A Audi colocou seus dois carros no alto do pódio da Le Mans 6 Horas de São Paulo, disputada no Autódromo de Interlagos neste domingo, 1º/07. A corrida, válida pelo Campeonato Mundial de Endurance (FIA WEC), foi vencida pelo protótipo R-18 e-tron quattro pilotado por André Lotterer, Benoit Tréluyer e Marcel Fässler, atuais campeões da categoria. Em segundo lugar, chegou o outro trio da equipe alemã, formado por Tom Kristensen, Loic Duval e Allan McNish.

Benoit Tréluyer e Marcel Fässler: os vencedores da tarde
A vitória do carro nº1 da Audi valeu pela categoria LMP1, que abriga os protótipos mais potentes (veja abaixo a diferença entre as categorias). O Campeonato Mundial de Endurance abriga outras três categorias, que também tiveram seus vencedores: na LMP2, o trio vencedor foi Roman Rusinov, John Martin e Mike Conway, da equipe G-Drive, pilotando um protótipo Oreca 03-Nissan.

John Martin e Mike Conway, vencedores na categoria LMP-2
Na GTE-Pro, categoria onde corre o brasileiro Bruno Senna, a vitória ficou com os rivais da AF Corse-Ferrari, os também ex-pilotos da Formula 1 Gianmaria Bruni e Giancarlo Fisichella. Por fim, na categoria GTE-Am, a dupla da Aston Martin, Stuart Hall e Jamie Campbell-Walter, chegou à frente após as seis horas de prova.

conseguiu a vitória na GTE-Pro
Na largada, dada às 12h de domingo, o Audi nº2 pilotado por Tom Kristensen, ganhou a primeira posição do outro modelo da equipe, conduzido por Marcel Fässler. A única ameaça ao reinado alemão na corrida era o protótipo híbrido TS030 da Toyota – pilotado pelo trio Anthony Davidson, Sébastien Buemi e Stephane Sarrazin –, que ficou de fora com apenas 35 minutos de corrida. Com o francês Sarrazin ao volante, então em terceiro lugar, o Toyota acabou batendo em um Lotus da categoria LMP2, retardatário, na Curva do Sol.

para a vitória tranquila dos carros da Audi
Sem o carro japonês na pista, a equipe independente Rebellion Racing, com um Lola B12/60, rumou tranquila para o pódio com seu trio de pilotos: o suíço Mathias Beche, Nicolas Prost (filho de Alain Prost) e o ex-F1 Nick Heidfeld, que chegaram cinco voltas atrás dos vencedores.

chegou ao pódio da LMP1
Mas o passeio da Audi teve momentos de tensão, quando o carro nº2 com Loic Duval, teve problemas com uma roda solta após um pit stop, e que curiosamente acabou rebatendo no guard rail e caindo em cima do próprio carro. Com esse incidente, e mais uma punição por excesso de velocidade nos boxes, o Audi nº2 acabou perdendo terreno para seus companheiros de equipe, terminando na segunda posição.

“Não estávamos superiores aos nossos companheiros, durante todo o final de semana estivemos próximos, inclusive com o carro da Toyota”, disse Andre Lotterer, um dos vencedores da tarde. “Conseguimos fazer dois trechos sem trocas de pneus e de pilotos, então acho que o carro se comportou bem, sem problemas, chegamos onde queríamos”.

foi o vencedor na categoria GTE-Am
Já pela categoria LMP2, a vitória ficou com o Oreca 03-Nissan da G-Drive Racing, pilotado por Roman Rusinov, John Martin e Mike Conway. Os segundos colocados foram Bertrand Baguette, Ricardo Gonzalez e Martin Plowman, que chegaram uma volta atrás dos vencedores com um Morgan-Nissan da OAK Racing. Em terceiro, outro Oreca 03-Nissan, este, preparado pela Pecom Racing e pilotado por Luis Perez Companc, Nicolas Minassian e Pierre Kaffer. “Foi bom, no começo consegui abrir bastante no tráfego, depois que parei troquei os pneus e consegui abrir mais. Foi um bom final de semana, uma boa corrida e conseguimos conquistar nosso objetivo”, disse Mike Conway, ex-piloto da Formula Indy, após a corrida.

após um acidente
Dia difícil para os brasileiros
Os dois brasileiros nas 6 Horas de São Paulo, Bruno Senna, piloto da Aston Martin na GTE-Pro, e Fernando Rees, da Labre Racing na GTE-Am, tiveram um domingo de problemas em Interlagos. Bruno Senna estava tentando recuperar posições após uma má classificação – apenas o 6º colocado em sua categoria – quando se envolveu em um acidente na Curva do Laranjinha após a rodada de uma Ferrari, que quebrou a suspensão traseira de seu Aston Martin Vantage V8, forçando-o a abandonar duas voltas depois. “Foi um dia para esquecer”, lamentou o piloto.
A corrida da LMGTE-Pro teve ainda outro acidente forte com a Ferrari 458 Itália de Kamui Kobayashi e Toni Vilander, que pegou fogo na pista durante o turno de pilotagem do finlandês, obrigando a entrada do Safety Car.

Já Fernando Rees, cujo Chevrolet Corvette CX6-ZR1 também não se classificou bem na GTE-Am, celebrou o 6º lugar após uma tarde de muito trabalho no autódromo paulista ao lado de seus companheiros de volante, os franceses Patrick Bornahauser e Julien Canal. Fernando ainda ganhou um prêmio especial, o de melhor brasileiro na Le Mans 6 Horas de São Paulo, que lhe rendeu um troféu entregue pelo organizador da prova, Emerson Fittipaldi.
Confira a classificação final da Le Mans 6 Horas de São Paulo
Etapa válida pelo FIA World Endurance Champioship (WEC) – Campeonato Mundial de Endurance
Categoria LMP1
1) André Lotterer/Benoit Treluyer/Marcel Fässler (Audi R18 e-tron quattro/LMP1) – 235 voltas
2) Tom Kristensen/Loic Duval/Allan McNish (Audi R18 e-tron quattro/LMP1) – a 3 voltas
3) Nicolas Prost/Nick Heidfeld/Mathias Beche (Rebellion Racing-Lola B12/60 Coupé-Toyota/LMP1) – a 4 voltas
4) Anthony Davidson/Sébastien Buemi/Stephane Sarrazin (Toyota TS030/LMP1) – a 210 voltas
Categoria LMP2
1) Roman Rusinov/John Martin/Mike Conway (G-Drive Racing/Oreca 03-Nissan/LMP2) – 222 voltas
2) Bertrand Baguette/Ricardo Gonzalez/Martin Plowman (OAK Racing/Morgan-Nissan/LMP2) – a 1 volta
3) Luis Perez Companc/Nicolas Minassian/Pierre Kaffer (Pecom Racing/Oreca 03-Nissan/LMP2) – a 1 volta
4) Christian Zugel/Gunnar Jeannette/Bjorn Wiedheim (Greaves Motorsport/Zytek Z11SN-Nissan/LMP2) – a 5 voltas
5) Jaques Nicolet/Jean-Marc Merlin/Keiko Ihara (OAK Racing/Morgan-Nissan/LMP2) – a 8 voltas
6) Olivier Pla/David Heinemeier Hansson/Alex Brundle (OAK Racing/Morgan-Nissan/LMP2) – a 10 voltas
7) Tom Graves/James Walker/Robbie Kerr (Delta-ADR/Oreca 03-Nissan/LMP2) – a 164 voltas
8) Kevin Weeda/Christophe Bouchut (Lotus T128/LMP2) – a 175 voltas
9) Thomas Holzer/Dominik Kraihamer/Jan Charouz (Lotus T128/LMP2) – a 199 voltas
Categoria GTE-Pro
1) Gianmaria Bruni/Giancarlo Fisichella (Ferrari F458 Italia/LMGTE-Pro) – 212 voltas
2) Stefan Mucke/Darren Turner (Aston Martin Vantage V8/LMGTE-Pro) – a 1s401
3) Jörg Bergmeister/Patrick Pilet (Porsche 911 RSR/LMGTE-Pro) – a 2 voltas
4) Marc Lieb/Richard Lietz (Porsche 911 RSR/LMGTE-Pro) – a 3 voltas
5) Paul Dalla Lana/Pedro Lamy/Richie Stanaway (Aston Martin Vantage V8/LMGTE-Pro) – a 26 voltas
6) Bruno Senna/Rob Bell (Aston Martin Vantage V8/LMGTE-Pro) – a 151 voltas
7) Kamui Kobayashi/Toni Vilander (Ferrari F458 Italia/LMGTE-Pro) – a 161 voltas
Categoria GTE-Am
1) Stuart Hall/Jamie Campbell-Walter (Aston Martin Vantage V8/LMGTE-Am) – 208 voltas
2) Vicente Potolicchio/Rui Aguas/Davide Rigon (Ferrari F458 Italia/LMGTE-Am) – a 45s690
3) Christian Ried/Gianluca Roda/Paolo Ruberti (Porsche 911 GT3 RSR/LMGTE-Am) – a 1 volta
4) Raymond Narac/Jean-Karl Vernay/Christophe Bourret (Porsche 911 GT3 RSR/LMGTE-Am) – a 1 volta
5) Tracy Krohn/Nicolas Jönsson/Maurizio Mediani (Ferrari F458 Italia/LMGTE-Am) – a 5 voltas
6) Patrick Borhauser/Julien Canal/Fernando Rees (Chevrolet Corvette CX6-ZR1/LMGTE-Am) – a 14 voltas
7) Christoffer Nygaard/Kristian Poulsen/Nicki Thiim (Aston Martin Vantage V8/LMGTE-Am) – a 46 voltas
8) Jack Gerber/Matt Griffin/Marco Cioci (Ferrari F458 Italia/LMGTE-Am) – a 134 voltas
Saiba as diferenças entre cada categoria do WEC
As quatro categorias presentes em Interlagos neste domingo trouxeram 70 pilotos divididos em 28 carros. Das categorias, duas são de protótipos e duas de carros de turismo. Todas as classes tem diferenças nas regras e são campeonatos disputados paralelamente, sendo que algumas vedetes do evento, como o R18 e-tron quattro da Audi e o Toyota TS030, os carros mais rápidos e modernos, competem na LMP1.

A categoria LMP1 é formada por protótipos normalmente criados por grandes montadoras com alta tecnologia, que precisam pesar no mínimo 900 quilos, e suas medidas não podem ultrapassar 4,65 metros de comprimento e dois metros de largura, sendo 1,03 metro de altura. Os motores podem ser diesel ou gasolina, sendo que os motores diesel, turbinados ou aspirados, não podem ter mais de 2,7 litros de capacidade. Já os motores a gasolina, podem ser naturalmente aspirados (até 3,4 litros) ou turbinados (até 2,0 litros). O número de cilindros é ilimitado. Os carros podem ser identificados pelos números em branco com fundo vermelho.

Na LMP2, a segunda categoria de protótipos, as medidas continuam as mesmas, 4.65m x 2m x 1,03m, assim como o peso mínimo de 900 quilos. A grande diferença está nos motores. São apenas dois tipos: 3,2 litros turbinado com seis cilindros, movido a gasolina, ou cinco litros de oito cilindros, aspirado, também a gasolina. Os carros da LMP2 não podem utilizar motores movidos a diesel.
Os carros da categoria Grand Touring Endurance, GTE, são divididos em duas categorias, PRO e AM. A diferença básica entre elas são os pilotos. A PRO é destinada a pilotos profissionais e a AM é somente para pilotos amadores. As normas técnicas de ambas são as mesmas. Os carros precisam ser esportivos de fábrica com duas portas e quatro lugares no máximo, conversíveis ou fechados. Para serem homologados nessa categoria, os grandes fabricantes precisam ter vendido no mínimo 100 carros de rua do modelo e, os pequenos, ao menos, 25.

São considerados grandes aqueles fabricantes que venderem mais de 2000 carros ao ano e pequenos os que não atingem esse número no montante total de vendas da marca. O peso mínimo da GTE é de 1245 quilos, com um comprimento máximo de 4,80 metros e 2,05 metros de largura. Os motores são divididos em dois tipos: turbocomprimidos e aspirados, sendo que os comprimidos podem ter no máximo quatro litros, enquanto os aspirados podem ter até 5,5 litros de capacidade.
Além das diferenças técnicas, existem quatro categorias de pilotos divididos para equilibrar o grid. A divisão de pilotos é feita em Platina, Ouro, Prata e Bronze. Os pilotos Platina são aqueles reconhecidos como profissionais em âmbito internacional e com idade abaixo de 55 anos. Os pilotos Ouro são semiprofissionais que se destacaram ou foram campeões em categorias nacionais. Prata são aqueles que eram Platina, mas tem 60 anos ou mais, ou “Gentleman Drivers” que se destacaram em categorias nacionais ou internacionais. A categoria Bronze é formada por pilotos Gentleman Drivers que não conquistaram títulos e tem carteira Internacional B da FIA.