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Entrevista: Cinco perguntas para a Fremax

Abertura - Entrevista - Ed.346
Sergio Montagnoli

 

A Fras-le concluiu a aquisição da Nakata em meados de 2020, em uma operação que girou em torno dos R$ 457 milhões de reais. Com a aquisição, assumiu o controle da empresa tanto em São Paulo, quanto em Minas Gerais, e agregou ao seu quadro de funcionários mais de 400 colaboradores que atuavam na Nakata. Sergio Montagnoli, diretor de Vendas e Marketing, assumiu também a mesma função na Fremax e Controil. Em entrevista exclusiva à Revista O Mecânico, Sergio pontuou os resultados de 2022 da Fremax, falou sobre as expectativas da empresa para 2023 e compartilhou sua visão acerca do futuro para o aftermarket brasileiro.

REVISTA O MECÂNICO: Como foi o ano de 2022 para a Fremax?

SERGIO MONTAGNOLI: Foi um ano muito positivo para a Fremax e para todo o grupo Fras-le, do qual a Fremax faz parte. Um ano de crescimento da receita e com muitos lançamentos para oferecer maior disponibilidade de itens à frota circulante de veículos, que segue em evolução. A marca Fremax teve este ano o lançamento de um novo conceito de comunicação com o slogan “Fremax. O máximo em movimento” que traduz a excelência de execução e todas as inovações que a destacam no mercado com os seus mais de 2.400 itens, cobertura para 65 mil aplicações por modelos de veículos para mais de 50 montadoras ao redor do mundo. Marca presente em todos os continentes, com centros de distribuição no Brasil, Argentina, Colômbia e Holanda. As inovações estão presentes em várias áreas: indústria, gestão e engenhara, validadas pela nossa participação nas montadoras e retratadas em nossos produtos, entre elas, a mais recente, a tecnologia chamada Safety Check que consiste em um indicador que permite verificar o nível de desgaste para detectar a hora certa de efetuar a substituição da peça. Mas também tem Stop and go que é um acabamento da superfície do disco de freio com ranhuras concêntricas que proporciona melhor e mais rápido assentamento das pastilhas e a liga metálica Carbon Plus, responsável por melhorar a dissipação do calor durante a frenagem, gerando mais eficiência. Já a tecnologia Painted Disc é a pintura de preto do cubo do disco e do tambor, presente em todo o portfólio, que suporta temperaturas de 600ºC, garantindo a proteção contra a corrosão, preservando a estética do produto e do veículo. Há ainda o Ready to go que consiste em uma camada de óleo protetivo que dispensa a limpeza do disco ou tambor antes da aplicação, além de não contaminar as pastilhas e as sapatas, economizando tempo na manutenção do sistema de freio, todas visando facilitar o dia a dia do mecânico e a melhor performance de frenagem para o proprietário do veículo.

Comentário 01 - Entrevista - Ed.346

O MECÂNICO: Quais as expectativas para 2023?

SERGIO MONTAGNOLI: Como nosso negócio se concentra no mercado de reposição, seja ele no Brasil ou no exterior, as expectativas são de crescimento sustentado atendendo a demanda gerada pela frota circulante e sua necessária manutenção. Também como pontos positivos temos o atual preço dos veículos novos e disponibilidade limitada que impulsiona o aftermarket na linha leve, bem como a safra recorde prevista, que favorecerá a linha comercial/pesada. Como contraponto, a ver como se comportam os custos das commodities e matérias-primas diante de algumas incertezas internacionais, pois elas têm forte impacto na formação dos preços dos produtos. E fica ainda no radar eventuais reflexos da pandemia na Ásia, que pode vir afetar a oferta de produtos no primeiro semestre. Já vimos isso acontecer em 2022, após o feriado do ano novo chinês.

O MECÂNICO: O que a Fremax espera para o mercado de reposição de autopeças nesse momento pós-pandemia?

SERGIO MONTAGNOLI: Além do crescimento, o aftermarket, embora tenha dinâmicas próprias, deverá ser mais permeável à agilidade, economia e conforto no uso de plataformas digitais, cada vez melhores desenvolvidas e adaptadas ao segmento tanto para compra de peças, como serviços. Acreditamos também em maior disposição para cooperação entre as empresas da cadeia de distribuição, atuando de forma cada vez mais integrada e complementar, com iniciativas que adicionem e resultem em melhor rentabilidade para os negócios e mais satisfação para seus clientes. É com esta perspectiva que direcionamos nossos esforços que se somam à contínua oferta de portfólio de produtos e em uma logística ágil, capilar e economicamente sustentável.

O MECÂNICO: O mercado automotivo caminha para uma descarbonização gradual com o objetivo de zerar a emissão de gases até 2040. Como a Fremax está se preparando para esse momento?

SERGIO MONTAGNOLI: Ações visando a sustentabilidade ambiental, social e econômica sempre foram prioridade para as empresas do grupo Fras-le. O grupo vem aprimorando suas iniciativas envolvendo ESG, investiu R$ 6,4 milhões em 2021 em gestão ambiental e assumiu compromissos públicos, entre eles, reduzir 40% da emissão de gases de efeito estufa até 2030, zerar a disposição de resíduos em aterro industrial e reutilizar 100% do efluente tratado até 2025. A Fremax, com manufatura sedada em Joinville/SC, conquistou sua posição de destaque por ter feito de sua fundição, não só uma de nossas maiores competências, mas um modelo socioambiental sustentável. Com bons exemplos, tais como, reciclagem de 100% da areia utilizada no processo produtivo, suas embalagens totalmente produzidas a partir de materiais reciclados e o reaproveitamento como matéria-prima de produção dos discos e tambores usados coletados em nosso programa de grande sucesso de logística reversa.

Comentário 02 - Entrevista - Ed.346

O MECÂNICO: Qual a importância do mecânico nesse processo de descarbonização?

SERGIO MONTAGNOLI: O mecânico é fundamental porque é ele quem decide o que e como fazer o serviço de reparação. Em cada uma das etapas do processo de atendimento, tem um importante papel em suas decisões, começando por conscientizar sua equipe para troca somente das peças com maior risco em sua vida útil, na escolha das marcas que são também comprometidas com a melhora do meio ambiente e, por fim, descartando, apropriadamente, os resíduos, embalagens e peças usadas. Daí a crescente necessidade de parceiros de negócio que ofereçam suporte a fim de se manterem atualizados, não só na área técnica, como agora também nas questões voltadas ao meio ambiente. Contribuir para um planeta melhor é algo que será cada vez mais demandado pela sociedade e valorizado pelo cliente.

por Daniel Palermo

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