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Troca do catalisador do Vectra

Acompanhe nesta reportagem a substituição do componente e entenda um pouco mais sobre a importância de se fazer a manutenção correta no sistema para garantir ao seu cliente passe livre na inspeção

Carolina Vilanova

Alexandre Villela

 

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A preocupação com questões relacionadas ao meio ambiente se tornou quase uma obrigação para toda sociedade. E se todos nós somos responsáveis por cuidar melhor do planeta em que vivemos, imagine um setor que tem influência direta na manutenção dos veículos que rodam por aí e são grandes emissores de poluentes da atmosfera. Pode-se dizer que a responsabilidade acaba sendo maior, não é mesmo? Mas nada que uma boa conscientização e as dicas adequadas não consigam solucionar.

 

Consciência também deve ter o seu cliente e você, como mecânico atualizado, é quem vai passar informações valiosas para que ele cuide bem do carro dele e, consequentemente, do meio ambiente. E num momento em que todos os olhos estão voltados para o Programa de Inspeção Veicular Ambiental, uma boa manutenção nos sistemas atingidos pela inspeção é primordial.

 

Esse é o caso do sistema de exaustão, por isso preparamos nesta matéria informações sobre a tecnologia aplicada em um catalisador, seu conceito e as diferenças entre os produtos de boa qualidade e os paralelos. Além disso, mostramos a troca do componente num Chevrolet Vectra, que acaba de ser reprovado na inspeção. Para isso contamos com a ajuda de Carlos Eduardo Moreira, gerente de Desenvolvimento de Negócios e Planejamento Estratégico da Umicore, empresa fabricante dos catalisadores que equipam os conversores da Mastra.

 

Ele explica que o catalisador é um conjunto formado por uma colméia de cerâmica composta por diversos canais e uma carcaça, proporcionando a realização de reações químicas. “Dentro desses canais é aplicada a tecnologia do catalisador, que a Umicore chama de Wash Coat, e os metais nobres – platina, paládio e ródio – que propiciam essa reação”, complementa Carlos Eduardo.

 

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Um catalisador pode ter mais ou menos metais preciosos, é o que determina o produto de boa qualidade e influi diretamente no custo da peça, pois são metais caros e não existem no Brasil “Pelo catalisador passam os gases nocivos que o motor emite: Monóxido de Carbono (CO), Hidrocarboneto (HC) e Oxido de Nitrogênio (NOx). Os dois primeiros devem ser oxidados pela platina e pelo paládio. Já o Óxido de Nitrogênio tem que ser reduzido pelo ródio”, comenta.

 

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Catalisador só com certificado

 

É imprescindível lembrar que, desde abril de 2011, todo catalisador tem que ser certificado pelo Inmetro, atestando que converte os três gases. O produto certificado tem o selo obrigatório na embalagem e estampado na própria peça. As lojas ou oficinas que comercializam produtos sem esse selo estão sujeitas a multas.

 

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“O catalisador de boa qualidade é desenvolvido dentro de padrões exigidos pelo Inmetro, para garantir durabilidade e a mesma performance durante toda vida útil. Para isso, é colocado no dinamômetro, elevado a temperatura de 1000º, onde passa por um ciclo de testes para garantir que seja envelhecido, simulando o que acontece no veículo. Passa por temperaturas altas, depois a temperatura é abaixada, passa por acelerações e desacelerações e assim por diante. Depois de horas ou até mesmo dias, é retirado e colocado no veículo para fazer a medição”, conta.

 

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Carlos Eduardo comenta que no começo da vida útil, todos os catalisadores têm uma eficiência boa, acima de 95%. Mas o catalisador de qualidade permanece com essa eficiência até 40 ou 50 mil km rodados. E tem durabilidade em relação às altas temperaturas sofridas durante o funcionamento do motor, que chega até 800º C, justamente porque realizou esses testes.

 

Por isso é importante que o mecânico não compre o catalisador se o preço for muito abaixo do normal, pois muitas vezes o catalisador sequer existe, há apenas um furo no meio da carcaça, que não produz nenhuma conversão. “O catalisador tem o seu preço em função dos metais nobres e da cerâmica de alta tecnologia que abriga”, alerta.

 

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Outra prática que não deve ser realizada é a remoção do catalisador. “Isso altera a contrapressão do sistema e essa informação é distorcida, ou seja, a quantidade de mistura é alterada para mais ou menos combustível. Isso pode aumentar o consumo e prejudicar o desempenho do motor. Por isso, o catalisador é importante tanto para economia quanto para o desempenho do veículo”, avalia.

 

Catalisador falso (terceira) tem apenas um furo e nenhuma propriedade conversora de gases. O melting (primeira) acontece quando o veículo tem problemas de injeção ou de combustível de má qualidade. Batidas no catalisador (segunda) podem fragmentar a cerâmica e transformá-la numa bolinha que pode sair pelo escapamento.

 

Manutenção e o catalisador

 

O catalisador é muito suscetível à qualidade da combustão, ou seja, velas ruins, injeção desregulada, carro em mau estado de conservação, gasolina adulterada, tudo isso reflete no funcionamento do catalisador.

 

“Em relação à inspeção, que é obrigatória na cidade de São Paulo, alertamos que não adianta simplesmente trocar o catalisador. Esse é um componente importante no sistema, mas a manutenção do carro também é essencial, porque tudo funciona em conjunto. Se trocar o catalisador e não cuidar da manutenção geral do carro, os problemas de combustão vão continuar e o carro pode não passar na inspeção”, observa Carlos.

 

Ele explica que um carro com catalisador perdia potência na época do carburador, hoje com a injeção eletrônica não é mais assim. A peça é parte do sistema inteligente do veículo, e através da sonda lambda, envia as informações para o motor de como está sendo a combustão, qual a quantidade de oxigênio necessária. Essas informações são importantes para que a injeção calibre a mistura ideal de combustível e ar para a combustão do motor.

 

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Você, mecânico, deve conversar com o seu cliente e não deixar que ele faça o que é ilegal: a retirada do catalisador ou a quebra da cerâmica. Explique a ele que a retirada é ilegal e que prejudica o desempenho do motor, além de aumentar o consumo de combustível.

 

Descarte Correto

 

As empresas fabricantes de catalisador são responsáveis pelo descarte correto dos produtos utilizados. “Os metais nobres do catalisador não se desgastam com o tempo e não se perdem com o funcionamento, por isso devem ser reciclados. Cabe às empresas dar o destino correto para que esses catalisadores sejam enviados para recuperação dos metais preciosos”, alerta.

 

Procedimento

 

Vamos mostrar a troca de catalisador no Chevrolet Vectra, ano 2008 2.0 litros, com aproximadamente 58 mil km. Com a ajuda do técnico da Mastra, responsável pelo encapsulamento e montagem no sistema de exaustão do veículo.

 

1) Primeiro faremos uma inspeção visual no veículo. Verifique o underfloor e cheque outros componentes do sistema de exaustão do veículo, além do catalisador. É importante olhar a aparência do silencioso traseiro.

 

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2) Cheque os pontos de junção do escapamento, correndo pelo sistema, e os pontos de emenda, no abafador, e no sistema de coxins e borracha, para verificar se não há vazamentos por corrosão. O defeito pode vir de um coxim quebrado e o catalisador pode estar batendo nas valetas ou lombadas.

 

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3) Verifique ainda se existem furos antes do catalisador, já que no sistema não pode ter entrada falsa de oxigênio, pois a peça trabalha em altas temperaturas para conversão dos gases. Com entrada de oxigênio, pode ocorrer o efeito maçarico e provocar o derretimento do material.

 

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4) Nesse caso, o catalisador está com soldas, o que significa que já foi trocado e mesmo assim não está funcionando.

 

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5) A primeira parte da inspeção é a visual, feita com um espelhinho que passa por baixo do veículo. O técnico, então, não tem toda essa visão que estamos tendo com o carro levantado. Nesse caso, estamos numa posição privilegiada e podemos fazer uma boa análise para o cliente.

 

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Na hora da troca, é importante prestar atenção se a peça nova tem o selo do Inmetro. O catalisador de reposição original, homologado pelo Inmetro, tem que seguir um padrão de aplicação. Na Resolução 282 e na Portaria 346 do Inmetro existe uma regulamentação do tamanho do catalisador em função da motorização do veículo. Existem catalisadores universais que podem ser adaptados e estão disponíveis, principalmente, para veículos importados.

 

Todo catalisador tem um certificado de garantia dentro da embalagem. Uma dica é que enquanto estiver fazendo a instalação, passe esse certificado para o cliente ler e conhecer os cuidados que ele deve tomar com o veículo. Assim, ele vai notar que o preço do produto tem um valor agregado. Preencha os dados para ter a sua garantia, em caso de qualquer problema de fabricação, que é de um ano após a instalação.

 

Obs: Falando de garantia, é importante esclarecer que existem alguns defeitos causados devido a uma anormalidade do veículo. O derretimento da cerâmica, por exemplo, é causado por mau uso. Isso mostra que o veículo falhou e não o produto, e não está incluído na garantia. A carbonização também não é coberta pela garantia, porque mostra queima irregular. Sempre verifique o estado do veículo.

 

6) Solte a abraçadeira, utilizando o óleo anti-desengripante e ferramentas adequadas. Em seguida, como é um sistema macho-fêmea, com pequenas pancadas, faça com que os tubos se soltem.

 

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7) Depois, com a ferramenta adequada, solte os parafusos da flange do coletor. Retire, por último, a sonda lambda. (7a)

 

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8) Instale o catalisador novo e não se esqueça de trocar a junta do coletor. Em torno de 15 a 20 Nm, aperte os parafusos.

 

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9) Em seguida, faça a vedação entre o catalisador e o abafador, sempre use um vedante, pois uma parte do silencioso já foi deformada e é difícil um bom resultado sem um vedante. Fixe a abraçadeira, com torque de 10 a 15 Nm e está concluído.

 

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Vale lembrar que o catalisador existe para proteger o meio ambiente, principalmente, nas grandes cidades, por conta da poluição. Cada um de nós tem que fazer a nossa parte. “Um carro sem catalisador polui 50 vezes mais do que um carro com a peça funcionando corretamente. Temos que ser responsáveis em substituí-lo adequadamente”, finaliza.

 

Mais informações: Umicore (19) 3471-4117
Colaboração técnica – Scapsom

Comentário em “Troca do catalisador do Vectra

  1. MUITO BOA A REPORTAGEM…
    SEMPRE SURGEM DÚVIDAS NA HORA DA MANUTENÇÃO.
    QUAL MARCA OU CATALISADOR É INDICADO PARA O VECTRA-2010 SEDAN-8V GNV. SOMENTE O ORIGINAL OU POSSO UTILIZAR OUTRO ?

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