Fiat 500 SportAir: o Cinquecento esportivo

Motor MultiAir, com nova tecnologia de abertura de válvulas, é a principal atração mecânica do compacto. Fabricado no México, o modelo chama a atenção pelo design retrô, mas as pequenas dimensões externas se refletem no espaço interno

Texto: Fernando Lalli
Fotos: Carolina Vilanova e Divulgação

Carregando mais história em suas linhas do que muitos imaginam, a versão moderna do Fiat 500 (ou Cinquecento) é herdeira de um dos modelos mais emblemáticos da história da montadora italiana: o primeiro Fiat 500, de 1958, cujo conceito renasce neste compacto Premium cheio de estilo. Se o modelo daquela época era espartano e destinado a popularizar o automóvel numa Itália ainda se recuperando da 2ª Guerra Mundial, o Cinquecento 2012 vem recheado de atrativos, começando pelo que está debaixo do capô.

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O Cinquecento oferecido atualmente no Brasil é produzido no México e tem duas motorizações: 1.4 EVO e 1.4 16V MultiAir, sendo que este último equipa a versão SportAir desta reportagem. Este motor tem o revolucionário mecanismo MultiAir de controle das válvulas de admissão, que gerencia o tempo de abertura individualmente em cada cilindro, ciclo por ciclo, variando o regime de injeção de mistura precisamente conforme a necessidade de aceleração do carro. Conforme dados de fábrica, o motor, movido somente a gasolina, alcança 105 cv de potência a 6.250 rpm, e torque máximo de 13,6 kgfm a 3.850 rpm.

Completando o powertrain, a versão SportAir ainda pode ser equipada com câmbio manual de 5 marchas, ou automático sequencial de 6 marchas, fabricado pela AISIN. No nosso caso, o câmbio era o manual de 5 velocidades, que proporcionou uma boa dirigibilidade com engates precisos e suaves.

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Como funciona o MultiAir
No sistema convencional de abertura de válvulas no Ciclo Otto, o came da árvore de comando aciona a válvula através do contato com o tucho ou por um balancim roletado. O que acontece é que neste sistema a abertura de válvulas de admissão é total, não importando o regime de aceleração do motor. Isso causa gasto de combustível e perda de potência em algumas situações.

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A Fiat fez esse processo ficar mais inteligente com o sistema MultiAir. Através de um sistema de gerenciamento eletrônico, as válvulas de admissão têm seu movimento de abertura e fechamento modulados de acordo com o regime de aceleração do motor, regulando a quantidade de mistura ar/combustível que entra no cilindro, evitando desperdícios.

Essa modulação se dá através de um sistema eletro-hidráulico, explica a Fiat. O came da árvore de comando, através de um balancim roletado, faz o acionamento de um pistão, que está conectado à válvula de admissão por meio de uma câmara hidráulica, cuja pressão de óleo é controlada por uma válvula solenóide. Essas peças formam um módulo, e cada cilindro possui um módulo independente.

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Quando a solenoide fecha, o óleo na câmara hidráulica se comporta como um corpo sólido e transmite o movimento de abertura imposto pelo came mecânico para as válvulas de admissão. Já quando a solenóide abre, a pressão não é transmitida para a ação da válvula de admissão, já que o óleo escorre de volta para o motor. Para controlar a parte final do fechamento da válvula de admissão, existe um freio hidráulico dedicado, garantindo assentamento suave e regular em qualquer condição operacional do motor.

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Esse controle permite diversas programações de abertura das válvulas, provendo ao motor a quantidade de mistura necessária no tempo exato. O resumo disso, segundo a Fiat, são 10% a mais de potência máxima (devido à adoção de um perfil de came mecânico orientado para potência); torque em baixas rotações aumentado em 15% (por causa de estratégias de fechamento antecipado de válvulas de admissão, maximizando o rendimento volumétrico do motor nessas condições); consumo de combustível reduzido em 10%; redução de emissões e melhor resposta dinâmica do motor, resultado da maior pressão no coletor de aspiração, juntamente com o controle de massa de ar.

Pouco tamanho e muitos equipamentos
Não é só na propulsão que o Cinquecento vem recheado de tecnologia. O projeto do modelo dedica bastante atenção e recursos, principalmente, ao quesito segurança. Suas pequenas dimensões externas podem não inspirar a confiança dos mais céticos, mas toda a estrutura do carro é pensada para, em caso de batida, se deformar preservando a integridade física dos ocupantes.

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Isso sem falar nos auxílios de segurança ativa e passiva que recheiam o Cinquecento. São sete airbags (sendo os dianteiros e os laterais de série, e os de joelho e janelas, opcionais), freios com ABS e ESP (controle de estabilidade de frenagem), sinalização de frenagem de emergência (ESS), Hill Holder (auxílio de frenagem em manobras de rampa), direção elétrica Dual Drive e controle de tração (ASR), que é parte integrante do ESP e impede que o veículo derrape na partida ou em outras situações de limite de aderência. Especificamente, o controle de tração pode ser desligado nas versões com câmbio automático através de um botão no painel.

Dirigindo pelas ruas e estradas, o compacto também transmite bastante confiança para o motorista, muito por causa de sua estrutura, com os eixos bastante afastados e as rodas bem próximas das extremidades da carroceria. No entanto, se o motorista achar que a tocada precisa de mais firmeza, ele pode escolher o ajuste entre dois modos de direção, normal ou Sport, através de um seletor também no painel. A função Sport, como o próprio nome já diz, “programa” o carro para uma condução mais esportiva. A direção fica mais firme e os mapeamentos do motor e câmbio (na versão automática) são alterados, para que as trocas de marcha sejam feitas mais rapidamente e em rotações mais altas.

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Por outro lado, o aplicativo Eco:Drive (integrado ao sistema Blue&Me de entretenimento) estimula a responsabilidade do motorista analisando a forma de condução do motorista através de suas rotas e converte todas as informações em gráficos, comparando desempenho, consumo de combustível, nível de CO2 emitidos e dando caminhos para que o condutor possa economizar mais gasolina. Esportividade e consciência andando juntas.

Habitáculo confortável, mas…
Apesar de o projeto do Cinquecento ser bastante moderno e inteligente quanto ao aproveitamento de espaços, dirigir o carrinho pode um problema quando se é um pouco, digamos, mais “largo” do que deveria. O ajuste do banco do motorista permite que pessoas altas e magras, de até 1,90 m, se acomodem bem, mas um gordinho com mais de 1,80 m acaba raspando de leve os cotovelos na porta, de um lado, e no passageiro, de outro. Assim como em seus concorrentes diretos, não há milagre que faça um carro tão pequeno ter espaço de sobra para qualquer um.

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Entretanto, quem entra em um Cinquecento SportAir acaba sendo bem recebido, principalmente se o modelo vier equipado com dois opcionais: os bancos revestidos totalmente em couro e o pacote Áudio Bose Premium, composto por dois tweeters, três woofers, dois alto-falantes de longo alcance e amplificador com sete canais de equalização personalizada localizado no porta-malas. Mas, mesmo de série, o modelo vem extremamente bem equipado, com volante com regulagem de altura e em couro com comandos do rádio, apoia-braço central dianteiro, piloto automático (que não deixa de ser um item de conforto), rádio para CD e MP3, ar condicionado (digital como opcional), regulagem de altura para o banco do motorista e diversos outros.

Detalhes esportivos
Por fora, o SportAir é coberto de referências à esportividade, como novos para-choques e laterais com minissaias, aerofólio traseiro e pinças de freio pintadas de vermelho dentro das rodas de liga leve com aro 16’, exclusivas desta versão.

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Além destes itens, a Fiat oferece 23 itens de personalização não só para o SportAir, mas para toda a linha, o que permite ao comprador praticamente montar seu próprio Cinquecento. A fábrica disponibiliza, além dos itens já inclusos na versão, capa do retrovisor cromada, aplique cromado para capô, frisos laterais com sigla, faixas adesivas laterais (nas versões Itália e Sport), faixa no teto e no capô, adesivo na coluna C, além de kits de capas exclusivas para as chaves.

Entretanto, apesar de ser um modelo que custa R$ 52.800 e que a Fiat busca popularizar, a intenção é estender a sensação de exclusividade do cliente para além do carro, com o Clube L’único, do qual, para participar, basta ser o comprador de um Cinquecento. Através da associação, a Fiat proporciona serviço de Leva e Traz, com reboque ou motorista qualificado, para revisões, manutenções, instalações de acessórios ou emergências, e também serviços ligados a entretenimento, como reservas de hotéis, restaurantes e shows.

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