Nesta edição mostramos o procedimento de diagnóstico e substituição do óleo da transmissão automática Jatco do Nissan Livina 2012
por Edison Ragassi fotos Lucas Porto
Câmbio automático já foi artigo de luxo, restrito apenas aos modelos Premium. A evolução da engenharia automotiva e ganho nos processos de produção em escala, proporcionaram ao equipamento passar a figurar até em modelos de entrada como Chevrolet Onix, Ford Ka e Volkswagen Gol.
O consumidor gostou, segundo dados divulgados pelas fabricantes de veículos nacionais, a projeção é de que em 2020, 60% dos veículos fabricados em território nacional terão trocas de marcha automáticas. O mecânico de automóveis deve ficar atento e se preparar para esta demanda, já que a transmissão automática exige manutenção. São vários os modelos disponíveis e cada uma com sua configuração e exigência. Entre elas, as que necessitam da troca do óleo depois de um determinado período de uso.
O processo de troca pode ser feito de maneira simples, desde que o profissional da mecânica de automóveis teAssista nha o equipamento, como a ao vídeo máquina Motul Evo, igual a deste mostrada nesta reportagem, procedimento e as ferramentas certas, de em nosso acordo com as explicações canal no de Rafael Recio, EngenheiYouTube ro de Aplicação América do Sul, da fabricante de lubrificantes Motul.
DIAGNÓSTICO
Antes de fazer a troca do óleo é necessário identificar a possibilidade ou não, em função da condição do óleo e da transmissão. Rafael Recio recomenda antes, conversar com o cliente para saber o histórico do carro, entender por que ele quer trocar o óleo do câmbio, ou no caso de o mecânico identificar esta necessidade, explicar com detalhes o porquê de substituir.
1) Conectar o equipamento de diagnóstico, o scaner, para identificar um possível código de erro, falha, que esteja gravado na memória do sistema sobre a transmissão. (1/1a)
2) Com o carro parado movimente a alavanca para as posições P, N e D, e avalie se há trancos durante as mudanças.
3) Testar o carro em movimento, no uso normal. Deve-se verificar se há algum barulho fora do normal, que pode ser proveniente, por exemplo, de rolamentos ou outras partes da transmissão, se elas engatam de maneira correta, ou demoram. Se a troca acontece em rotações mais altas que o normal. Prestar atenção se ao trocar as marchas ocorre trancos. Ao parar no semáforo, o carro demora para sair, exige mais aceleração, a rotação sobe e a impressão é de que o carro patina e não anda.
Obs: Verifique o nível do óleo da transmissão. Este procedimento não é semelhante ao do óleo do motor, ele é específico de cada transmissão. No Nissan Livina 2012, câmbio automático Jatco, para verificar o nível do óleo do câmbio é necessário que a temperatura do óleo da transmissão esteja entre 50º e 80º, pois se não respeitar esta variação o nível medido não será correto, pode ocorrer de mostrar muito baixo ou alto. Em ambos os casos é prejudicial. A medição se faz importante também, pois, caso o veículo chegue na oficina com nível baixo, pode ser indício de que há problemas com a transmissão automática.
4) No câmbio automático do Nissan Livina há uma vareta de medição. Utilize uma chave de fenda para auxiliar a retirada da caixa de ressonância do sistema de filtração do ar, ela é encaixada, o que irá facilitar o acesso a vareta. (4/4a/4b)
5) Com o motor ligado, alavanca na posição P, utilize o termômetro digital ou scanner para medir a temperatura. Ela deve estar entre 50º e 80º. (5)
6) Antes de realizar a troca é necessário identificar a localização do bujão do câmbio e retirar uma amostra para ser avaliada. No Nissan Livina ele está na parte inferior, o que obriga a elevar o carro. Depois, com uma chave 10 mm, retire os quatro parafusos que fixam a proteção de plástico.
7) Na sequência, com uma chave de fenda retire as presilhas plásticas para acessar a tubulação do sistema de óleo do câmbio.
8) Coloque embaixo um recipiente para evitar que o óleo escorra no chão.
9) Antes de abrir o bujão, limpe o local para evitar contaminação externa. Utilize o desengraxante Parts Clean Motul e limpe com um pano a sujeira. (9/9A)
10) Com uma chave 19 mm, abra o bujão. Para recolher a amostra pode ser utilizado um copo plástico transparente limpo e seco, ou outro recipiente, mas deve estar limpo, seco e ser transparente, para não contaminar o óleo retirado como amostra. Não esqueça de apontar, mesmo com a mão o bujão, para evitar vazamentos no chão.
11) Retire uma amostra do óleo e avalie. Em geral, a presença de limalhas de tamanho considerável (de tamanho 1 mm ou maior), material compósito de embreagem e cheiro de queimado são fatores que, mesmo isolados, já são fortes suspeitas de problemas prévios e decisivos para uma possível recusa do serviço de troca de óleo.
Obs: Após apurar estas condições é que deve ser tomada a decisão de trocar ou não o óleo da transmissão automática. No Livina 2012, apesar do óleo ter apresentado coloração bem escura, bem como a alta quilometragem, em função de todas as condições observadas, ainda há segurança.
PROCEDIMENTO DE TROCA COM A MÁQUINA
12) Identificar a tubulação do óleo do câmbio. Ela é fixada com abraçadeira, utilizar o alicate para abraçadeira elástica. Como a tubulação está sem pressão irá escorrer pouca quantidade de óleo, por isso mantenha o recipiente embaixo do carro.
13) Identificar o adaptador para conexão da máquina com linha de óleo, na tampa da maleta de adaptadores está impressa as aplicações e quais tipos de adaptadores para os modelos de câmbios automáticos. (13/13A)
14) O adaptador é instalado com uma mangueira universal e abraçadeira. As mangueiras da máquina possuem engates rápidos. Uma conexão é de entrada outra de saída, porém, a máquina não tem distinção é só realizar a conexão, ao ligar ela define por qual canal o óleo vai entrar e sair. Feitas as conexões ligue o carro e na sequência ligue a máquina. (14/14A)
15) Antes de fazer a troca, é necessário prepará-la com um produto de limpeza interna. A Motul fornece o Transmission Clean específico para transmissão automática. Sua função é limpar o verniz, a borra e o depósito que está dentro da transmissão, o que possibilitará uma troca eficiente. Abasteça a máquina com 500 ml do produto. Ative a função adicionar detergente e aperte a tecla ‘enter’ duas vezes.
16) Selecione a quantidade 0.5 litros, no caso 500 ml. Aperte’ enter’. Assim o produto é injetado na transmissão e um cronometro é acionado. O tempo médio para o processo de limpeza é de 10 minutos.
Obs: Não esqueça! É importante utilizar óleo com as especificações divulgadas pela fabricante do veículo. O Livina com câmbio automático Jacto utiliza óleo de transmissão norma Nissan Matic D, o produto da Motul que atende a especificação é o Motul Multi ATF. A empresa de lubrificantes oferece um guia de aplicação o qual está disponível também no site e aplicativo para Andrid e IOS. (16A)
17) Feita a limpeza iniciar a substituição do óleo. No comando da máquina, selecione substituir óleo, apertar ‘enter’ duas vezes. Depois, entrada de dados manual. O sistema detecta o fluxo de óleo através de sensores de carga, o que garante o nível de óleo constante. O volume a ser digitado na máquina deve ser de 20% a 50% maior que o volume total da transmissão. Aperte ‘enter’ e o equipamento inicia a troca. Todo o procedimento deve ser feito com o veículo ligado para que a troca contemple o corpo de válvulas, engrenagens e conversor de torque. O processo de troca leva em média 5 minutos. Terminado é necessário desconectar a máquina. Ao desconectar é normal um pequeno vazamento do óleo que está na tubulação. Após a troca é importante sair com o carro e avaliar as respostas do câmbio.
18) A máquina imprimi um histórico dos serviços realizados, o qual pode ser mostrado para o cliente. Nem todas as transmissões possibilitam acesso fácil ao filtro, mas sempre que possível, faça a troca de óleo do filtro, o que irá propor- cionar um melhor rendimento de todo o sistema.
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