Veículos chegam ao Brasil a partir de 2011 e, inicialmente, serão equipados com transmissão manual e motor a gasolina
O presidente do Grupo SHC, Sérgio Habib, anunciou o fechamento de um contrato entre a rede de concessionários e a montadora chinesa JAC Motors (Jianghuai Automobile Co. Ltd). O acordo garante ao grupo distribuir e representar a marca no Brasil, durante o período de dez anos. Na ocasião, estiveram presentes os dirigentes internacionais da fabricante, David Zhang e Michael Yang.
A escolha do grupo foi firmada após várias visitas às principais montadoras independentes da China, que não apresentavam vínculos tecnológicos e societários com a indústria automobilística norte-americana, européia ou asiática. De acordo com Habib, somente quatro apresentaram os requisitos: BYD, Geely, Chery e JAC Motors, sendo estas duas últimas empresas estatais.
Para Habib, a JAC Motors se destacou por conta do constante crescimento e investimento em produção e pelo fato de a montadora, de acordo com pesquisas da JDPower, ser a marca chinesa com os mais altos índices de qualidade. “Além disto, a companhia possui um centro de desing em parceria com um estúdio em Turim, na Itália, e um centro de desenvolvimento de interiores em Tóquio, no Japão, o que provavelmente vai agradar o gosto e a exigência do consumidor brasileiro”, explica.
Os automóveis estarão disponíveis no Brasil a partir de 2011, com lançamento previsto em 50 concessionárias, localizadas nas 31 maiores cidades do País. Segundo o presidente da SHC, os objetivos são vender 35 mil carros no mesmo ano e alcançar imediatamente 1% do mercado.
Os primeiros modelos comercializados pelas concessionárias serão o sedan J5, a minivan J6 e o J3 Sport, que terá opções hatch e sedan. Inicialmente, os veículos serão equipados com transmissão manual e utilizarão gasolina como combustível. No entanto, os modelos flex devem chegar logo em seguida e de forma gradativa, afirma o empresário.
Foco nos emergentes
O vice-presidente da JAC Motors, David Zhang, observou que o Brasil é um mercado estratégico para a expansão da empresa fora da China. O executivo ressaltou que o País faz parte do “grupo de mercados que comercializam acima de 2 milhões de carros por ano e com forte potencial de crescimento no setor automobilístico mundial.”
Baseado em pesquisas, Sérgio Habib acredita que este é um ótimo momento para a entrada da marca no Brasil. Por meio dos estudos ele prevê que as quatro maiores fabricantes nacionais, Fiat, Volkswagen, General Motors e Ford, vão perder espaço na divisão de mercado nos próximos anos, o que deve favorecer a ampliação de outras montadoras dentro do País, em especial as da China. “As big four [quatro maiores, em inglês] continuarão dominando, mas em aproximadamente cinco ou sete anos as companhias chinesas vão ganhar em torno de 5% do setor automobilístico nacional”, aposta.