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Entrevista: “A reposição automotiva é o nosso coração”

Estevão Ricardo Tobaldini, gestor Comercial da Urba-Brosol, afirma que o mecânico é o foco da empresa, tanto nas ações de venda como na atualização

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Revista O Mecânico: As marcas Urba e Brosol hoje pertencem a uma mesma empresa, a AMP Indústria e Comércio de Peças Automotivas, mas não nasceram juntas. Por favor, conte-nos um pouco da história por trás de cada marca.
Estevão Ricardo: Urbano Garcia, descendente de espanhóis, abriu um varejo de autopeças em 1947. No ano seguinte, começou a produzir numa oficina no bairro da água Branca as bombas d’água Urba, pioneiras no mercado de reposição. Nos anos 50, a Urba, então referência em bombas d’água para os “carrões” norte-americanos, passou a criar produtos para novos nacionais. A empresa deixou o nome “Urbano Garcia & Cia Ltda” para se tornar a Urba Industria. Transformada em sociedade anônima em 1969, Urba cresceu e tornou-se o maior fabricante nacional de bombas d’água para a reposição. No seu auge, empregou mais de 600 pessoas e atingiu uma produção anual superior a 2 milhões de bombas e reparos.

Martin Bromberg, outro descendente de imigrantes, mas alemães, se destacava comercializando a linha de óleos automotivos Brosol. Em 1959, Martin uniu-se alemão Alfred Pierburg e iniciou as atividades industriais da Brosol para produzir carburadores e bombas de combustível para a VW, Willys-Overland e DKW-Vemag. Na década de 1960, Brosol passou a fabricar filtros de gasolina, criou uma “estação técnica” para inspecionar gratuitamente os carburadores da marca e desenvolveu no país os produtos para equipar os novos nacionais. Mais tarde, a empresa deixou o bairro da Luz, na cidade de São Paulo, e inaugurou um amplo complexo industrial na região do ABC, em Ribeirão Pires.

O Mecânico: Como e por que aconteceu a união das duas marcas?
Estevão: Na década de 1990, as indústrias Brosol e Urba passaram a integrar a gigante norte-americana Echlin, uma referência mundial em peças para o mercado de reposição. Com a fusão entre Echlin e a Dana, em 1998, as empresas foram unidas ao Grupo de Sistemas e Fluidos. Após reunir as unidades industriais da Urba e Brosol no tradicional endereço da Avenida Santa Marina, na cidade de São Paulo, a Dana vendeu a operação em 2007. As fábricas ganharam um horizonte de modernização e crescimento.

As marcas Urba e Brosol entraram numa nova fase em 2011. Equipes de vendas, mar-keting, assistência técnica e logística foram reestruturadas para estar cada vez mais próximas dos clientes. Em abril de 2011 rompemos o contrato com a Affinia para distribuição de nossas marcas e passamos a comercializá-las diretamente com a cadeia de distribuição.

O Mecânico: A fabricação das peças das duas marcas está concentrada na mesma planta? Qual é a capacidade produtiva total da empresa, hoje? Desse total quanto é destinado para o mercado de reposição?
Estevão: Sim. A capacidade instalada hoje atende sem problemas as demandas do mercado de reposição nacional e internacional, bem como as necessidades das montadoras locais. 85% de nosso faturamento hoje é destinado ao aftermarket nacional, enquanto os outros 15% se dividem entre montadoras e o aftermarket internacional.

O Mecânico: Qual é a importância da reposição automotiva para a Urba-Brosol? A atuação das marcas é exclusiva nesse mercado?
Estevão: É o coração e o foco principal de nossos negócios. Como já dito, a principal parcela de tudo o que comercializamos é destinada ao mercado de reposição nacional, porém, não nos limitamos a ele, atendendo e buscando negócios cada vez maiores junto às montadoras e ao mercado internacional.

O Mecânico: Quais peças compõem o portfólio das marcas para o aftermarket?
Estevão: Bombas d’água, aditivos para sistema de arrefecimento, bombas de óleo, carburadores e bombas de combustível.

O Mecânico: Especificamente falando de carburadores, componente que vocês fabricam com a marca Brosol: apesar de não ser aplicado em carros novos, ainda há muitos veículos nas ruas que precisam de reposição. Existe alguma tecnologia nova incorporada a esse componente que não existia na época da peça original, tais como tecnologia de produção, materiais utilizados? Como está o mercado para essa peça?
Estevão: O mercado de carburadores, apesar de se apresentar ano a ano com volumes menores, ainda representa um fatia importante de nossos negócios. Como nos demais produtos que fabricamos, prezamos pela qualidade e originalidade das peças. Desta forma, nossos carburadores ainda atendem a todas as especificações das peças entregues às montadoras, mantendo as características do projeto original. Nosso padrão de qualidade respeita a todas as exigências da peça original e segue especificações do projeto de cada motor.

O Mecânico: Qual é a importância do mercado de veículos pesados tanto para a Urba quanto para a Brosol? Que produtos são destinados a esse segmento?
Estevão: É um mercado que tem crescido e ganhado muita força dentro de nossos negócios. Sua participação em nosso faturamento é muito expressiva. Hoje oferecemos bombas d’água e aditivos na marca Urba e bombas de combustível (pré-alimentadoras) na marca Brosol.

O Mecânico: Como é a relação da empresa com o mecânico automotivo? Quais ações vocês direcionam para o aplicador da peça?
Estevão: O mecânico hoje é nosso cliente foco, e todas as ações que desenvolvemos em todos os elos da cadeia, quer seja na distribuição ou no varejo, visam garantir um produto de qualidade, com informações adequadas e uma geração de conhecimentos que proporcionem ao mecânico oferecer um serviço de qualidade, gerando credibilidade e respeito ao profissional qualificado.

O Mecânico: Na sua opinião, o mecânico é um formador de opinião? Qual a importância desse profissional na escolha da peça que será instalada no veículo?
Estevão: Tal qual um médico é responsável pelos remédios e tratamento que indica a seus pacientes, o mecânico é o técnico responsável pela solução e indicação dos cuidados necessários para garantir o perfeito funcionamento de todos os sistemas presentes nos veículos. A opção em trabalhar e indicar peças de primeira linha, demonstra o grau de responsabilidade que cada mecânico tem com seu cliente, bem como o conhecimento e o profissionalismo que este profissional possui.

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