Cofap aborda “mitos e verdades” sobre a manutenção de sistemas de suspensão automotiva
Entre os principais componentes do sistema de suspensão, o amortecedor é um item fundamental para a segurança do motorista e dos ocupantes do veículo. Ele é responsável por manter os pneus sempre em contato com o solo, garantindo a estabilidade do automóvel nas mais diversas condições de piso.
A Cofap está presente no mercado brasileiro e de exportação há cerca de 70 anos e possui cobertura de 98% da frota circulante e ultrapassa o número de 1.700 códigos ativos de amortecedores para as linhas leve, pesada e duas rodas, além de itens destinados para os segmentos industrial e agrícola.
A fabricante esclarece os principais mitos e verdades sobre os amortecedores de suspensão.
A revisão do componente deve ser periódica?
Sim. Pelo fato de ser um item importante para a segurança do veículo, o amortecedor deve passar por revisão periódica, considerando que nem sempre os efeitos gerados por amortecedores avariados, com perda de eficiência, podem ser percebidos pelo motorista. Os componentes internos do amortecedor como tubo de pressão, pistão, molas e válvulas sofrem com a fadiga e o desgaste natural conforme a intensidade do uso, ou seja, se o veículo trafega por vias em boas condições pode ter uma durabilidade maior do que aquele que trafega em vias que apresentam más condições. Eventuais avarias nesses componentes internos podem não ser detectadas em exame visual e, por isso, devem ser avaliados por profissionais qualificados durante as revisões. Assim, as revisões periódicas devem acompanhar os intervalos recomendados pelo fabricante do veículo, e também, antecipadamente, em casos no qual o usuário perceba algum tipo de ruído na suspensão ou sinta alguma mudança na performance do veículo.
Amortecedor precisa ter selo do INMETRO?
Sim. Os amortecedores destinados à linha leve comercializados no Brasil devem possuir o certificado do INMETRO, que garante a qualidade da peça para o mercado de consumo. Isso acontece justamente pelo fato de o amortecedor ser um dos itens de segurança mais importantes do veículo. Por isso, na hora de substituir o componente é essencial procurar por uma marca que seja referência pela qualidade, confiabilidade e garantia. A certificação Inmetro também é obrigatória para amortecedores importados. O processo de certificação do Inmetro exige auditoria nas fábricas e que os amortecedores sejam testados em laboratórios credenciados segundo uma série de parâmetros técnicos determinados pelo próprio Inmetro. Se atendidos esses parâmetros, o certificado é concedido exclusivamente para cada fábrica e para os amortecedores ali produzidos. A certificação está sujeita, ainda, a um processo de manutenção anual, ou seja, lotes aleatórios de amortecedores devem ser submetidos a novos testes, anualmente, em laboratório credenciado, para garantir a manutenção do certificado. Caso haja não-conformidades, o Certificado é suspenso. Os amortecedores que conquistam o certificado devem apresentar, obrigatoriamente, o selo Inmetro gravado no tubo externo e também nas embalagens, de maneira que o consumidor esteja certo de estar adquirindo um produto qualificado.
Amortecedores podem ser recondicionados?
Segundo a fabricante, não, não devem ser recondicionados, inclusive porque são produtos compulsoriamente certificados pelo Inmetro e ao passarem por “recondicionamento” perdem as características aprovadas pelo órgão. Trata-se de amortecedores que foram descartados e, a título de “recondicionamento”, recebem uma pintura nova ou, no máximo, tem o óleo original substituído por um fluido fora dos parâmetros exigidos para o seu correto funcionamento. Vale informar que o óleo utilizado no interior dos amortecedores de suspensão é desenvolvido especificamente para esse tipo de componente, segundo formulações especiais, adequadas às temperaturas e características de trabalho exclusivas. Além do óleo, dependendo do amortecedor, pode haver mais de 50 componentes internos que também sofrem desgastes e que não podem ser substituídos no “recondicionamento”. Esses componentes não são encontrados no mercado e, dessa maneira, não há como o recondicionador substituí-los. Essa condição certamente prejudica muito a eficiência do amortecedor e a sua eficácia, comprometendo diretamente a segurança.
Amortecedor em mau estado pode causar acidentes?
Sim. A estabilidade, conforto e segurança ficam diretamente comprometidos se os amortecedores não estiverem atuando corretamente. Amortecedores com desgaste ou recondicionados prejudicam a precisão nas curvas, pois os pneus perdem a aderência com o solo. Também prejudicam a dirigibilidade durante a frenagem do veículo, comprometendo a segurança do motorista e dos passageiros. Além disso, nos dias de chuva, pode ocorrer aquaplanagem com mais facilidade. Amortecedores em mau estado podem, ainda, interferir na vida útil de outros componentes do sistema de suspensão.
A substituição deve ser feita sempre em pares?
Sim. A recomendação é que a substituição de amortecedores seja feita sempre aos pares, para cada eixo. Isso porque, se um amortecedor novo trabalhar em conjunto com outro usado (mesmo que ainda esteja em condições de uso) num mesmo eixo, poderá haver um desequilíbrio, prejudicando a dirigibilidade. A manutenção veicular e a substituição de qualquer componente devem ser realizadas preventivamente, conforme a percepção do motorista e o diagnóstico periódico efetuado por profissional qualificado.
Amortecedor possui prazo de validade?
Não. A durabilidade dos componentes da suspensão depende da maneira como o veículo é conduzido ou utilizado e do tipo de terreno em que comumente trafega. Quanto mais agressivo o modo de dirigir e piores as condições do pavimento, mais esforços serão impostos aos componentes da suspensão, comprometendo a sua vida útil. As peças de um veículo que circula apenas em estradas de terra certamente sofrerão muito mais impactos e estarão expostos a muito mais esforços do que outro que circula em pavimentos asfaltados e sem buracos. Assim, os componentes da suspensão poderão apresentar avarias em menos tempo.