Fiat Strada ultra tem detalhes esportivos e motor de 130 cv; veja Raio X

Confira os aspectos básicos de manutenção da picape mais vendida do Brasil com motor turbo 200 flex e câmbio CVT

texto Vitor Lima   fotos Vinicius D’angio

 

Na era em que os carros SUV têm ganho a preferência de escolha entre uma parte dos consumidores, disputando com a predominância de vendas, até então dos veículos pequenos leves, a Fiat Strada, uma picape utilitária tem o seu sucesso inegável. O modelo passou por uma reformulação em 2020 e logo no ano seguinte conseguiu o posto de carro mais vendido do Brasil em 2021 com 109.107 unidades, de acordo com a Fenabrave.

Já no ano de 2022 a Strada conseguiu aumentar o seu volume de vendas e se manteve no topo com 112.456 unidades comercializadas em todo país. Para o ano de 2023, o volume de vendas cresceu mais uma vez e a picape da Fiat conseguiu alcançar o número de 120.600 unidades emplacadas. Mas o que fez uma picape ter sucesso em um mercado dominado por veículos leves de passeio?

Versátil na proposta

Em 2021, a picape era comercializada em três versões, Endurance, Freedom e Volcano. As duas últimas citadas, dispunham do motor 1.3 Firefly com 109 cv e 14,2 kgfm de torque. Já a versão Endurance trazia o motor 1.4 Fire de 88 cv e 12,5 kgfm.

Para o ano de 2022 a picape manteve as configurações de motorização em suas respectivas versões, porém adicionou uma nova opção de câmbio CVT para versão Volcano, além de acrescentar a versão Ranch, que se tornava a topo de linha, disponível apenas com o motor 1.3 Firefly e câmbio CVT. No ano de 2023 as configurações dos modelos 2022 foram mantidas.

A grande mudança ocorreu para os modelos 2024 da picape, com a saída do motor 1.4 Fire, para chegada do motor turbo 200 flex ou “T200” de 130cv. Esse motor é utilizado em outros veículos como o Fiat Pulse, Fastback, Citroën C3, C3 Aircross e Peugeot 208. Para a Fiat Strada o motor T200 gera exatamente 130 cv de potência e 20,4 kgfm de torque, em conjunto com o câmbio CVT.

Com relação a gama de opções da linha 2024 do modelo, as versões Endurance, Freedom e Volcano utilizam o motor 1.3 Firefly, dentre elas, apenas a versão Volcano tem opção de câmbio manual ou CVT, as demais são comercializadas apenas com a caixa de marchas manual. Strada Ranch e Ultra vem com motor turbo 200 flex.

Em medidas a picape tem comprimento de 4448 mm, largura de 1732 mm, passando para 1967 mm ao medir de um retrovisor lateral ao outro, altura de 1577 mm e entre-eixos de 2737 mm. A Revista O Mecânico convidou Cassio Yassaka, proprietário da oficina Cassio Serviços Automotivos, localizada em São Paulo (SP), para analisar as ccondições de manutenção da Fiat Strada Ultra, que é vendida por R$ 137.990. Esse preço foi retirado do site da montadora no dia 13 de julho de 2024. Portanto, até o fechamento desta edição e, também, quando você, leitor, for ler essa matéria, o valor da picape pode ter sofrido alterações.

Por baixo do capô

Ao levantar o capô, Yassaka iniciou sua análise pelo reservatório do líquido de arrefecimento (1). O fluido utilizado é Mopar Coolant OAT 50, que não necessita de diluição. A substituição do fluido deve ocorrer a cada 240 mil km ou 10 anos, de acordo com o manual do veículo. A capacidade do sistema de arrefecimento é de 5 litros.

Na parte frontal do motor, está o turbocompressor (2). O mecânico comentou sobre a localização do componente: “Em alguns veículos a localização do turbocompressor é na parte de trás. Na Strada ele está na parte da frente, isso melhorou. Porém, tem muito controle eletrônico”.

A caixa do filtro de ar (3) fica localizada acima dos componentes de ignição que, para serem acessados, há necessidade de retirada da caixa de ar, Cassio Yassaka comentou sobre isso: “Para checar as velas, examinar o sistema de ignição, será necessário remover a caixa do filtro de ar que é pressurizada”.

Do lado esquerdo do veículo, a bateria de 12V (4) do tipo EFB com 60Ah e CCA de 450A (EN) está bem acessível ao mecânico. Apesar de ser um motor 1.0L, o profissional explica o motivo do uso da bateria selecionada para a Fiat Strada. “É por causa de toda eletrônica embarcada. Não pode ocorrer nenhuma oscilação de carga, em partida principalmente, por isso o CCA alto. Houve diferentes casos em veículos que utilizavam baterias com tecnologias antigas, onde qualquer queda de tensão na partida do motor, entra em emergência o módulo de injeção, de câmbio. É necessário ter um sistema de carga onde a fonte é mais confiável, e esse é um exemplo”, explica.

O reservatório do fluido de freio (5) tem o informativo para uso do fluido DOT 4 e em manual o homologado é o Mopar DOT 4 S. A substituição deve ser feita a cada 40 mil km ou 2 anos, o que ocorrer primeiro.

Apenas com visualização pela parte de cima, o alternador (6) não tem acesso fácil ao mecânico. Cassio comenta que o acesso ao componente é mais fácil pela parte de baixo do veículo.

Um pouco mais escondidas, as válvulas de serviço do ar-condicionado não estão muito próximas como em outros veículos. A válvula de acesso à linha de alta pressão (7) fica próxima ao reservatório do líquido de arrefecimento. Já a linha de baixa pressão (8) está na parte de trás do motor.

Por se tratar de um motor 3 cilindros turboalimentado, com tolerâncias cada vez mais reduzidas, o óleo de motor recomendado deve ser estritamente seguido pelo mecânico. Para o motor T200 da Fiat Strada, o produto homologado pela Stellantis é o Mopar Maxpro Synthetic 0W-30. Para utilização de algum outro lubrificante de motor devem ser respeitados as indicações de viscosidade SAE 0W-30, com classificação ACEA C2 e norma FCA 9.55535-GSI totalmente sintético. O período para substituição do óleo e o filtro de óleo do motor é a cada 10 mil km ou 12 meses, o que ocorrer primeiro. Em caso de uso severo, diminua o prazo pela metade.

Undercar

Com a Fiat Strada no elevador, Cassio mostrou a chapa de proteção (9) que vem de fábrica no veículo. “Ele é bem espesso, é robusto, tem uma boa distância do cárter. É a proposta de off-road, utilização em terreno misto então ele foi feito para proteger o cárter. Ao contrário de outros modelos que não estão colocando mais”, informou.

A proteção possui locais vazados para acesso e visualização de alguns componentes, como o coletor de escape do turbocompressor (10) e o cárter do câmbio CVT (11). O profissional falou sobre o câmbio CVT. “O CVT em si, você não sente a troca de marchas, porém, muitos usuários gostam dessa sensação, principalmente de saber em qual marcha está. Então há um mapeamento que acaba segurando mais para dar a impressão da troca de marchas”.

O conjunto de suspensão dianteira McPherson (12) é bem conhecido do mecânico e possui um curso mais alto dos amortecedores por causa da proposta do veículo.

“O suporte inferior do câmbio é mais reforçado, talvez por causa do turbocompressor e é mais protegido para evitar pedras e poeiras em excesso”, comenta Cassio ao falar do coxim inferior do câmbio (13), ou restritor de torque, como também é chamado.

Para o sistema de frenagem (14), o mecânico informou que o sistema é bem dimensionado. “É bem dimensionado os freios pelo peso e potência do carro. Atualmente, a maioria dos sistemas ABS funcionam com o ajuste do sistema tração. Ele freia no momento que precisa, tira potência a hora que necessita para melhorar a estabilidade do veículo”.

Na suspensão traseira, Cassio comentou que há necessidade de atenção com os pontos do feixe de mola (15). “Às vezes o feixe de mola cansa o arco, forçando um pouco mais o trabalho
dos amortecedores.

O estepe possui uma catraca (16) bem próxima que faz abaixar o estepe. O acesso a essa catraca é pela caçamba.

Quando questionado sobre possíveis problemas com trincas no eixo da suspensão traseira, Cassio explicou que não há problemas com o eixo tubular. “Uma única peça tubular é bem mais resistente. Por isso, um carro de carga é mais firme. A estrutura tubular faz com que ele tenha o movimento torcional e com rigidez. Claro que, não é um carro para alcançar certas velocidades com estabilidade, não é feita para
isso”, informa.

A localização do filtro de combustível está dentro do tanque de combustível (17). “Muitos carros, atualmente, não têm mais filtro externo, apenas interno. Esse sistema sem retorno, só com uma linha de pressurização é interno. É recomendado que em um intervalo de tempo seja retirada a unidade de combustível, faça a manutenção do pré-filtro e cheque a bomba de combustível”, comentou o mecânico que recomendou que essa verificação seja feita a cada 50 mil km. A substituição do filtro de combustível deve ocorrer a cada
10 mil km ou 12 meses.

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