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Viagem Segura: Férias sem crise!

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Veja como impedir que as férias do seu cliente terminem no acostamento

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A maioria das pessoas trabalha duro onze meses por ano para ter direito a 30 dias de férias. É o momento esperado por toda a família e nada pode dar errado. Pensando nisso, o nível de responsabilidade de quem cuida da manutenção dos carros é enorme. Com certeza ninguém quer ver o cliente aparecer na porta com o carro em cima do guincho e uma família espumando de raiva!

Antes de tudo, programe-se. No Brasil os meses de férias são de dezembro a fevereiro e de junho a julho. Ao se aproximar dessas épocas, já comece a incentivar as campanhas promocionais e contatar os clientes. Com base no cadastro de clientes, envie mensagens por e-mail ou carta alertando para a importância de uma revisão antes de pegar a estrada. Uma boa ideia é criar uma espécie de agenda onde se pode anotar a quilometragem e a média de quilômetros rodados e enviar lembretes aos clientes alertando para a hora de trocar pastilhas de freio, por exemplo.

Todo mundo gosta de deixar tudo para a última hora, então esteja preparado, reservando um estoque extra das peças mais trocadas (filtros, lâmpadas, freios) e se for o caso até contrate colaboradores em regime temporário, porque o bicho vai pegar e o prazo vai ser curto!

Para facilitar a checagem de todos os itens vamos dividir o carro em três partes. Se o corpo humano é divido em cabeça, tronco e membros, o automóvel pode ser separado em três grandes áreas: powertrain (motor e câmbio), undercar (suspensão e freios) e sistema elétrico. Vamos analisar cada uma dessas partes em reportagens diferentes, começando agora com o powertrain.

 

Powertrain

Por mais que você, o fabricante e todo mundo esteja cansado de saber, todo motor tem momentos de maior e menor esforço. Imagine aqueles congestionamentos enormes na estrada, com um mar de carros a uma temperatura ambiente de 38ºC! O ar-condicionado está a pleno, o motor trabalha lá nas alturas e o arrefecimento é baixo. Para complicar, a embreagem é solicitada ao extremo, com o anda-para por quilômetros a fio e o óleo trabalha sempre na temperatura mais alta. Tem tudo certo pra dar errado!

Quanto maior for o congestionamento mais carros ficam parados no acostamento. Porque nesse momento de estresse mecânico tudo que estava prestes a quebrar… Quebra! Por isso comece a sua lista salvadora de revisão pela turma que mais sofre: motor/embreagem/câmbio.

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Filtros

Basicamente são três: ar, gasolina e óleo. Nos carros com ar-condicionado ainda tem o filtro de pólen. Se o seu cliente tem o hábito de anotar as trocas de óleo verifique quando foi feita a última troca de filtro. Aproveite para checar se há vazamentos por alguma junta.

O nosso combustível é único no mundo: a gasolina tem etanol anidro (na proporção de cerca de 30%) e temos o etanol “puro” (que, na verdade, é hidratado com 7% de água). Além disso, nosso diesel também não é livre de impurezas – aliás, é importado e um dos piores do mundo… É claro que já existe o diesel S-10, mas não está em todos os postos. Por garantia, ao checar o filtro de combustível, aproveite para avaliar a bomba elétrica. Alguns motoristas tem o hábito de rodar com pouco combustível no tanque, quando o ideal é nunca deixar baixar de 1/4 de capacidade. Quando o veículo roda com pouco combustível, a bomba “pesca” ar às vezes e isso sobrecarrega o sistema, podendo levar à queima. Sempre que possível lembre o cliente que é mais saudável rodar com o tanque sobre acima de 1/4 e evitar o máximo rodar com a luz indicadora de reserva acesa.

A troca do filtro de gasolina é simples, rápida e fácil e pode evitar problemas de sujeira nos bicos injetores, que aí sim pode levar a um problema muito mais caro, difícil e demorado de consertar.

Já o filtro de óleo deve ser trocado a cada troca de óleo para evitar a mistura de lubrificante velho com lubrificante novo. Também é uma operação relativamente simples que garante tranquilidade e livra o motor da possibilidade de ter uma mangueira entupida por formação de borra. Um filtro contaminado ou com o elemento já entupido não consegue separar as impurezas que entram nos dutos de lubrificação podendo até causar o travamento de peças como virabrequim, comando de válvulas ou mesmo a bomba de óleo.

Existe um provérbio popular que diz que “limpar os bicos injetores e não trocar o filtro de ar é a mesma coisa que tomar banho e vestir a mesma cueca”. Hoje em dia não se usa mais o recurso de “limpar” o filtro de ar com jato de ar comprimido porque danifica o elemento filtrante e só espalha a sujeira. O aconselhável é mesmo trocar o filtro.

Por fim, nos carros com ar-condicionado é bom checar o elemento do filtro de pólen. Esse é um nome bem europeu, porque aqui no Brasil nossas plantas são menos assanhadas e espalham menos pólen, mas por outro lado nossas grandes cidades têm índice de poluição bem maior se comparado com a Europa e temos quase 80% da malha viária ainda de estradas de terra. Em função dessa realidade tanto o filtro de ar do motor, quanto o do ar-condicionado precisam ser checados e trocados com mais frequência do que um mesmo modelo de carro vendido na Europa.

 

Correias

Elas estão por todos os lados em maior ou menor quantidade e tamanho, mas movimentam quase tudo: bomba d’água, alternador, compressor do ar-condicionado e direção hidráulica são movidas pela correia de acessórios. Ela tem uma durabilidade bem grande nos carros modernos, mas sempre tem o fator “exigência”, que pode reduzir drasticamente esse período. Por segurança, sempre verifique o período recomendado pelo manual de serviço de cada modelo, cuidando para conferir se tem ou não ar-condicionado.

Como a correia de acessórios não é um componente caro nem difícil de acessar, pode-se encurtar o período de troca determinado pelo fabricante do veículo em 20% só para dar um sossego ao cliente. Os sinais de desgaste mais comuns são trincas por ressecamento, aparência muito lisa ou algum tipo de descascamento. Também veja se não está muito tensionada que pode ser sinal de ressecamento da peça. Ao mexer na correia de acessórios, aproveite para verificar os rolamentos do alternador e o estado da bomba d’água. Se perceber desgaste acima do normal, já providencie a troca ou reparo.

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Existe outra correia – essa é muito importante -, conhecida como correia sincronizadora e que controla os movimentos do comando de válvula para coincidir com o sobe e desce dos pistões. Esta correia quando quebra provoca um verdadeiro desastre no motor, com um reparo muito caro e demorado. Para evitar esse sufoco, o ideal é verificar visualmente a cada 20 mil km e trocar também com uma margem de garantia sobre a recomendação do fabricante. Se a recomendação do fabricante for 80 mil km, por exemplo, a troca com 60 mil km já garante um bom sossego.

Na troca da correia sincronizadora, não perca a oportunidade de também substituir os tensionadores. De nada adianta instalar uma correia nova que trabalhe mal tensionada: lá na frente, pode dar problema para o seu cliente e dor de cabeça para você!

 

Embreagem e Câmbio

Um dos sistemas que mais sofrem com o anda-e-para constante de uma estrada congestionada é a embreagem. Por ser um conjunto de difícil acesso e com reparação complexa. Graças ao hábito de “descansar” o pé esquerdo no pedal de embreagem e segurar o carro na subida usando o motor esse componente ainda sofre mais do que o habitual. Um dos componentes que desgasta rapidamente é o rolamento central, que chega a “roncar” quando fica com folga.

Avaliar a embreagem é simples: force a saída com a primeira marcha engatada “queimando” a embreagem para perceber se há vibração no pedal. Compare o som com o pedal acionado e sem apertar a embreagem e veja se há uma diferença muito grande. Avalie se a folga do pedal está muito grande ou o acionamento “pesado” demais. A embreagem deve percorrer todo o curso do pedal sem tranco nem “arranhões”.

Nos carros com acionamento por cabo é preciso verificar os terminais e se não tem nenhum sintoma de “estalo” durante o acionamento. Nos carros com acionamento hidráulico é preciso verificar a folga, se é preciso trocar o óleo do sistema e se há vazamentos.

Como a troca da embreagem é uma operação demorada é preciso chamar o cliente para a oficina com bastante antecedência, para não deixá-lo a pé!

No caso do câmbio, como é uma peça de durabilidade tão grande quanto o próprio carro, tanto em sistemas automáticos como em manuais, dependendo do modelo do câmbio é preciso conferir a condição do óleo e conferir o período de troca. Já os sistemas automatizados requerem a checagem das folgas dos braços de acionamento e a inspeção dos filtros de óleo da transmissão. Não se esqueça de que o diferencial também tem troca de óleo! E cuidado com as especificações: óleo errado é motivo de problema grave em curto prazo.

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