Vice-Presidente Sênior Aftermarket Automotivo da Schaeffler América do Sul, Rubens Campos comenta sobre o realinhamento das estratégias das marcas LuK, INA e FAG na reposição, que inclui novas embalagens alinhadas com a identidade visual adotada globalmente
REVISTA O MECÂNICO: No ano de 2021, a Schaeffler mudou as embalagens das peças LuK, INA e FAG no mercado brasileiro. O que levou a essa decisão? Eventualmente, os mecânicos ainda podem encontrar peças com as embalagens na versão anterior em estoque?
RUBENS CAMPOS: A Schaeffler atualizou as embalagens das peças para o Aftermarket Automotivo em conformidade com a atualização global, com o objetivo de reforçar a busca pelos nossos produtos em cada detalhe. Eventualmente, os mecânicos podem encontrar as nossas peças tanto na versão atual quanto na versão anterior, porém, é importante destacar que todas as versões contêm os mesmos produtos com a mais alta qualidade, assistência técnica, confiabilidade e garantia Schaeffler.
O MECÂNICO: Além das embalagens, houve um reposicionamento das peças Schaeffler na reposição, com cada marca sendo voltada para um sistema ou conjunto de sistemas do veículo. Por favor, poderia detalhar como foi feito esse reposicionamento?
RUBENS: As novas tecnologias e sistemas nos veículos modernos representam desafios cada vez maiores para as oficinas. Com isso, os trabalhos de reparação e manutenção são cada vez mais extensos e exigem maior compreensão de todo o sistema. A divisão Aftermarket Automotivo da Schaeffler, que é responsável globalmente por este portfólio, classifica componentes e soluções para reparação e manutenção de veículos em 3 sistemas: transmissão, motor e chassis. Em transmissão, reunimos itens da marca LuK com soluções completas para todas as tecnologias, de volante bimassa ao kit de embreagens e os reparos para caixas de câmbio, LuK GearBOX.
Em motor, estão itens da marca INA que oferecem soluções de reparação e manutenção para comando de válvulas, sistema de distribuição por correias ou correntes, sistema auxiliar com tensores polias, polias de alternador e correias e refrigeração com bombas d’água e gerenciadores térmicos. Já com a marca FAG, a Schaeffler é especialista em todo o sistema de chassis, trabalhando nas soluções completas para suporte de amortecedores, componentes de suspensão e direção, rolamentos de rodas e juntas homo cinéticas.
Novas tecnologias representam desafios cada vez maiores para as oficinas. Trabalhos de reparação e manutenção são cada vez mais extensos e exigem maior compreensão de todo o sistema
O MECÂNICO: Como está a aceitação dos kits INA de sincronismo de motor na reposição? É possível afirmar que os mecânicos estão preferindo adotar o reparo completo desse sistema?
RUBENS: A aceitação dos kits INA de sincronismo vem aumentando ano a ano. E a proposta da Schaeffler de qualidade, alinhada à oferta de portfólio atualizado, tem atraído cada vez mais os clientes na América do Sul. Os mecânicos vêm adotando cada vez mais a solução em kits, e entendemos que isto ocorre visando a oferta de manutenção preventiva do sistema a seus clientes. Embora a procura por kits venha aumentando, de acordo com as nossas estimativas, hoje no mercado de reposição ainda há uma grande procura por peças avulsas, as quais também fazem parte do portfólio Schaeffler.
O MECÂNICO: Como a Schaeffler está vendo o mercado de reposição de autopeças neste momento em que a pandemia, ainda que não tenha terminado, parece ter arrefecido?
RUBENS: Apesar da pandemia não ter terminado, vimos uma evolução nos níveis de vendas desde o segundo semestre de 2020. A nossa cadeia de distribuição vem passando pela pandemia com maestria, de forma a continuar investindo em novas lojas pelo Brasil e também com importantes investimentos em logística, com o objetivo de estar cada vez mais próxima do consumidor. Com a retomada gradativa, a normalidade o mercado ganha força em todos os níveis da cadeia de distribuição, pois, a frota voltará a crescer necessitando de reparo rápido e eficiente.
Nesses últimos anos, a tecnologia avançou em passos largos e em um ritmo muito mais acelerado se comparado a 15 ou 20 anos atrás
O MECÂNICO: Em sua opinião, quais tecnologias estão vindo para os automóveis que o mecânico brasileiro deve ficar atento para se especializar no futuro? E por quê?
RUBENS: Cada dia que passa vemos a indústria incorporar novas tecnologias em veículos e destacamos o papel fundamental dos mecânicos para a reparação. Vale destacar que, nesses últimos anos, a tecnologia avançou em passos largos e em um ritmo muito mais acelerado do que se comparado a 15 ou 20 anos atrás. Portanto, acompanhar esse avanço tecnológico, por meio de especializações, é fundamental para qualquer um que queira se destacar e atender a nova demanda do mercado. Com o avanço da hibridização e eletrificação, é importante que o mecânico brasileiro se atualize para as novas tendências conforme o lançamento das montadoras, de modo a atender a reparação da frota quando necessário.
Por Fernando Lalli