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Manutenção de híbridos exige mão de obra qualificada

BMW Group possui centro de treinamento dedicado à formação de especialistas em veículos eletrificados

texto Gustavo de Sá fotos Lucas Porto

A oferta cada vez maior de modelos híbridos e elétricos é uma tendência observada no Brasil e no mundo. Apesar de parecer recente, a tecnologia já é popular em outros mercados há mais de duas décadas. Por aqui, a chegada do primeiro veículo “eletrificado” vendido oficialmente irá completar 10 anos em 2020 – o precursor foi o Ford Fusion Hybrid, em 2010.

 

Com tanta tecnologia e sistemas eletroeletrônicos embarcados, estes veículos requerem profissionais qualificados na hora da manutenção. De olho nisso, a BMW inaugurou, em parceria com o SENAI-SP, um centro de treinamento com foco na formação de especialistas em veículos eletrificados. A unidade fica nas dependências da escola SENAI Conde José Vicente de Azevedo, no bairro Ipiranga, em São Paulo/SP.

 

A Academia BMW Group Brasil/ SENAI-SP é fruto de investimento compartilhado da ordem de R$ 4 milhões – sendo R$ 3 milhões em instalações, área construída e infraestrutura e R$ 1 milhão em equipamentos e produtos. O centro de treinamento está apto a formar 2.700 alunos por ano, sendo 1.200 da própria rede do grupo BMW e 1.500 alunos do Senai-SP. Os cursos contemplam as tecnologias dos modelos das marcas BMW, MINI e BMW Motorrad (motos).

 

 

“É um centro de formação técnica. Aqui abordamos novas tendências, como a digitalização, a automação, a eletrificação e o uso de sensores nos carros, que está cada vez maior”, explica o gerente sênior de Treinamento do BMW Group Brasil, Emilio Paganoni.

 

A formação dos profissionais que trabalham na rede de concessionárias da marca envolve aulas teóricas sobre conceitos básicos e avançados de elétrica. “É como um piloto de avião: é preciso de muitas horas no simulador antes de assumir um voo na prática. Aqui, simu- lamos e discutimos para entender a tecnologia e atuar na prática”, exemplifica Paganoni.

 

 

O executivo diz que seguir as normas e procedimentos é uma regra ainda mais importante quando se fala em elétricos, graças ao sistema de alta voltagem. “Com esse tipo de veículo, não há margem para erros. O que estamos tentando mudar é (fazer o mecânico) criar o hábito de abrir o manual de manutenção e verificar se fizemos todos os passos. Novamente, vale ressaltar, é como o check-list que o piloto de avião tem que fazer toda vez que entra na cabine, mesmo com milhares de horas de voo de experiência. É preciso sempre seguir o processo”, alerta Paganoni.

 

Regra de ouro para a manutenção destes veículos é saber realizar o diagnóstico correto. “Com tanta digitalização, o técnico tem que ter, além do conhecimento mecânico, uma bagagem de eletroeletrônica muito forte. Pois tudo parte do processo de diagnóstico.

 

 

Grande parte dos ajustes e manutenções de nossos produtos são feitos por nossos equipamentos de diagnose. Desde uma reprogramação até uma revisão de módulo ou sistema”, frisa o gerente sênior do BMW Group Brasil.

 

TIPOS DE ELETRIFICADOS

O BMW Group divide seus produtos eletrificados em quatro diferentes categorias e siglas. Conheça as principais características e diferenças entre elas:

 

Hybrid Electric Vehicle (HEV)

São os modelos que mesclam motores a combustão e elétricos. As baterias são recarregadas pela energia cinética recuperada em frenagens ou pelo próprio motor térmico. O BMW Group não oferece atualmente este tipo de configuração no Brasil. Os modelos mais conhecidos no País com este tipo de tecnologia são o Ford Fusion Hybrid e o Toyota Prius.

 

Plugin Hybrid Electric Vehicle (PHEV)

Como nos híbridos convencionais, trazem motores a combustão e elétricos.

Porém, além da recarga feita em frenagens e pelo motor térmico, também vêm com plugue externo para carregamento em tomadas. Fazem parte deste grupo os modelos MINI Cooper S E Countryman e os BMW i8 e 530e M Sport.

 

 

Battery Electric Vehicle (BEV)

São os veículos puramente elétricos, alimentados por um conjunto de baterias.

A recarga do conjunto é sempre feita na tomada, por meio de plugue externo. Exemplo de BEV é o BMW i3 nas recém-lançadas versões BEV e BEV Connected, que trazem baterias de 120 Ah/42,2 kWh e podem chegar a 335 km de autonomia com uma carga completa.

 

Range Extended Version (REx)

Nestes modelos a recarga é feita prioritariamente na tomada, por meio do plugue de carregamento. Porém, os REx trazem adicionalmente um pequeno motor a combustão que pode cumprir a função de recarga emergencial das baterias (quando a autonomia está baixa). Note que, ao contrário dos híbridos convencionais, aqui o motor a combustão nunca traciona as rodas. A versão topo de linha do i3 (REx Full) possui o extensor de autonomia, que pode fazê-lo rodar 150 km adicionais (440 km de autonomia total, na soma entre os modos elétrico puro e com extensor).

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