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Qualidade em Série: Invista corretamente em ferramentas para a oficina


 

Você sabe quais ferramentas e equipamentos precisa realmente comprar para a sua oficina? Saiba o que avaliar antes de fazer o investimento.

 

Texto: Fernando Lalli
Foto: Arquivo

Com o aumento da tecnologia embarcada em todos os sistemas e consequente a complexidade dos veículos atuais, não dá mais para trabalhar na oficina com ferramentas de qualidade duvidosa. Por outro lado, adquirir equipamentos de alto valor sem volume de serviços que justifique a compra traz um custo para a empresa que não vai se converter em lucro futuro. Para fazer o investimento certo, o gestor da empresa de reparos de veículos deve ter o planejamento estratégico do negócio corretamente traçado para evitar prejuízos.

 

“O investimento correto em uma ferramenta ou equipamento, deve ser feito após analisar qual deve adquirir e a necessidade que a oficina tem. Esse processo é importantíssimo para evitar a compra de um equipamento que não vai ser utilizado ou que só vai ser usado esporadicamente”, afirma Sérgio Ricardo Fabiano, gerente de Serviços Automotivos do IQA (Instituto da Qualidade Automotiva), responsável pelo programa de certificação de oficinas mecânicas do instituto. “Muitas oficinas adquirem um equipamento de alto custo que fica parado, sem uso, no estoque ou em um canto da oficina. É um dinheiro empregado que vai se perder”.

 

Ele elenca quatro pontos principais que o dono da oficina deve-se levar em conta: a utilização daquele equipamento, seu custo de compra e manutenção, suas funções e características e se realmente atende à demanda de seus clientes. O especialista também fala sobre as principais gamas de ferramentas e os pontos que devem ser levados em consideração na hora de equipar a oficina.

 

INVESTIMENTO TEM QUE DURAR

 

Começando por aquilo que toda oficina deve ter: ferramentas manuais como chaves de boca, cabos de força, soquetes convencionais, torx, allen, chaves de fenda, enfim, são ferramentas de uso constante e, por isso, precisam ser de ótima qualidade. “O investimento tem que durar”, declara o especialista. Além disso, a quebra de uma ferramenta como essas durante um procedimento pode gerar até mesmo um acidente de trabalho. “Ferramentas de baixo custo podem ser feitas de metal de baixa qualidade. No momento em que o mecânico aplica força a essa ferramenta pode quebrar e causar ferimentos ao mecânico”, alerta Sérgio.

 

 

 

Ferramentas de medição e precisão também são obrigatórias em todas as oficinas para garantir a qualidade dos reparos. As mais comuns são torquímetro, paquímetro, micrômetro e relógio comparador, itens recomendados mesmo nas manutenções mais básicas de suspensão e freios. No caso desse tipo de ferramenta, a escolha do modelo deve levar em consideração a especialização de cada oficina. “O paquímetro, por exemplo, tem uma grande variedade de tamanhos. O torquímetro idem, varia de acordo com a capacidade de torque do aperto a ser aplicado”, aponta o especialista do IQA. Por isso, saber as especificações técnicas é importantíssimo para não comprar o equipamento errado.

 

 

SEGURANÇA E PRATICIDADE NO TRABALHO

 

Outro item que se tornou mandatório para aproveitar o espaço de trabalho, principalmente em oficinas localizadas em centros urbanos, é o elevador de automóveis. Antes de investir, cabe ao gestor da oficina perguntar a outros profissionais clientes das marcas de elevadores sobre o nível de satisfação com o produto, pesquisar qual é a cobertura da assistência técnica da marca e, principalmente, se aquele elevador tem qualidade e pode ser manuseado com segurança no ambiente de trabalho.

 

“Dentro da certificação de oficinas do IQA, um dos pontos avaliados é o plano de manutenção mensal, semestral e anual dos elevadores conforme orientação do fabricante. O elevador também deve conter sistemas de segurança para quando estiver na altura de trabalho não tenha a possibilidade de descer sobre o mecânico que está sob o veículo”, informa Sérgio. Além disso, o especialista observa que cada tipo de elevador possui sua vantagem e sua aplicação. Se a oficina não tiver muito espaço físico à disposição, a sugestão é avaliar a aquisição de um elevador do tipo pantográfico ao invés de um dos outros modelos.

 

 

EQUIPAMENTO CAPAZ DE ATENDER À DEMANDA

 

Cada marca de scanner oferece equipamentos com sistemas diferentes e coberturas de diferentes marcas e modelos. Por isso, é muito importante ter um banco de dados para levantar quais carros (tipo de marca/modelo) a oficina recebe com regularidade. Assim, é possível ter noção de qual scanner é o que atende melhor à clientela. Existem oficinas, principalmente as multimarcas, que utilizam dois ou até três scanners para abranger todos os modelos que atende.

 

Antes de fechar a compra, no entanto, não basta saber apenas quais veículos, versões e marcas o equipamento é capaz de atender. É necessário avaliar a capacidade de leitura (no caso, a profundidade de informações e recursos que oferece), qual é a assistência técnica oferecida e, o principal, qual é o plano de atualização de software do aparelho.

 

“Quem compra o scanner muitas vezes vê só as condições de compra que o vendedor passa na hora, mas não se informa sobre como é a atualização do sistema. Todo equipamento eletrônico precisa de atualização. Isso tem um custo e ocorre periodicamente para acompanhar o ritmo de lançamentos de veículos, que hoje em dia é cada vez mais rápido”, avalia o especialista do IQA.

 

 

TRANSFORME O INVESTIMENTO EM LUCRO

 

A avaliação da utilização é determinante para a aquisição de outras ferramentas de alto valor de compra, como compressor de ar, máquina de lavagem de peças, guincho hidráulico(girafa), macacos hidráulicos, alinhador de faróis, prensa hidráulica, multímetro, analisador de gases, equipamento ultrassom de lavagem de bico injetor, equipamentos para alinhamento de rodas, entre outros.

 

“Antes de comprar qualquer um desses equipamentos, o gestor tem que se perguntar: qual é a utilização que eu vou ter para esse equipamento? Será que a quantidade de clientes que entrará na oficina vai cobrir o investimento?”, adverte Sérgio. Por isso, é essencial ter o controle das informações da empresa, tais como, saber a quantidade de veículos atendidos, quais são esses veículos, os serviços executados em cada um – enfim, todos os dados que possam embasar a decisão por fazer ou não determinada aquisição.

 

 

O gerente de serviços do IQA dá o exemplo da manutenção do ar condicionado. O reparo desse conjunto envolve uma máquina recolhedora e recicladora de fluidos de ar-condicionado automotivo, um aparelho de alto valor de compra. Se o gestor da oficina identifica uma oportunidade de negócio e decide fazer a compra, ele deve ter ciência que há grande gama disponível no mercado de máquinas recicladoras. Ele precisa se informar sobre as condições de manutenção oferecidas pela fabricante, sobre suas especificações técnicas (capacidade de carga do equipamento), sobre o fornecimento de fluido refrigerante (R 134A) e óleo do sistema (PAG) e, ainda, requisitar a tabela de carga de ambos para cada modelo – informação que nem sempre consta nos veículos.

 

Porém, para trabalhar com ar-condicionado também é necessário comprar outras ferramentas e equipamentos como manômetro (conjunto manifold), termômetro especial capaz de medir vários pontos ao mesmo tempo para atestar a eficiência do reparo, entre outros periféricos. Sem falar no mais importante, que é a mão de obra treinada para fazer todo esse procedimento corretamente. Se o fluxo de serviços não cobre o custo de uso do aparelho, manutenção e capacitação de pessoal, a tendência é que o equipamento seja abandonado: um investimento de algumas dezenas de milhares de reais sem retorno para a oficina.

 

 

 

Por esse e outros motivos, o planejamento estratégico do negócio em si é a principal ferramenta que a oficina precisa. Quem gere a oficina tem que traçar objetivos realistas baseados no conhecimento pleno de seus processos internos, do mercado regional onde opera, quais e quantos veículos a oficina repara mensalmente até as necessidades dos clientes naquela região. Tudo isso faz parte do planejamento. Sem isso, o próprio futuro da empresa será prejudicado.

 

 

 

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