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Artigo – Controlar a manutenção por quilômetragem ou horas de funcionamento?

 

Por: Fernando Landulfo

Essa foi uma questão levantada durante o painel sobre “Flushing” no motor, ocorrido no 2º Congresso Brasileiro do Mecânico. E este assunto dá tanta margem a discussão técnica que acabou chamando mais a atenção do público do que o próprio Flushing.

 

MAS POR QUE TANTA POLÊMICA EM CIMA DE ALGO JÁ TÃO “BATIDO” E SACRAMENTADO?

 

Simples: por que os tempos mudaram. A rotina das grades cidades, assim como, dos seus habitantes sofreram profundas modificações. Assim como o trânsito, a forma de utilização dos veículos e os próprios veículos.

 

Pois é, nada mais é como a 50 ou 60 anos atrás, quando os critérios de contagem e controle dos períodos de manutenção preventiva foram definidos

 

Hoje em dia, os veículos passam muito mais tempo parados no trânsito do que rodando. Parados, mas em pleno funcionamento, porque os itens de conforto, como o climatizador, precisam funcionar.

 

Assim, tendo em vista essa nova realidade, será que o controle das manutenções preventivas por quilômetro rodado não deveria ser substituído pelo de horas trabalhadas, como ocorre com as máquinas pesadas? Com certeza é algo bastante tentador, já que se contabiliza apenas aquilo que foi efetivamente utilizado.

 

MAS SERÁ QUE FUNCIONA?

 

Se é tão bom, por que as montadoras não adotaram essa metodologia desde sempre? A resposta é bastante simples: regimes diferenciados de operação

 

ande maioria do tempo, se encontra sob duas condições bastante distintas: desligada ou operando a plena carga. Não existem engarrafamentos nas obras de terraplenagem ou nos campos de cultivo. O funcionamento em vazio (marcha lenta) ou em baixas cargas, é muito rara. Assumese então, com uma margem de segurança bastante razoável, que o equipamento opera em um único regime de funcionamento. Assim, contabilizar o uso pelas horas de trabalho torna-se bastante seguro e confortável.

 

Já nos veículos de uso rodoviário e urbano, a “conversa” é diferente. Não é seguro adotar apenas esse critério. E a razão é bastante simples: esses veículos estão submetidos a constantes alternâncias nos regimes de funcionamento. Mesmo um caminhão de transporte interestadual, ou um ônibus de uso exclusivamente rodoviário, por várias vezes, precisam enfrentar o caótico trânsito dos grandes centros urbanos, ou mesmo, os engarrafamentos nas estradas. Consequência: os lubrificantes e fluidos se deterioram mais rápido. E nós já sabemos o que ocorre quando os lubrificantes se deterioram: no mínimo uma borra para limpar. O melhor é evitar essa situação catastrófica.

 

 

MAS AS MONTADORAS JÁ NÃO PENSARAM NISSO, NÃO?

 

Pode ter certeza que sim. Atualmente, os períodos de troca de lubrificante e/ou manutenção preventiva são definidos em quilômetros rodados e horas de funcionamento. Basta verificar os computadores de bordo e manuais do proprietário de alguns modelos mais recentes.

 

Isso sem falar na manutenção por tempo decorrido, tenha o veículo funcionado ou não. Afinal de contas, os lubrificantes e os fluidos se deterioram estejam sendo usados ou não.

 

Um “mix” de critérios foi estabelecido a fim de cobrir a maioria de regimes de funcionamento a que esses veículos podem estar submetidos

 

No entanto, existe um detalhe que nem sempre é percebido, tanto pelos usuários, como pelos mecânicos: o tipo de serviço a que o veículo é submetido.

 

A maioria dos manuais do proprietário distinguem dois tipos de serviço: o normal e o severo. Via de regra o serviço severo está relacionado a sobrecarga e/ou uso constante em cidade.

 

Para essas situações os períodos de manutenção devem ser submetidos à metade daqueles praticados para o uso considerado normal. Para situações ainda mais severas, como coletivos urbanos, que trabalham supercarregados, pode-se ainda adotar a condição de uso extra severa, onde os períodos devem ser reduzidos ainda mais. Isso sem falar no uso de fluidos e lubrificantes especiais.

 

 

 

E O MECÂNICO, ONDE ENTRA NESSA HISTÓRIA?

 

Bem, cabe ao Guerreiro das Oficinas identificar o tipo de serviço a que o veículo está submetido e adequar os períodos de manutenção à realidade do modelo. É claro que convencer o cliente a gastar com manutenção em períodos bem menores daqueles que ele está acostumado não é nada fácil.

 

Outra tarefa do mecânico é, quando diagnosticado o regime extra severo, consultar a montadora para produtos mais adequados. E adivinha se vai ser fácil… É claro que não. Mas quem disse que o trabalho da oficina é fácil? Se fosse, não seriam necessários esses profissionais especiais chamados mecânicos.

 

 

Comentário em “Artigo – Controlar a manutenção por quilômetragem ou horas de funcionamento?

  1. A muitos anos atras mandei uma carta parava Montadora Fiat sobre este assunto pois acho que se adotassem manutenção tanto por KM ou por HORA teríamos uma prevenção muito maior dos veículos significando mais segurança aumento em vendas de peças e de serviços e de certa economizando ao cliente final antes mesmo do lançamento do Uno com este procedimento nem sequer obtive resposta e tenham certeza em nenhum momento pensei em obter vantagem desta montadora mais uma simples resposta já teria sido muito bom falta de respeito como sempre com nos reparadores independentes boa noite

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