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Crise automotiva não afasta oportunidades de negócio entre Brasil e Itália

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Líderes empresariais, governamentais e associações de setor discutiram as oportunidades de colaboração e negócios na Missão Empresarial Brasil-Itália, que aconteceu nos dias 24 e 25 de novembro. De olho na retomada do setor automotivo, a Missão trouxe executivos de diversas companhias a São Paulo com o propósito de buscar oportunidades de negócios e avaliar o mercado para futuras parcerias comerciais.

A missão multi-setorial foi dividida em duas partes. A primeira aconteceu em São José dos Campos, no dia 24 de novembro, e foi dedicada ao setor aeroespacial. A segunda, envolvendo empresários do setor automobilístico e diversos outros setores (agronegócio, ambiente/energia, infraestrutura, transporte ICT – Tecnologia de Informação e Comunicação), se concentrou em São Paulo/SP, dia 25, com a realização de um Fórum Econômico que tratou das relações comerciais, quadro econômico e oportunidades de negócios entre Brasil e Itália, seguido de mesas redondas setoriais, com a discussão de temas que, entre outros, abordam estratégias para retomada da indústria automobilística à apresentação de soluções para a expansão da infraestrutura no Brasil.

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Painel setorial automotivo
Luiz Carlos Moraes, vice-presidente da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), apresentou os números mais recentes da indústria automotiva brasileira e as projeções da entidade para 2017. Apesar da queda de produção e da ociosidade de mais de 50% da capacidade instalada da indústria brasileira, a Anfavea considera que há potencial de crescimento principalmente nas cidades do interior do Brasil, com população até 500 mil habitantes. Moraes revelou que a projeção da entidade para os próximos 20 anos é que a capacidade instalada das montadoras no Brasil chegue a 7 milhões de veículos – atualmente é de 5 milhões.

Cledorvino Belini, presidente de Desenvolvimento para a América Latina do Grupo Fiat-Chrysler Automobiles e CNH Industrial, ressaltou que hoje o Brasil produz carros com a mesma qualidade dos principais mercados. Ele observou que o gráfico de produção de veículos dos últimos 30 anos revela que, historicamente, o Brasil sobe de patamar de produção após cada ciclo de crise. Belini ainda ressaltou o potencial do mercado brasileiro ao apontar que a média de habitante por veículos ainda é alta no País: 5,2 habitantes por veículo, enquanto na Itália a média é de menos de 2 habitantes por veículo.

Karina Bazuchi, da coordenação de Investimentos Estrangeiros Diretos da ApexBrasil, apresentou aos o trabalho feito pela entidade no Brasil Auto Parts, um programa com 14 empresas brasileiras do setor automotivo com o objetivo de formar parcerias empresariais internacionais.

Vice-presidente do Sindipeças, Mario Milani atentou para a gravidade da crise no setor automotivo. “Em 50 anos no setor, nunca vi uma situação igual a esta”, declarou Milani, revelando que o quadro do Sindipeças perdeu 200 empresas associadas nos últimos anos.

Já o diretor de assuntos corporativos da Pirelli na América Latina, Mario Batista, adotou discurso mais otimista, compartilhando da visão da Anfavea de que o mercado deve demonstrar reação em 2017. “Nosso otimismo é imbatível. Convidamos aos italianos que quiserem vir, porque estamos no país há 87 anos, e esse tempo é mais do que suficiente para demonstrar que a realidade (no Brasil) não é ruim, a realidade é boa. A Pirelli nunca perdeu dinheiro no Brasil”, afirmou Batista. “O Brasil está passando por uma fase, mas eu acho que (o País) vai sair melhor da crise. É o momento”, finalizou.

Presente também ao painel setorial, o Vice-Ministro do Desenvolvimento Econômico da Itália e líder da missão empresarial, Ivan Scalfarotto, declarou que o setor automotivo tem papel histórico essencial na relação comercial entre Itália e Brasil, não só com as grandes empresas, mas também com as pequenas e médias empresas.

O evento contou com os apoios de Fiesp-Ciesp, Banco do Brasil, Febraban e das Agências Espaciais do Brasil e da Itália, e envolveu todo o chamado Sistema Itália (rede de instituições italianas, coordenadas pela Embaixada da Itália, que reúne, além da própria ITA, os consulados e a Banca Central Italiana).

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