Versão topo de linha traz motor turbo T200 com 130 cv e 20,4 kgfm de torque, já conhecidos do mecânico
texto Vitor Lima fotos Diego Cesilio / Divulgação Stellantis
Com lançamento no segundo semestre de 2024, o Citroën Basalt se posiciona no mercado como o SUV Coupé mais barato do Brasil e, em 2025 até o mês de abril, já emplacou 6.579 unidades de acordo com os dados da Fenabrave.
Atualmente o SUV é comercializado em três versões, a Feel MT, única versão com câmbio manual de cinco marchas e motor 1.0 Firefly de 75 cv e 10,7 kgfm de torque, e as versões Feel AT e Shine com motor 1.0 turboalimentado de 130 cv e 20,4 kgfm de torque, com câmbio automático do tipo CVT de 7 marchas simuladas.
A Revista O Mecânico analisou a versão Shine, topo de linha, que tem como atrativo não só o motor turbo, mas o espaço interno aliado ao preço competitivo no segmento de SUVs tanto que o modelo tem sido o mais vendido da marca nos últimos dois meses.
O Citroën Basalt conta com 4.343 mm de comprimento, 1585 mm de altura, 2.014 mm de largura e 2.645 mm de entre eixos, permitindo que o espaço interno do SUV seja um de seus pontos fortes, contando com bancos em couro, central multimídia de 10 polegadas com conexão a Apple CarPlay e Android Auto sem fio e ar-condicionado digital.
Até o momento, o Citroën Basalt Shine parte de preços de R$ 109.490 e, para analisar as condições de manutenção do SUV Coupé, convidados Ulisses Miguel, coordenador Técnico da Revista O mecânico e proprietário da oficina Mecânica de Autos Prof Xará, localizada em São Caetano do Sul, São Paulo.
Cofre do motor
Para o arrefecimento do motor (1), o mecânico deve ter atenção ao fluido que está sendo utilizado, pois, há duas recomendações de períodos de troca para o Basalt. Os veículos que utilizam o fluido na cor azul, é recomendado a substituição a casa 80 mil km ou 3 anos. Já os carros com o líquido de arrefecimento na cor rosa, tem o prazo troca de 240 mil km ou 10 anos. O fluido utilizado é o Supercoolant diluído, homologado pela Citroën. Em casos de uso severo do veículo, os prazos de substituição devem ser reduzidos pela metade.
Outro ponto que necessita de atenção é o acesso ao TBI (2) do motor. De acordo com Ulisses, o acesso não é facilitado e exige a remoção de outros componentes acima. “Para ter acesso ao TBI, é necessário desmontar toda a parte que está à frente do componente”.
Na sustentação lateral do motor, o coxim (3) utilizado é o mesmo de outros veículos que tem o motor T200 da Fiat, conforme o mecânico. “Se prestar atenção no coxim lateral do motor, perceberá que é o mesmo utilizado em todos os carros que usam o motor T200. Em caso se substituição, o acesso não está difícil”.
Próximo ao coxim lateral do motor estão as válvulas de serviço do ar-condicionado (4). O acesso não costuma ser complicado ao mecânico e está facilitado no Citroën Basalt.
A sonda lambda pré-catalisador (5) encontra-se a frente do motor, próxima ao eletroventilador e não causa nenhuma dificuldade ao mecânico que deseja verificar o componente.
O módulo de injeção está ao lado da bateria de 12V (6). Logo atrás, fica o reservatório do fluido de freio que tem indicação de utilização do DOT4 para o sistema de frenagem. A Citroën recomenda que a substituição do fluido seja realizada a cada 2 anos, independente da quilometragem.
Por se tratar de um motor turboalimentado, há uma bomba de vácuo (7) para o sistema de frenagem.
Para acessar a fixação superior dos amortecedores dianteiros, é necessário retirar a proteção plástica abaixo do para-brisa, popularmente conhecida como “churrasqueira” entre os mecânicos. “Acho que não teria problemas se fosse feita uma tampa para dar acesso as fixações superiores dos amortecedores, o que facilitaria no momento da manutenção desse componente”, informa Ulisses sobre a proteção não possuir nenhuma área se acesso, exigindo que seja feita a remoção por completo.
Undercar
O sistema de frenagem dianteiro do Citroën Basalt Shine é composto por freio a disco ventilado (8), e na traseira é utilizado o sistema de freio a tambor.
Para a suspensão do SUV coupé mais barato do Brasil não há nada diferente do convencional em outros veículos. Porém, vale a pena citar que as bandejas de suspensão utilizam pivôs rebitados (9).
Sem proteções na parte inferior do Basalt, o acesso ao cárter da caixa de transmissão (10) é simples. Para esgotamento do fluido o bujão é bem localizado, porém, a Citroën não informa prazos para substituição do óleo de câmbio automático, que utiliza o lubrificante CVT Fluid FE JWS 3401 Mobil.
O trocador de calor do câmbio (11) também é fácil de ser acessado. “Vale a recomendação de ficar em alerta com o líquido de arrefecimento, realizar as trocas nos períodos recomendados pelo fabricante para não ter problemas de misturar o fluido com óleo”, alerta Ulisses. “Atualmente é comentado para realizar a substituição do óleo de câmbio a cada 40 mil quilômetros para não correr riscos”, acrescenta.
Para escape dos gases provenientes do processo da combustão interna do motor, o sistema de escape é composto por uma malha para evitar vibrações, o silencioso intermediário (12) e o traseiro (13).
A suspensão traseira utiliza eixo de torção com molas helicoidais e amortecedores tubulares (14).
O filtro de combustível (15) está próximo do eixo traseiro, ao lado das tubulações do sistema de recirculação de gases, e deve ser substituído a cada 20 mil km ou 12 meses, o que ocorrer primeiro. Vale lembrar que, em caso de uso severo, a substituição deve ocorrer na metade do tempo indicado.
Ulisses gostou dos aspectos de manutenção do Citroën Basalt Shine. “Ele tem uma mecânica simples, convencional, na qual não tem maiores problemas para realizar a manutenção como o uso de ferramentas especiais, é um carro fácil de fazer manutenção, eu gostei”.