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Viagem Segura: Todo conjunto é importante

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Muita gente pensa que algumas peças precisam chegar ao limite para serem trocadas, mas isso pode causar uma quebra inesperada e danificar ainda outros itens do sistema, além de colocar em risco a segurança. Oriente seu cliente a revisar também itens como correias, bomba de combustível e embreagem

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Você, mecânico, sabe o prejuízo que é quando uma correia sincronizadora quebra com o motor em movimento, mas será que seu cliente sabe? Está na hora de abrir os olhos dele, afinal, não apenas a correia, mas outros itens vitais para o funcionamento do veículo precisam de revisão e troca preventiva antes de danificarem outros componentes que trabalham em conjunto, deixando o serviço bem mais caro.

Convencer o cliente de que ele tem que trocar uma peça que ainda não está quebrada não é das tarefas mais fáceis. Ele pode até pensar que você está querendo enganá-lo para tirar mais dinheiro dele, uma situação que você, que trabalha com ética e transparência, jamais gostaria que acontecesse.

Então, a melhor maneira é mostrar para ele com fatos técnicos as verdades da mecânica automotiva, explicar como funciona o sistema e a sua importância para o funcionamento do veículo. Confiança e conhecimento são as ferramentas que devem ser usadas nessa hora e não adianta tentar enrolar o motorista, os números estão aí para provar: a estimativa é que a manutenção preventiva seja 30% mais barata que a corretiva, de acordo com dados do Programa Carro 100%.

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E o principal, evitam acidentes! Dados do Instituto Scaringella Trânsito apontam que 27% dos acidentes urbanos e rodoviários no Brasil estão relacionados com a falta de manutenção preventiva do veículo. Isso acontece pois peças com defeitos deixam os veículos mais vulneráveis a panes, além de causar congestionamentos e prejudicar o trânsito. Então, vamos lá, para orientar o cliente, temos algumas dicas, que elaboramos com a ajuda do técnico de ensino do SENAI-Vila Leopoldina, Fernando Landulfo:

” Correia sincronizadora: o cliente deve saber que esse componente é vital para o funcionamento do motor, pois tem a função de sincronizar o movimento das válvulas com a posição dos pistões e de fazer com que as válvulas de admissão e de escapamento se abram e fechem no momento exato. É uma peça que requer manutenção preventiva de acordo com o manual do proprietário, sendo que esse período varia entre 30 e 100 mil km.

Explique que o risco de quebra com o carro em movimento é o que pode causar mais danos, pois a falta de sincronia de trabalho é afetada e as válvulas e os pistões começam a se movimentar de forma descoordenada, podendo se chocar, ocasionando o empenamento das válvulas, danos ao cabeçote, aos pistões e, até mesmo, empenar uma ou mais bielas. Em situações extremas, pode haver danos às paredes dos cilindros. Isso pode custar ao seu cliente desde uma retífica na parte superior do motor até um reparo de grande porte, que exigirá a desmontagem completa do conjunto, por um valor muito mais caro do que simplesmente trocar a peça. Isso sem falar no aborrecimento de ter o carro imobilizado.

Numa inspeção visual, você deve procurar por trincas e desgaste dos dentes,e verificar se a correia está muito tensionada. Ruídos também podem indicar tensionamento incorreto e desalinhamento da correia, além do desgaste excessivo do seu tensionador. Logo, na presença dos mesmos, o conjunto deve ser examinado com cuidado: nada de “abafar” o ruído com sprays milagrosos. Muitos fabricantes recomendam a troca do tensionador no mesmo momento em que se troca a correia para evitar que funcione um componente novo e outro velho, prejudicando os dois. E a razão é simples: um tensionador que trava por desgaste, desgastará prematuramente a correia sendo que, em casos extremos, pode haver quebra da mesma.

Veículos muito velhos precisam de uma atenção especial: por vezes, as polias dentadas, que tracionam ou são tracionadas pelas correias, apresentam danos nos dentes, que danificam seriamente ou diminuem bastante a via útil das correias. Logo, devem ser observadas com atenção. Afinal de contas, o que adianta trocar as correias e os sincronizadores se essas correias serão “comidas” rapidamente por polias danificadas? Prejuízo na certa!

No entanto, não se deve confiar apenas na inspeção visual. O que define a hora da troca é a quilometragem de uso do componente. Uma correia “aparentemente boa” pode estar fadigada internamente e “prontinha” para quebrar a qualquer momento, sobretudo, se a quilometragem recomendada para a troca já passou há algum tempo.

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“Correia de acessórios: Seu cliente conhece a importância desse componente, que tem a função de movimentar dispositivos ligados ao motor, como o alternador e a bomba d’água, compressor do ar-condicionado e direção hidráulica. Algumas correias são projetadas para movimentar todos esses itens, enquanto outros veículos equipados com mais itens de conforto podem ter correias de acessórios adicionais.

A quebra dessa correia pode provocar prejuízos tão grandes quanto da correia sincronizadora. Afinal de contas, se a bomba d’água não funcionar, o motor vai superaquecer e, no mínimo, queimar a junta de cabeçote. Em situações mais extremas, pode ocorrer o engripamento do pistão contra as paredes dos cilindros, ou mesmo, a trinca do cabeçote. Resultado: um reparo de grande porte que vai exigir a desmontagem parcial ou completa do motor (retífica da parte superior ou total).

Risco de acidentes? Com certeza! Imagine uma direção hidráulica ficar repentinamente dura durante uma curva ou uma ultrapassagem numa estrada. Ou o veículo ficar totalmente imobilizado, sem aviso prévio, por que a bateria descarregou completamente por falta da atuação do alternador.

A troca preventiva é determinada pelo fabricante do carro, mas deve-se fazer uma verificação visual a cada 50 mil km, dependendo do veículo. Observe se há trincas, desprendimento das partículas, desgaste irregular ou se o dorso está brilhante ou vitrificado. Esses sintomas determinam a troca da peça.

No entanto, como a peça também está submetida à fadiga e suas consequências, a troca deve ser realizada dentro da quilometragem recomendada pelo fabricante. No que diz respeito à troca dos tensionadores e apoiadores, valem as mesmas observações feitas para a correia sincronizadora.

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” Sonda lambda: integrante essencial do sistema de gerenciamento eletrônico do motor, a peça, também conhecida como sensor de oxigénio, ou sensor EGO (do inglês “Exhaust Gas Oxygen”), envia o sinal elétrico ao módulo de injeção eletrônica do veículo, indicando a presença de oxigênio nos gases de escape, possibilitando o controle da quantidade de combustível a ser enviada para o motor.

Fica localizada depois do coletor de escape e antes do catalisador, justamente onde passam os gases de escape do motor. Veículos fabricados a partir de 2012 têm duas sondas lambdas, uma antes e outra depois do conversor catalítico, com o objetivo de controlar a emissão de poluentes e a eficiência do catalisador.

Fale para o seu cliente ficar atento aos sintomas que podem indicar problemas na sonda lambda, como oscilação da marcha lenta, perda repentina de potência e alto consumo de combustível por conta da mistura errada de ar/combustível. Utilização de combustível de má qualidade pode influenciar no funcionamento e na vida útil da sonda.

Sempre que a lâmpada de advertência no painel de instrumentos acender, o técnico deve passar um scanner para ver se o problema está na sonda ou em outro item do sistema. É interessante fazer os testes de resistência e tensão da sonda com um multímetro para ver se a parte elétrica está funcionando perfeitamente.

No entanto, é preciso ficar atento a um detalhe importante e orientar devidamente o seu cliente quando necessário: a sonda lâmbda é também um componente reativo. Ou seja, reage de acordo com o funcionamento do sistema. Por exemplo: se um regulador de pressão apresentar vazamento e alimentar o motor com combustível não “calculado”, o sistema de diagnóstico poderá acusar indevidamente a sonda lâmbda. Entradas falsas de ar, velas e cabos de velas desgastados e motores sem compressão também provocam “falso testemunho” contra a sonda lâmbda.

Geralmente, a quebra da sonda não implica na imobilização do veículo. No entanto, como descrito anteriormente, os sintomas são bastante incômodos. Mas isso não quer dizer que não há ocorrência de prejuízos. Catalisadores que operam com sondas lâmbda inoperantes ou deficientes, por trabalharem com excesso de combustível, têm sua vida útil bastante reduzida, além de trabalharem superaquecidos.

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“Bomba de combustível: Mais uma peça fundamental para o motor, sua função é levar combustível sob pressão e vazão suficientes do tanque para a linha de alimentação do motor, atuando em conjunto com outros componentes do sistema de injeção. Geralmente é instalada dentro do reservatório de combustível, onde fica submersa. Mas existem veículos cuja bomba é instalada na parte externa ao tanque. Atenção: existe bombas específicas para carros gasolina, álcool e bicombustível.

Não existe uma manutenção da bomba propriamente dita. É necessário, porém, fazer uma verificação periódica da sua vazão e pressão de trabalho, além da substituição do filtro de combustível e pré-filtro nos prazos determinados pela montadora.

Bombas com avarias não geram vazão e pressão suficientes, fazendo com que o motor perca potência e regularidade de funcionamento. Em casos extremos (pane) tem-se a imobilização do veículo.

É importante fazer uma revisão completa no sistema de alimentação antes de instalar uma nova bomba, substituindo também o filtro de combustível e as mangueiras.

É importante saber que filtro de combustível entupido e uso de combustível adulterado provocam a quebra da bomba. Da mesma forma, é preciso verificar o estado do regulador de pressão.

Não ofereça nem aceite a sugestão do cliente para aplicação de um produto recondicionado que, apesar de ser mais barato, não garante o mesmo funcionamento e durabilidade, colocando o veículo em risco. Alerte o motorista que rodar com o carro constantemente na reserva também pode comprometer o bom funcionamento da bomba de combustível, pois é refrigerada pelo combustível. Combustível de má qualidade pode deteriorar os componentes internos da bomba, assim como, gerar depósitos no interior da mesma, provocando mau funcionamento.

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“Embreagem: Explique ao seu cliente que o conjunto tem como papel proporcionar o acoplamento entre motor e câmbio de forma para que haja um desligamento e um religamento suave entre eles. A embreagem deve ainda absorver as variações bruscas de torque do motor, visando o conforto para o motorista durante a troca de marchas.

A manutenção é feita de acordo com o manual do proprietário, mas avise o motorista que a maneira de dirigir influi diretamente na durabilidade da embreagem. Alguns sintomas como patinação, trepidação, ruídos ou dificuldades no engate podem levar a avarias no sistema.

Para testar se a embreagem está com tendência a patinar tente subir uma ladeira com uma marcha menos reduzida e o acelerador mais comprimido. Se a rotação do motor subir repentinamente e não houver aumento de velocidade do veículo, o conjunto está patinando.

Cheque ainda se a embreagem está com trepidações, engate a 1ª marcha e com o motor girando com cerca do dobro da marcha lenta saia devagar e sem solavancos, assim como na subida. Para checar se há dificuldade de engate, puxe o freio de mão e pise no pedal da embreagem por 4 segundos, e, em seguida, engate a marcha ré. Continue movimentando a alavanca do câmbio para as outras marchas, se houver dificuldades, o problema está na embreagem, que deve ser trocada. Fique longe das peças recondicionadas, que ainda têm qualidade duvidosa.

Embreagem quebrada imobiliza o veí-culo. Logo, tão importante quanto testar o funcionamento do conjunto da embreagem, é revisar o seu mecanismo de acionamento. Seja mecânico (cabos ou barras) ou hidráulico, se o acionador falhar, a embreagem não vai funcionar. Consequência: veículo imobilizado.

Explique ao seu cliente que cabos de acionamento, assim como catracas de regulagem e buchas de pedal, têm vida útil, podendo quebrar a qualquer momento. O ideal é substituir esses componentes nos períodos recomendados nos planos de manutenção preventiva do veículo. Se não for especificado, 80 mil é um prazo razoável. No caso dos sistemas hidráulicos, se houver diminuição do nível de fluido, a verificação deve ser imediata, pois se o vazamento for no atuador, que fica junto ao disco e platô, o fluido poderá contaminar o disco e comprometer sua vida útil.

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Comentário em “Viagem Segura: Todo conjunto é importante

  1. Bom tarde !..Fiz revisão completa , preventiva em minha Kangoo,ano 2015 com baú ,refrigerado,trocando tudo que o mecânico solicitou : Correia dentada,correia do alternador,velas, amortecedores dianteiros, óleo,filtros, suspensão completa, etc. Após 1 mês e meio de uso , o carro parou de repente,apagou tudo. Liguei para o mecânico que solicitou um guincho,pois estava em outra cidade e ele não queria que nenhum outro mecânico mexendo para eu não perder a garantia de 3 meses. Após a desmontagem,a avaliação do mecânico era de que a correia do alternador foi cuspida em virtude da quebra da polia do virabrequim e que estragou internamente e precisa retificar cabeçote,trocar válvulas,etc.etc. , prejuízo decR$6.027,00 , inclusos guincho ,nova mão de obra,etc..Perguntei para alguns outros mecânicos e fóruns na internet,se o fato do ângulo e excesso de tensionamento na troca da correia do alternador,poderia ter provocando a quebra da polia do virabrequim e consequente atropelamento das válvulas ?…Pergunto : É possível ter quebrado a polia do virabrequim por má instalação e mal tensionamento da correia do alternador ?

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