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De carro por aí | AMG faz 50 anos e vira marca

Por Roberto Nasser*

Em junho Mercedes-Benz comemorou 50 anos de criação da AMG, e ampliar seu portfólio no Brasil.

AMG
Nasceu da insatisfação de Hans-Werner Aufrecht e Ehrard Melcher, engenheiros da empresa, responsáveis pela preparação do motor 300 SE – L6, 3,0 litros, injetado – para corridas. Com a decisão da Mercedes em deixar a atividade esportiva, saíram da empresa e iniciaram melhorar carros da marca para clientes. Fizeram efeito demonstração como maior sedã da marca á época, o 300 SEL, motor V8, 6,9 l, dele arrancando tropa insólita para a época: 428 cavalos de estamina e grande resistência. Alinhou-o nas 24 Horas de Spa-Francorchamp, vencendo na categoria e fazendo surpreendente 2o lugar na classificação geral. Quebrou um paradigma: carro grande podia ter resultados esportivos.

300 SE, motor 6,9, carro de banqueiro ganha corrida. Era a AMG


Em 1980 com apoio da Mampe, produtora de bebidas servidos nos voos da Lufthansa, preparou outra inadequação, o grande cupê modelo 450 SLC fazendo-o vencer as 6 Horas de Nürburgring. Duas proezas: pelo regulamento, empregava a transmissão original, automática de 3 marchas. Efeito secundário, divulgou mundialmente as rodas BBS em liga leve. Deram um salto nos negócios, pois proprietários de cupê de 4 lugares descobriram poder obter mais performance ao automóvel. Os sempre sóbrios Mercedes tinham, enfim, personalizadores.

Bem tocaram-na até 1990, quando assinou com MB contrato para desenvolver propostas esportivas. Mercedes entendeu como o negócio poderia implementar suas vendas, tornou-se sócia em 1999, absorvendo-a em 2005.

A soma de saber superlativo com estrutura industrial e comercial deu grande salto numérico. O AMG C 36, construído sob a menor plataforma de sedã da marca, teve 5.000 unidades construídas, transformando-a em unidade com escala e processos industriais. Grande ascensão é recente, no processo interno da Mercedes-Benz rejuvenescer a marca com produtos de agrado a público de menos idade, e isto incluiu fomentar todos os segmentos: desde criar nova família de entrada, a A, até procurar conseguir melhores resultados numéricos com a divisão especial. Daí a grande demonstração de capacidade técnica ao construir Mercedes-Benz SLS AMG, primeiro esportivo não derivado dos produtos de série, mas impecável esportivo ligado ao passado, pelos largos vincos no capô e as portas de abertura vertical, para bem lembrar o icônico 300 Gull Wing da metade final dos anos ’50.

A aceleração de demanda – ao comemorar 49 anos marcou 100 mil veículos desenvolvidos pela AMG -, levou a outras decisões: torná-la companhia independente e construir seu primeiro produto, o AMG GT.

Amplitude
Não se restringe à construção ou desenvolvimento de esportivos. Sua tecnologia permeia por todos os produtos, dos A, aos utilitários esportivos G, e se caracteriza por detalhes personalistas – desde opção de potência dos motores até material para o estofamento, cor da pintura. Tudo é possível dentro da técnica e da capacidade bancária do cliente. Mudar uma cor para outra, personalizada, especial, pode custar 50 mil euros – uns R$ 180 mil…

Característica de todos os produtos, a esportividade honesta, dimensionada à performance adicional; motores longevos; itens de charme como a montagem por engenheiro, assinando plaqueta no cabeçote. O desenvolvimento dos motores obtendo grande quantidade de cavalos por litro de cilindrada permitiu à marca reduzir a cilindrada, peso e tamanho, situando o topo de maior fluxo comercial nos V8 de 4 litros, dois turbos, injeção direta, dele retirando atuais 612 cv dispostos e longevos.

O leque
São quinze as versões AMG sobre toda a linha de produtos – incluindo até o comercial Vito …. Todos os 28 revendedores de automóveis Mercedes podem encomendá-los, mas há 12 com área de dedicação exclusiva, vendedores treinados, contando com estoque de fábrica. Para atender vontades específicas – cor ou estofamento especiais – encomenda toma 180 dias.

Pico da linha, o AMG GT R extrai 585 cv e 700 Nm de torque do V8 4,0, e oferece opção conversível, o GTC C Roadster, com menor disposição em seus 557 cv e 680 Nm de torque, ambos com transmissão automática de 7 marchas. Preços de caráter imobiliário: R$ 1.065 mil e R$ 1.200 mil.

AMG GT R e sua grade Panamericana


Peugeot mostra picape. Daqui será diferente
Indústria automobilística percebeu, países em desenvolvimento consomem picapes e utilitários esportivos – e seus clones -, em quantidade industrial e corre a ocupar tal nicho. Talvez consequência da centenária disputa interna francesa, ante a decisão da Renault em ter picape, no caso versão do Frontier de sua aliançada Nissan, Peugeot acelerou e copiou o processo: com seu sócio chinês clonou o Dong Feng Rich chamando-o Peugeot Pick Up.

Conformação adequada à simplicidade do projeto e exigências de clientes: motor diesel, L4, 2,5 litros, modestos 115 cv de potência, minguados 280 Nm de torque, caixa mecânica com 5 velocidades, tração nas duas e quatro rodas, marcha reduzida, capacidade de carga de 815 kg, cabine dupla. Para trabalho, sem apelo visual.

Lançamento em setembro, destino certo, Nigéria, no continente africano, em processo de internacionalização da marca. Lá, base para se espraiar, Peugeot já montou modelos Camionnette-Bâchée da família 403 de 1956; 404, de 1967; e após 504 Pick-up até 2005.

Aqui
Não virá para a América do Sul, diz Fabricio Biondo, Vice Presidente América Latina da PSA para Comunicação, Relações Externas e Digital. Aqui, Coluna informou com antecipação, haverá picape Peugeot, mas nada a ver com a solução de urgência franco-chinesa. Mesmo executivo diz indefinido o local para fabricação – Palomar na Argentina, Porto Real no Brasil, ou montagem no Uruguai, como inaugurou processo para os veículos de carga Peugeot Boxer e Citroën Jumper. Há espaço ocioso nas duas primeiras e rapidez para a última.

Certo é, para competir com Toyota Hi Lux, Mitsubishi, Ford Ranger, Chevrolet, Nissan Frontier, VW Amarok e chegantes Renault Alaskan e Mercedes-Benz Classe X, deverá ter estímulo visual e melhor conteúdo. Não é o caso do chinês. Mostrei as fotos do Dong Feng Rich/Peugeot Pick Up a vizinho de cerca, colega de ITR, homem experiente, do interior do Goiás, e ouvi opinião sintética: Mais feio que bater ni mãe – no Dia das Mães…

Peugeot Pick Up é chinesa, Dong Feng. E não virá ao Brasil


Roda-a-Roda
Surpresa – Aliança entre Renault, Nissan e Mitsubishi com chances de liderar produção de veículos em 2017, antecipando plano para 2018. Neste ano líder Volkswagen cresceu apenas 1%, segunda colocada Toyota, 6%, e a Aliança 8%.

Fora – GM, ex líder e hoje em 4a posição, deve cair até o final do ano em seu processo de contração vendeu marcas Opel, Alemanha; Vauxhall, Inglaterra; fechou operações na Austrália, África do Sul e Índia.

Sugestão – Deveria mudar de nome. Entrou General da crise de 2009, e salva pelo governo Obama saiu bem menor. Agora cortando atividades internacionais descerá na escala de patente. Talvez seja Capitão ou Tenente Motors…

De volta – Japonesa Mazda voltou a pesquisar o motor Wankel. Pistões e anéis em forma de triângulo com pastilhas vedadoras nas extremidades, ao eliminar o movimento alternativo obtém elevada potência específica. São ideais para o futuro – mais econômicos, performáticos, menores e mais leves.

Questão – Foi experimentado no NSU RO80, antes de ser absorvido pela Volkswagen, e recentemente pela Mazda. Problema recorrente era estabilizar o alternado padrão de durabilidade. Aparentemente japoneses creem ter solução.

Motor Wankel. Simples


Começo – Pré inscrição à compra do primeiro lote do novo Peugeot 3008 acabou em tempo recorde. Modelo novo, desenho inspirado em utilitário esportivo, faz sucesso no resto do mundo. Nova cor, Metallic Cooper, preferida.

Dilma – Idem na abertura de lista ao Renault Kwid, superando meta inicial. Empresa não informa qual era, mas diz tê-la ultrapassado. Ex-presidente Dilma foi-se sem saudades, mas deixou exemplo. Lançamento 02 agosto.

Caminho – Levar carros aos consumidores, fazendo apresentação e testes coletivos, foi caminho muito praticado a partir dos anos ’20 pelas marcas intentando apresentar o bicho automóvel a insuspeitados clientes no interior do país. Eram os Road-Shows.

Fiat Argo 1,0

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