Empresas como Hitachi, Trane e York – que fabricam sistemas de ar condicionado, compressores e outros itens – alertam e estudam medidas para evitar que suas marcas sejam prejudicadas pelo uso de gases refrigerantes fora de especificações. O problema resultou na suspensão da garantia de fábrica pela Hitachi Geralmente esses problemas acontecem depois que os equipamentos saem das fábricas e passam por trabalhos de manutenção, efetuados por instaladores, mecânicos e outros profissionais, que podem estar desinformados ou conscientes em relação à procedência dos fluidos refrigerantes que utilizam.
Como acontece nos demais setores atingidos pela pirataria, o preço baixo é o principal fator de decisão de compra de fluidos refrigerantes sem origem. Segundo Maurício Xavier, gerente de marketing da DuPont Fluorquímicos para a América Latina, testes comprovaram que o uso de fluidos refrigerantes impróprios dificultam ajustes nas máquinas pelos diferenciais de temperatura. “Esses produtos ainda aumentam a corrente elétrica no motor de compressores, comprometem a qualidade de óleos lubrificantes e dificultam que os equipamentos reconheçam componentes químicos, além de descargas de CFCs na atmosfera, agressivas à camada de ozônio”.
De acordo com Arnaldo Parra, gerente de partes e peças da Trane, uma das maiores empresas de ar condicionado do mundo, muitos profissionais acabam iludidos por algumas embalagens que tentam imitar as dos fabricantes idôneos de fluidos refrigerantes. “Porém quem distribui muitas vezes não tem nem nome comercial nem sequer CNPJ”, alerta. Para evitar o uso de fluidos refrigerantes de má qualidade em seus equipamentos, a Trane implementou há cinco anos um programa nacional de palestras voltado a instaladores, mecânicos e outros profissionais. “O usuário vê diminuídas a eficiência e a vida útil do equipamento; o instalador tem de trabalhar mais que o normal para corrigir o problema; e o fabricante sofre arranhões em sua imagem e marca”, explica.
