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Especial: Boa reparação no ano que vem

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Um panorama de como foi o ano que passou no segmento da reparação brasileira, a opinião dos experts do setor e dos que viveram na pele um ano cheio de trabalho, os mecânicos. Que venha 2012!

Carolina Vilanova

Victor Marcondes

Arquivo

 

Tá cansado? Trabalhou bastante nesse ano, conheceu novas tecnologias, participou de eventos e colocou em dia a sua capacitação profissional? Então, pra você, o ano que passou já está com gostinho de missão cumprida. Afinal, foi um período bem movimentado no setor da reparação, não é mesmo? Se você aproveitou, parabéns! Podemos garantir que tanto você quanto o seu negócio cresceu. E se ligue que vem mais por aí. Se 2011 foi um ano bom para o nosso setor, as previsões prometem que os novos tempos serão melhores ainda.

 

Esse fenômeno de crescimento econômico que o Brasil vem vivendo nos últimos anos – lembre-se que nem a crise de 2009 abalou as estruturas tupiniquins – de alguma maneira refletiu num fortalecimento do segmento automotivo como um todo. Mesmo porque a indústria de veículos já era uma locomotiva da economia brasileira. Temos hoje, de acordo com dados do Sindipeças, uma frota circulante de 40 milhões de veículos (incluindo as motos) em todo o País e a estimativa é continuar crescendo 7 % ao ano.

 

Neste ano, por exemplo, foram produzidos 3,5 milhões de carros, e o Sindipeças fez as contas: a perspectiva é de que em 2015 a nossa frota circulante seja de 50 milhões de veículos. E esse crescimento está inserido em toda a cadeia automotiva, ou seja, não podemos esquecer que as oficinas mecânicas fazem parte da cadeia automotiva e deve acompanhar esse desenvolvimento do setor.

 

Vamos bater na tecla mais uma vez, que nunca é demais: por isso é que a atualização é tão importante para o mecânico. Aproveitar esse aquecimento e aumentar o fluxo de veículos na sua oficina, traduzindo: ganhar dinheiro. Além do aumento da frota circulante, existem alguns fatores que ajudam a incrementar o movimento nas oficinas: a inspeção veicular e programas de incentivo à manutenção, como o Carro e Caminhão 100%, são os principais.

 

“Percebemos que a preocupação com a manutenção preventiva tem aumentado consideravelmente no Brasil. De 2005 para 2010, houve incremento de 10 pontos percentuais. Isso significa que o motorista está levando o veículo à oficina para fazer revisão. Dados da Gipa revelam, por exemplo, que, em 2010, 54% dos veículos com cinco anos de uso foram à oficina fazer revisão preventiva, enquanto que, em 2005, esse índice era de 44%”, avalia Antônio Carlos Bento, coordenador do GMA – Grupo de Manutenção Automotiva, e vice-presidente do Sindipeças.

 

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Bento, do GMA, acredita no crescimento do setor

 

E se estamos produzindo cada vez mais carros, e tem mais fábricas chegando no nosso pedaço, isso significa que a reparação vai acompanhar esse tempo e seguir crescendo. Então, se preparar tecnicamente é essencial para atender a essa demanda que está chegando e fazer o seu negócio crescer. Então, mecânicos de plantão, aproveitem! O mercado está para a reparação.

 

“De acordo com nossas pesquisas, fazemos uma conjuntural a cada 3 meses, o mercado cresceu perto de 11% entre Setembro de 2010 e Setembro de 2011. Nossa aposta de crescimento, feita no ano passado, está se confirmando, de acordo com essa pesquisa”, esclarece Bento.
Ainda de acordo com dados do Sindipeças, o mercado de peças de reposição está crescendo em média 10% ao ano, e isso se deve principalmente ao aumento da frota circulante nos últimos anos. A previsão para o fechamento de 2011 é de continuidade desse índice.

 

Antonio Fiola, presidente do Sindirepa-SP, concorda com essa previsão. “O setor de reparação de veículos continua aquecido por conta da inspeção ambiental veicular e também pelo aumento da frota circulante. Devemos chegar ao patamar de 2010, quando as 92.100 oficinas espalhadas pelo País registraram faturamento de R$ 29,3 bilhões em 2010, o que representa incremento de 24,7% em relação ao resultado de 2009 e o melhor desempenho do setor nos últimos seis anos”, afirma.

 

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“Precisamos estar preparados e capacidados”, diz Fiola

 

Fiola afirma que o maior volume de veículos se concentra na região sudeste do País com 55% do total da frota, sendo o Estado de São Paulo com 35%, Minas Gerais 11% e Rio de Janeiro 8%. Os estados do sul também têm grande volume de veículos: Paraná acumula 8,4% e Rio Grande do Sul 7,9%.

 

Ele também atenta o mecânico sobre assuntos relacionados com gestão do negócio, capacitação dos profissionais e investimento em equipamentos. “É preciso estar atualizado para atender as novas tecnologias que são aplicadas nos veículos. Se por um lado o setor está em um bom momento, o empresário tem esses desafios para enfrentar”, complementa.

 

Para Bento, é fundamental que o trade da reposição fique atento às movimentações do mercado, principalmente às investidas de novos entrantes que estão modificando o desenho e a abordagem ao consumidor final. “Atravessamos um momento um tanto turbulento provocado pela crise européia. Os seus efeitos nesta parte do globo ainda são um tanto nebulosos. Deixando isso, momentaneamente, de lado, acreditamos que o ritmo de crescimento será mantido e impulsionado, principalmente, pelo aumento da frota circulante e pelos cuidados crescentes do motorista com relação à manutenção do seu veículo”, complementa.

 

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Na opinião dos reparadores

 

No ano de 2011, os mecânicos sentiram a pressão por atualização, mas nem todos viram crescimento de fluxo. Jerônimo Bastos, gerente técnico do Centro Automotivo AMB, de São Paulo, teve o ano agitado e acredita que os profissionais da reparação estão se atualizando cada vez mais. “Para facilitar essa busca do reparador, houve muitas palestras, feiras e eventos, e isso foi muito bom”.

 

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Jerônimo teve o ano agitado na oficina

 

Para ele a obrigatoriedade da inspeção ambiental foi algo positivo para as oficinas. “No meu centro automotivo houve aumento de 60% nas revisões preventivas. Antes os motoristas de carros mais novos não vinham fazer verificação. Agora há veículos até com dois anos de uso que passam por aqui antes de ir até a Controlar. Além disso, as oficinas tiveram que se adequar a essa realidade, comprando equipamentos modernos e atualizados para atender os veículos mais tecnológicos”, afirma.

 

“Para o ano que vem espero que a consciência do reparador continue a evoluir. Do ano passado para este ano já houve uma grande diferença, mas desejo que isso continue a aumentar. Mas fora do eixo Rio, São Paulo, Minas Gerais e Paraná, há muita carência de conhecimento técnico. Torço para que ações como a inspeção ambiental se alastrem por todo o Brasil, contribuindo para que a informação seja mais bem difundida em outras regiões”, complementa.

 

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Josmar sentiu que inspeção aumentou o fluxo

 

Já Josmar Boschetti, sócio proprietário e mecânico da Especializada Josmar, também da cidade de São Paulo, sentiu uma leve queda na sua oficina. “Comparando com o ano passado o volume de veículos que passou pela oficina foi menor. Infelizmente, ainda o motorista não se prepara para fazer manutenção preventiva. Neste final de ano, por exemplo, a situação está atípica com pouco carro fazendo revisão. Isso ocorre porque os carros estão quebrando menos em razão da alta tecnologia empregada, além da garantia das montadoras que está ficando maior e troca contínua da frota por conta da boa economia”, explicou. Mas concorda que a inspeção fez com que a oficina tivesse mais movimento.

 

Em relação à capacitação profissional, ele acredita que a constante mudança de tecnologia sempre foi a maior dificuldade dos profissionais da reparação. “Todo ano vamos em busca de informação, acessando bancos de dados como o CDI do Sindirepa. E isto não ocorre apenas no Brasil. Oficinas na Europa, como a Alemanha, sofrem com o mesmo drama. A única diferença é que recentemente eles conquistaram a Lei Montti, que obriga as montadoras a conceder informações aos reparadores independentes”, avalia Jormar, esperando que essa situação mude em breve.

 

Parabéns aos reparadores

 

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“O Dia do Mecânico é uma maravilha”, diz Jerônimo. “Todo aniversariante gosta de receber os parabéns pela sua data. Embora eu ache que esse dia tão importante deveria ser lembrado com mais carinho e atenção, principalmente por parte da mídia. Temos sempre que dar os parabéns para este importante profissional para a sociedade. Sempre vale soprar as velhinhas, desde que não sejam as de ignição!”, comemora.

 

Josmar também celebra: “o Dia do Mecânico é uma data para festejar a nossa profissão e honrá-la. É comum ter festas exclusivas para o reparador neste período, com certeza vou curtir junto da minha equipe”, finaliza.

 

Bom, o ano que vem está aí e muita coisa vai mudar e vai refletir em melhorias para o nosso setor. A certificação obrigatória de peças pelo Inmetro deve mexer um pouco com o mercado e o reparador deve tomar consciência disso se quer atender bem o seu cliente. Do mais, basta se dedicar e divulgar a sua oficina, que certamente os clientes vão chegar e voltar. Dê um bom atendimento que ele volta satisfeito e ainda indica você para os amigos. Vamos arregaçar as mangas e colocar em prática o que você aprendeu no último ano. Boa reparação para todos no ano que vem.

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