Versão Sport do SUV tem conjunto de fácil manutenção, mas peca no desempenho
Texto: Fernando Naccari
Fotos: Isabelly Otaviano
A Jeep sempre teve apelo para veículos fora-de-estrada, robustos e com alma americana (motores de alta potência, torque e, consequentemente, consumo). Após a marca ter sido agrupada à Fiat, quando a montadora italiana adquiriu a Chrysler em meados de 2014, sua estratégia de mercado mudou um pouco, mas podemos afirmar que foi um tiro certeiro.
Antes voltada à um seleto público, a agora FCA (Fiat Chrysler Automobile) lançou o Jeep Renegade para ingressar em um nicho de mercado que até então era pouco disputado em nosso país, o de pequenos SUVs abaixo de 100 mil reais, disputando mercado diretamente com a EcoSport, que reinava sozinha.
Desempenho
Avaliamos a versão Sport do Renegade, modelo com maior apelo urbano e com a expectativa de ser o que mais tenha vendas entre as demais versões. Equipado com o motor 1.8 16V Flex, nomeado como Evo E.torQ, possui tração dianteira e transmissão manual de seis marchas.
Com este conjunto, o robusto SUV passa segurança aos ocupantes, mas pouca disposição. Com a alma italiana do recalibrado E.torQ de 132 cv, falta força para o motor, que demora para subir de giro. Isso, na prática, deixa o Renegade lento no trânsito urbano, principalmente em subidas íngremes e ultrapassagens. Em contrapartida, tem um consumo competitivo: 7,9 km/l com etanol no tanque em ciclo urbano.
Já o conforto interno é elogiável. O acabamento é de primeira linha e faz os ocupantes sentirem-se em um veículo de segmento superior.
Visual único
Deixando o desempenho um pouco de lado, o que mais marca o Jeep é seu estilo agressivo. Assim como em outros modelos da marca, o Renegade traz a inconfundível grade com sete aberturas. Junto a ela, ostenta-se os grandes faróis circulares e o para-choques parrudo com as setas e faróis de neblina acoplados.
No caso da versão avaliada, a Sport, o Renegade apresenta um diferencial: ser 6 cm mais baixo que nas versões com motor diesel. Assim, justifica-se seu uso essencialmente urbano ou, no máximo, para estradas de terra de pouco apelo off-road.
Lateralmente, o Renegade preserva o visual de “jipe quadradão” que é símbolo da marca, mas traz recursos de design que valorizam e encorpam o modelo. As rodas de 16 polegadas calçadas pelos pneus de uso misto 215/65 R16 valorizam o aspecto “Jeep”, mas as saias laterais, os apliques plásticos na caixa de rodas, barras de teto e molduras em tonalidade preta reforçam o aspecto esportivo.
Na traseira, as lanternas trazem conjunto óptico em “X”, lembrando os antigos tanques de gasolina que os veículos carregavam.
Por dentro, as referências são inúmeras. Os alto-falantes possuem, em relevo, o desenho da grade e faróis do veículo. Na moldura do sistema de som há a referência “Since 1941”, em referência à data de fundação da Jeep. No para-brisas, no lado do passageiro, há o desenho do lendário Jeep CJ. No vidro traseiro, próximo à conexão do limpador, há o desenho do que se parece um alpinista no fim de uma escalada. Já, ao abrir a tampa que protege o bocal de abastecimento do combustível, há o desenho de uma pequena aranha com a inscrição “Ciao Baby!”.
Fechando com chave de ouro estão o ar-condicionado manual, computador de bordo, apoio de braço deslizante central, luzes de leitura individuais, diversos porta-copos, piloto automático, lanterna no porta-malas e ótimo teto solar panorâmico com persiana elétrica.
Na hora do reparo
MOTOR |
• Motor 1.8 16V Evo Etor.Q; |
• Tuchos hidráulicos; |
• Comando de válvulas simples no cabeçote; |
• Distribuição: corrente de comando; |
• Variação do comando: somente na admissão; |
• Diâmetro: 80,5 mm; |
• Curso: 85,8 mm; |
• Taxa de compressão: 12,5:1 |
• Potência: 130/132 cv (G/A) a 5.250 rpm; |
• Potência específica: 75,56 cv/litro; |
• Peso/potência: 10,55 kg/cv; |
• Torque: 18,6/19,1 kgfm (G/A) a 3.750 rpm; |
• Torque específico: 10,93 kgfm/litro; |
• Peso/torque: 72,93 kg/kgfm; |
A substituição do óleo e do filtro lubrificante deverá ocorrer a cada 12.000 km ou 12 meses, o que ocorrer primeiro (exceto em uso severo);
O filtro de ar do motor também deve respeitar o mesmo período.
As correias de acessórios devem ser verificadas a cada 24.000 km e substituídas a cada três anos.
Recomenda-se a verificação do sistema de ventilação do cárter (Blow-By) a cada 20.000 km.
ALIMENTAÇÃO, INJEÇÃO E IGNIÇÃO |
• Injeção multiponto fixada na parte superior traseira do cofre do motor, na parede “corta-fogo”. |
• Recomenda-se substituição das velas de ignição a cada 60.000 km, ou cinco anos. |
• O filtro de combustível deve ser substituído a cada 12.000 km ou 12 meses, o que ocorrer primeiro. |
O filtro de combustível é externo ao tanque e tem acesso simples para substituição.
A sonda lambda pós-catalizador fica na parte inferior do veículo, também protegida pelo protetor de cárter.
A sonda pré-catalizador fica logo abaixo da válvula de serviço do ar-condicionado, na parte traseira do motor.
A borboleta de aceleração é bem posicionada e com fácil acesso às mãos. Em caso de manutenção/diagnóstico, não é necessário desmontar outros componentes.
O modelo ainda utiliza tanque auxiliar e bico suplementar para partida a frio.
As bobinas de ignição são individuais e são posicionadas na parte superior do cabeçote. Para removê-las, há um parafuso de fixação para cada, apenas.
TRANSMISSÃO |
• A transmissão é de seis velocidades, manual. |
• Embreagem monodisco a seco. |
O coxim inferior do câmbio é robusto e tem boa fixação. |
AR-CONDICIONADO |
• Substituir o filtro anti-pólen a cada 20.000 km. |
As válvulas de serviço do ar-condicionado são posicionadas uma junto à parede corta-fogo, e outra na região frontal do veículo. |
FREIOS |
• Freios à disco, sendo os da dianteira, ventilados e, os da traseira, sólidos. |
• O fluido de freio deve ser trocado a cada 36.000 km ou três anos. |
• As pastilhas de freio devem ser verificadas a cada 20.000 km e trocadas caso a espessura útil seja menor que 5 mm. |
• Verificar o sistema de freio de estacionamento elétrico a cada 40.000 km. |
A central de gerenciamento do sistema ABS fica posicionada na parte traseira do cofre do motor, junto à “corta-fogo”. O acesso a este módulo é bastante restrito. |
DIREÇÃO |
• Direção assistida eletricamente. |
• Diâmetro de giro de 10,84 m |
SUSPENSÃO |
• Dianteira: Suspensão tipo McPherson com barra estabilizadora, roda tipo independente e molas helicoidais. |
• Traseira: Suspensão tipo McPherson com barra estabilizadora, roda tipo independente e molas helicoidais. |
• Pneus dianteiros e traseiros: 215/65 R16. |
O espaço para trabalhar é amplo. Os braços da suspensão multilink aparentam robustez e conexões seguras, tanto na dianteira quanto na traseira. Dificilmente um reparo na região dará trabalho. |
CARROCERIA |
• Ângulo de entrada de 20,4º. |
• Ângulo central de 21,3º. |
• Ângulo de saída de 29,4º. |
• Vão livre do solo de 177 mm. |
• Área frontal de 2,55 m². |
• Área frontal corrigida de 0,867 m². |
• Coeficiente aerodinâmico (Cx): 0,34. |
Todo renegade flex utiliza corrente e sua vida útil programada é para a vida do motor, minimo 240000 km
Bom dia!!
O Renegade flex 1.8 15/16 tem correria dentada ou corrente?
O modelo Sport 1.8 Flex AT 20115-16 tem Correia dentada ou corrente?