Muitos comerciantes do mercado podem reclamar da crise, mas para quem comercializa acessórios automotivos, essa é uma palavra que não existe. Seja nas vendas de sons ou engates, há sempre uma chance de manter o lucro
A busca constante por crescimento profissional e aumento na renda está presente em todas as áreas. O amigo mecânico sabe melhor do que ninguém o que faz para superar as dificuldades no dia a dia e sempre ter lucro para seu sustento.
Uma alternativa que pode ser de grande ajuda é a comercialização de acessórios automotivos dentro do estabelecimento dos profissionais que fazem as manutenções dos veículos. Além da grande capacidade de adquirir conhecimento técnico, o mecânico tem à disposição uma vasta gama de produtos para possível comercialização e, também, a certeza de que este tipo de acessório dificilmente fica em baixa, já que podem ser instalados em veículos antigos ou novos.
Atuando na área de representações de vendas há 28 anos, Luiz Carlos Chagas trabalha na venda de acessórios para carros e garante: “esse mercado nunca cai”. Ele é proprietário da Lucacha Representações, empresa que trabalha com 8 marcas variadas, que vão de linhas para sons automotivos até engates e protetores de cárter.
Para Luiz, quando alguém fala que o mercado está em crise é que ele sente vontade de crescer. “Eu gosto da crise. Pois é nela que você mostra a diferença, que você cresce. Quando está bom é fácil, você nem precisa vender, os caras vêm atrás para comprar. E quando está em crise, aí que você vai mostrar a sua capacidade, do seu escritório e dos profissionais que trabalham com você, a equipe de vendas. Pois se você chegar a um cliente e ele reclamar que não está vendendo, que está ruim, aí que você leva uma promoção, uma campanha de venda, e você consegue convencê-lo, que a crise está na cabeça dele. Você reverte aquele posicionamento dele, negativo, para positivo e o teu produto acaba vendendo bem. Independente se há crise ou não, o cliente sempre vai querer um som no carro, pois não quer parar de ouvir música”.
O representante de vendas exemplifica que alguns acessórios de sons automotivos não saem originalmente das fábricas, como módulos de potência e alguns auto-falantes. Isso tudo movimenta o mercado de vendas de acessórios.
Outro produto que voltou com tudo, após a proibição em 2007, é o engate. Segundo Luiz Carlos Chagas, os produtores se uniram e movimentaram-se para a regularização desse acessório, que é usado pelos clientes em sua maioria como estética, mas há quem os tenha para proteção da traseira dos veículos e puxar carretas.
“Através das reuniões e das passeatas, toda a categoria se aliou. E, com isso, conseguimos reverter esse quadro. O órgão responsável pelas leis do transito no Brasil exigiu que os engates fossem homologados pelo Inmetro. As fábricas começaram a correr atrás dessa homologação e, em função disso, a venda do engate voltou com a mesma intensidade de antes”, afirma o empresário.
As principais fábricas já estão com os modelos regularizados e, em alguns casos, as próprias montadoras já incluem nos manuais dos veículos a maneira correta de fazer a fixação do engate. Uma excelente oportunidade para o mecânico que fará um reparo no veículo oferecer o produto ao cliente, que sairá da oficina com o carro consertado e com um novo item para embelezar o veículo, sem contar a utilidade que esse tipo de acessório pode ter, já que o publico é variado, não tem idade, gosto, ano de carro, nem finalidade: o que existe é a oportunidade para o mecânico lucrar e ampliar os seus negócios.
Outros itens que entram nessa gama de acessórios são os protetores automotivos, cárteres e tampas. “O carro sem protetor de cárter, quando pega um buraco estoura todo o cárter do veículo. Isso gera um custo muito alto. Temos dois modelos: que protege o cárter de óleo e protetor o câmbio além do cárter inteiro. Eu aconselho a todo condutor de carro a colocar o que protege tudo. Pois se você pegar o buraco e estourar o câmbio, o custo vai lá pra cima. O prejuízo é muito maior. Essa é função”, explica Luiz.
Protetores de motor e cárter são possíveis oportunidades de lucro
Novamente aparece a chance do mecânico deixar o cliente satisfeito e ganhar um dinheiro extra. Os defeitos que aparecem nos veículos, decorrentes das más condições de nossas ruas e estradas, são incontáveis. Ao fazer um reparo desse tipo, o mecânico pode sugerir que o condutor instale um protetor para prevenir um futuro problema, assim, os dois saem ganhando.
Claro que a manutenção e vedação dos protetores são de extrema importância. O produto precisa ter qualidade e estar dentro dos padrões, deve ser um acessório qualificado. Se ele não estiver bem vedado, ele tem vazamento de óleo. Se você não perceber isso, acaba até danificando o motor do seu carro. Também precisa estar com o rosqueamento bem vedado e ajustado”, comenta Luiz.
Auto-falantes, potência, aparelhos, linha de engate, protetor de cárter, filtros esportivos, modelos de calota, anti-chamas, pedais e embreagem, cabo de chupeta, lente de espelho retrovisor, capa de proteção de correia dentada, linha de fios para instalação de som, linha de kits, entre outros. Esses são apenas alguns exemplos de acessórios que podem ser comercializados e, para o proprietário da Lucacha, a projeção para o futuro é a melhor possível.
Ele afirma que cada acessório tem sua alta em determinada época do ano. Até mesmo os feriados influenciam no gosto do cliente. “O ano começou bem, o carnaval está ai e as vendas de auto-falantes e de potência aumentam. A fábrica nem deixou a gente tirar pedido de tanto que eles tinham em carteira, isso mostra que não tem crise. Então passa o carnaval e vêm as festas juninas, que também movimentam o mercado. Essas datas comemorativas, de férias, são boas pois todos querem equipar os carros, com som, engate, protetor de cárter etc. Feriado é muito bom para a parte de acessórios. Vendemos até encosto de cabeça para crianças, para quem vai fazer uma viagem longa. Isso ajuda no conforto”, comemora Luiz.
O representante de vendas explica que, além da qualidade dos produtos, para vender acessórios é necessário ter honestidade e bom atendimento, nada muito diferente das oficinas mecânicas. “Ser sincero com todos os clientes, presar pela honestidade e pelo atendimento faz a diferença. A gente não deve enrolar ninguém, falar sempre a verdade. Eu prefiro que o cara fique bravo comigo naquele momento do que ficar enrolando ele. Seja positivo ou negativo, a resposta tem que ser dada no momento imediato para ele. Acessórios estão em crescimento, não param, principalmente automotivos”, finaliza.
Equipe de vendas Lucacha representações comprova que o mercado de acessórios sempre está em evidência, mesmo em momentos de crise