Tecnologia de comunicação de quinta geração (5G) vai trazer grandes melhorias à segurança do trânsito, novos serviços e também ajudar na paulatina criação de cidades inteligentes. No entanto, ainda demora até os seus efeitos reais chegarem ao dia a dia nas ruas e estradas brasileiras. Desde o começo de outubro último todas as capitais e o Distrito Federal recebem sinais 5G, conforme compromisso assinado entre a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e as operadoras de telefonia.
A 5G apresenta grandes vantagens em termos de latência (tempo entre enviar um comando e receber a resposta), velocidade de tráfego de dados 50 a 100 vezes maior, capacidade de conectar muito mais celulares simultaneamente sem perder desempenho e ainda aumenta a durabilidade da bateria. As antenas são compactas, contudo têm alcance menor exigindo maior número de instalações.
Por enquanto, só alguns modelos de automóveis ao redor do mundo podem interagir com a 5G. Um deles é o elétrico BMW iX, vendido no Brasil, mas sem habilitação à rede veloz. Mesmo quem já possui um celular compatível pode verificar que o sinal aparece de forma intermitente. Pode ser comparada, por enquanto, a um vaga-lume com a diferença que fica muito pouco tempo ativa. Até 2029 as operadoras terão que instalar o serviço em todos os municípios a partir de 30.000 habitantes.
Antônio Azevedo, fundador e CEO da LogiGO, afirma que não é essencial a 5G para funcionamento do V2X (sigla em inglês para comunicação do veículo com tudo em volta). “Carros que operam com câmeras já se beneficiam mesmo com a 4G, desde que esta rede seja suficientemente robusta e universalizada. Analisam tudo ao seu redor, enquanto se está dirigindo”, afirma.
A rápida velocidade da 5G aumenta bastante a possibilidade de evitar acidentes como engavetamentos e outros tipos de colisão, além de atropelamentos, porque câmeras, radares e lidares (estes atuam com raio laser) podem identificar risco de acidente iminente, mesmo no escuro. Se todos os veículos estiverem conectados, haverá um trânsito muito mais seguro.
Carros autônomos também se tornarão melhores com a rapidez da nova rede. Outro grande avanço será a atualização do aparato eletrônico dos veículos pelo ar (OTA, na sigla em inglês). E isso beneficia não apenas carros 100% elétricos, porém igualmente híbridos e com motores só a combustão.
Mesmo assim, ainda não se pode projetar uma data para um trânsito com zero acidente. Todavia já se comenta no exterior os primeiros estudos sobre tecnologia 6G. O céu literalmente não tem limites.
Pulse Abarth: desempenho coerente com a proposta
A Abarth começou como fabricante de escapamentos especiais e acabou ficando famosa por suas fórmulas muito bem elaboradas de melhorar o desempenho de carros, mas não de SUVs ou crossovers. Adquirida pela Fiat em 1971, o projeto do Pulse Abarth foi desenvolvido em Betim (MG) em conjunto com engenheiros da Itália.
O aspecto externo mostra alguns exageros nos apliques em preto e no número de “escorpiões” (símbolo da Abarth por ser o signo astrológico do seu fundador, Carlo Abarth), fora e dentro do carro. Contudo, a retirada das barras de teto melhorou o visual, assim como novas rodas de 7 x 17 pol., pneus mais largos 215/50 R17, distância livre do solo diminuída em 80 mm e caixa de câmbio automática epicíclica Aisin de seis marchas com relações mais curtas e adequadas à proposta em substituição à CVT de seta marchas do Pulse normal.
Como toque final amortecedores e molas um pouco mais rígidos e barra antirrolagem dianteira de maior diâmetro, sem comprometer em demasia o conforto de marcha, pelo menos na pista do Autódromo de Tarumã (RS), onde pude guiar o carro. No dia a dia das ruas brasileiras deve incomodar um pouco, mas dentro do que se espera na relação estabilidade-conforto. O motor é o mesmo de outros Fiat e Jeep: 1,3 L turbo de 185 cv (E)/180 cv (G) e 27,5 kgf.m, porém recalibrado para torná-lo mais “nervoso” nas respostas ao acelerador. O escapamento emite ronco esportivo, sem excesso.
Na parte interna destaque para apliques em vermelho e o botão Poison (veneno, em inglês) no raio direito do volante. Com este acionado o controle eletrônico de estabilidade fica mais permissivo, sem nunca ficar totalmente inativo — o suficiente para os mais habilidosos provarem sua capacidade, sem expor a riscos exagerados os menos hábeis. A Fiat informa 0 a 100 km/h em 7,6 s e máxima de 215 km/h. Por R$ 149.990 atende as expectativas neste segmento restrito do mercado.
Alcance de mais de 1.000 km no híbrido BYD Song Plus DM-i
O SUV grande da marca chinesa impressiona logo à primeira vista por suas dimensões e estilo, se não arrebatador, pelo menos acompanhando de perto os concorrentes alemães. O alemão Wolfgang Egger, ex-Audi, e o italiano Michele Jauch-Paganetti, ex-Mercedes-Benz, cuidaram do exterior e do interior, respectivamente. Destacam-se distância entre eixos de 2,76 m, assoalho plano para maior conforto dos três passageiros no banco traseiro incluindo encosto regulável e um enorme porta-malas de 574 litros com comando elétrico de abertura e fechamento.
Posição de guiar, maciez e bom suporte lateral dos bancos dianteiros, um quadro de instrumentos bem desenhado e com informações programáveis, materiais de alta qualidade e uma imponente tela do multimídia de 12,8 pol., ajustável para posição vertical ou horizontal, chamam atenção. No entanto, não há espelhamento de celular, embora as câmeras de 360 graus propiciem uma visão em alta resolução de tudo que se passa ao redor do veículo. Em dia ensolarado como o da rápida avaliação por cerca de 100 quilômetros, as marcas de dedos dificultaram o uso da tela.
O Song Plus DM-i é um híbrido plugável com um motor a gasolina de 1,5 L/110 cv/13,8 kgf.m e outro elétrico de 179 cv/32,2 kgf.m. A potência combinada dos dois motores é de 235 cv. Impressiona o isolamento acústico do cofre com o motor a combustão funcionando a maior parte do tempo para acionar um gerador que mantém carregada a pequena bateria (8,3 kWh). Alcance no modo puramente elétrico de apenas 51 km. Aceleração de 0 a 100 km em 8,5 s é dentro do que espera para sua massa de 1.700 kg.
Mais impressionante é o seu alcance total com os dois motores. O tanque tem 52 litros e pelo que mostrou em termos de consumo no quadro de instrumentos pode rodar até 1.160 km em cidade e 1.020 km em estrada. Preço atraente entre híbridos plugáveis: R$ 269.990.
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