conectores da sonda pré-catalisador, sonda pós-catalisador (1a e 1b) e sensor de rotação (2), que estão em uma boa posição, permitindo um diagnóstico mais fácil e assertivo. No entanto, um dos problemas que o Hyundai HB20 costuma ter é a vibração, visto que vem equipado com um motor de três cilindros com uma ordem de explosão a cada 240 graus, criando uma fadiga no coxim hidráulico do motor e desgastando a peça. Além disso, Carlos Eduardo aponta para um problema com a bobina, principalmente no segundo cilindro. “O recomendável é substituir as três bobinas e os jogos de velas. Mesmo que o cliente ache que não seja necessário, o ideal é trocar todas as três bobinas, visto que, se trocar apenas uma, no futuro outras também irão apresentar problemas”, aponta.

Carlos Eduardo também destaca que a caixa de ressonância e a caixa do elemento filtrante de ar (3) estão em uma boa posição. Contudo, para chegar às bobinas de ignição (4), é necessário desmontar as duas caixas para ter acesso a elas. Por sua vez, o sistema de injeção dispensa o tanquinho e o bico injetor tem dois circuitos elétricos: um para aquecimento do combustível e outro para acionamento do bico injetor. Segundo China, a manutenção desses componentes, assim como do corpo de borboletas (5), não é difícil.

Em relação ao sistema de arrefecimento, o vaso de expansão (6), embora esteja um pouco “escondido” no cofre do motor, é prático de manter, de acordo com China. Sobre o lubrificante (7), China destaca que a marca recomenda o 5W30, mas ele prefere utilizar o 0W30 quando o cliente permite. “Eu opto sempre pelo 0W30, pois acredito que ele melhora o desempenho do carro, proporcionando uma lubrificação mais eficiente das peças móveis”, ressaltou. O fluido de freio pode ser DOT 3 ou 4 e está em uma boa posição dentro do cofre do motor (8). No entanto, o acesso ao cilindro mestre e ao sistema ABS exige a desmontagem de outros componentes.

No Hyundai HB20, a bateria é de 60A e é monitorada por um módulo IBS localizado no terminal negativo da bateria (9a e 9b). Esse módulo proporciona um melhor controle de gestão de carga, fazendo com que o alternador (10) trabalhe de forma mais eficiente, diminuindo o tempo de injeção e contribuindo para reduzir os índices de emissões de poluentes. Por fim, a correia de acessórios (11) pode ser trocada por baixo ou pelo cofre do motor de maneira rápida, conforme mencionado por China.

Undercar

Assim como o motor, a estrutura por baixo do Hyundai HB20 não mudou ao longo dos anos, já que não houve alteração na plataforma. China destaca o fácil acesso ao dreno do óleo (12) e ao filtro de óleo (13), assim como o coxim de torque (14) e a caixa de câmbio manual (15), que estão em uma posição que não gera dificuldade para os mecânicos. Os semieixos (16) também estão em um ponto prático, assim como o sistema de freio com disco ventilado.

A suspensão utiliza sistema independente McPherson, comum entre os veículos vendidos no Brasil, sendo de fácil manutenção a troca do amortecedor, por exemplo (17). O terminal de direção e o agregado estão em uma posição prática. Inclusive, no agregado está fixada a caixa de direção mecânica assistida eletricamente montada na coluna de direção (18a, 18b e 18c). “Embora seja baixo, essa suspensão aguenta bem o tranco das nossas ruas. É muito difícil trocar bucha e pivô nesse carro; é mais comum trocar batentes”, disse China.

O catalisador é de fácil acesso na saída do motor (19) e o secundário, no meio do veículo, também é de acesso prático (20). Já a linha de freio e combustível está protegida, assim como o filtro de combustível, exigindo atenção ao plástico protetivo durante a troca do filtro (21a e 21b). O reservatório do canister (22) também está em um ponto de acesso prático, sendo responsável por filtrar os gases gerados dentro do tanque (23) e reaproveitar os gases do sistema de injeção do motor.

A suspensão traseira possui eixo de torção com mola helicoidal e amortecedor traseiro com acessos práticos por fora do carro (24). O sistema de freio traseiro conta com o sensor do ABS, que, segundo China, costuma apresentar problemas (25). “O sensor do ABS traseiro é comum de dar problema. Eu opto por trocar o cubo completo, fazendo a verificação completa do sistema de freio”, conclui Carlos Eduardo.

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