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Raio-X – Citröen C4 Cactus THP: Mais adaptado ao Brasil

 

Citröen C4 Cactus THP reúne lições aprendidas e tem reparabilidade superior a de outros modelos da PSA

Texto: Raycia Lima
Foto: Leonardo Barboza

 

Recém-chegado ao mercado brasileiro, o Citröen C4 Cactus THP Flex tem diferenças internas e externas em comparação à versão europeia. Pesando 1.214 kg, o utilitário tem 4.170 mm de comprimento, 1.714 mm de largura e 1.563 mm de altura. Quanto à altura em relação ao solo, a versão brasileira tem 225 mm, o que a faz 36 mm mais alta que o europeu. Já em comparação seu familiar mais próximo, o Peugeot 2008, o modelo é mais estreito (tem 1.714 mm contra 1.739 mm). A plataforma é a PF1, usada nos veículos compactos da PSA, tais como o Peugeot 208 e 2008, além do Citröen C3 e Aircross.

 

A versão do SUV que avaliamos é equipada com o motor turbo THP 1.6 Flex 16V de 173/166 cv (etanol/gasolina) a 6.000 rpm. Seu torque é de 24,5 kgfm a 1.400 rpm com ambos os combustíveis. O câmbio Aisin é automático de 6 marchas. Além dessa versão, a marca ainda disponibiliza no mercado mais cinco opções de acabamento, com a opção de motor 1.6 flex de 118 cv (seja com caixa manual de cinco marchas ou automática de seis).

 

Para passar por um olhar técnico, levamos o C4 Cactus THP Flex até a oficina MotorFast, fundada em 1995 como especializada em veículos franceses.

 

MOTOR/TURBINA

 

De cara, o representante da oficina e mecânico Bruno Martinucci explicou que a Citröen resolveu no C4 Cactus THP Flex problemas crônicos que tinha em outros modelos da marca com a motorização THP a gasolina. Um desses problemas é na corrente de comando, que mesmo nos motores de baixa quilometragem, por exemplo com apenas 50.000 km rodados, apresentam barulhos. Para a troca da peça, Martinucci aponta que é necessário substituir o kit completo composto pela corrente, parafusos, guias e tensor. Mostramos todo o processo de sincronismo deste motor na matéria “Construção interna do motor THP Flex – Parte 3” (ed. 296, dezembro/2018). Toda a montagem das peças móveis deste motor também está registrada em nosso canal no YouTube (youtube.com/omecaniconline).

 

 

 

 

Outro defeito comum na versão a gasolina, segundo Martinucci, é na tampa de válvula. Esta peça tem um diafragma e caso esse diafragma rasgue e precise de manutenção na versão a gasolina, há dificuldade na troca por conta do difícil acesso. Já no THP Flex, o acesso é mais fácil. O proprietário da Motorfast comenta que explica que basta tirar a proteção e trocar o componente.O mecânico explica que dentro do diafragma passa um vácuo, fazendo uma compensação do vácuo interno do motor. Normalmente quando os clientes chegam a oficina acham que o problema é na correia de acessórios, mas na verdade é o diafragma da tampa de válvula rasgado.

 

 

 

 

 

Quando há problema na tampa de válvula, Bruno fala que o sistema do veículo faz com que acenda a luz “service” no painel, ocasionando perda de potência já que o motor THP está programado para cortar a turbina neste tipo de situação.

 

 

Outro problema apresentado até 2015 na versão do THP a gasolina era na bomba de combustível de alta pressão. Martinucci detalha que o defeito era causado por conta da corrosão, porém na versão Flex não há mais esse desgaste,
pois, o item é fabricado com mais resistência para poder aceitar álcool. “A diferença dessa bomba para as comuns é que por dentro há um banho anticorrosivo mais apurado”, comenta.

 

Na conversa, comentamos com o mecânico que alguns profissionais dizem que é necessário deslocar o motor para resolver problemas nos bicos injetores, o que para Bruno é mito, pois o acesso à peça é por cima e só é necessário a remoção da “churrasqueira” para assim chegar ao coletor de admissão e bicos.

 

Um dos componentes que deve ser ressaltado é o câmbio Aisin AT6 pela resistência. Oferece bom espaço para trabalhar caso necessite de manutenção, o quadro para se ter acesso através da suspensão é facilmente removível

 

O profissional comenta que o motor THP a gasolina dava muito problema de vazamento de óleo no sistema de lubrificação da turbina e no sensor de pressão de óleo quando já estava com alta quilometragem, porém não é algo grave. A unidade avaliada com 7 mil quilômetros não apresentava nenhum tipo de vazamento.

 

Na parte eletrônica, o C4 Citröen Cactus não deixa a desejar, já que os itens chave, modulo e BSI já vem codificados e como o próprio mecânico salienta: “A eletrônica dos novos carros da PSA foram tropicalizados para atender a nossa demanda”

 

SUSPENSÃO/FREIOS

 

Os freios são iguais ao do Citroën DS3, que possui discos de freio de 283 mm. Os freios traseiros vêm acoplados a um cubo, rolamento de roda e roda fônica do ABS, fazendo assim o preço do componente ser mais caro. O lado bom é que dificilmente é necessário o reparo do item, só em caso de desgaste. Quanto a suspensão do SUV é a mesma da linha Aircross e não traz grandes novidades: tem sistema McPherson na dianteira e eixo de torção na traseira

 

ARREFECIMENTO

 

O sistema de arrefecimento do C4 Cactus THP Flex traz duas bombas d’águas, sendo uma a bomba elétrica que vai embaixo da turbina. Martinucci explica que essa peça costuma apresentar problema elétrico, porém não tem vazamento. Já a bomba mecânica que gira pela correia de acessórios pode apresentar vazamento, mas nada cíclico.
 

“Nos primeiros modelos com o THP, o que mais dava problema é o 3008 de 156 cv. Havia muito problema na válvula termostática, porém acredito que isso mudou já que agora, quando se compra uma peça da PSA, vem junto um chicote que é uma adaptação da peça nova para o carro antigo. Por conta dessa adaptação, o problema na válvula termostática deve ter sido corrigido também” explica.

 

Em resumo, Bruno deixa claro que o C4 Cactus com motor THP Flex não tem segredo na hora da manutenção “Muita gente fala que é complicado, porém aqui em nossa oficina não tem segredo. O motor THP tem particularidades que alguns mecânicos não estão acostumados e acabam achando difícil de resolver, porém é um carro muito simples”
 

Segundo o mecânico, o maior problema da Citröen é fora da oficina, pois por conta das poucas lojas da rede no Brasil a disponibilidade de peças é restrita. Ele relata que existem casos de veículos que ficam até cinco dias parados na oficina por falta de disponibilidade de peças no estoque. Na balança, temos de um lado a manutenção que se adaptou, mas do outro, a falta de componentes à pronta entrega.

 

 

Ficha técnica

CITROËN C4 CACTUS SHINE PACK 1.6 THPFLEX
Motor
Posição: Dianteiro, transversal, flex, turbo
Cilindros: 4 em linha
Cilindrada: 1.598 cm3
Válvulas: 16V
Taxa de compressão: 10,2:1
Injeção de combustível: : injeção eletrônica direta
Potência: 173 cv (E) / 166 cv (G) a 6.000 rpm
Torque: 24,5 kgfm (E/G) a 4.500 rpm

Câmbio
Automático, 6 marchas

 

Freios
Dianteira: Disco Ventilado
Traseiros: Disco

 

Direção
Elétrica

 

Suspensões
Dianteira: Independente, McPherson
Traseira: Eixo de torção

 

Rodas e Pneu
Rodas: Liga leve, 17 polegadas
Pneus:
200/55 R17

 

Dimensões
Comprimento (mm):4.170
Largura (mm):1.714
Altura (mm):1.563
Distância entre eixos (mm): 2.600

 

Capacidades
Porta-malas: 55 litros
Caçamba: 320 litros

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