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Entrevista: Representatividade e união nos Sindirepas

Antônio Fiola, presidente recém-eleito do novo Sindirepa Nacional, conta um pouco sobre os objetivos da associação e os projetos para agora e para o futuro, tendo sempre em vista o interesse dos mecânicos independentes e o fortalecimento da marca Sindirepa nos estados

 

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Revista O Mecânico: Depois de anunciar, na Automec de 2011, a criação de uma associação de Sindirepas (Sindicato dos Reparadores Independentes) em âmbito nacional, foi oficializado em abril o Sindirepa Nacional. Conte um pouco sobre essa iniciativa.
Antônio Fiola: O Sindirepa Nacional é uma associação de Sindirepas, que foi criado com o intuito principal de fortalecer a imagem do setor da reparação junto ao consumidor, promovendo a integração da categoria em todo o Brasil e facilitando o acesso para tratar de questões junto ao Ministério do Trabalho e órgãos federais. Fizemos sim o anúncio no ano passado e desde então estávamos cuidando das partes burocráticas até que oficializamos a entidade em evento no Rio Grande do Sul, onde foi escolhida ainda a sua diretoria. A idéia é fortalecer os sindicatos que já existem, fortalecer a marca Sindirepa. Estamos concretizando uma reivindicação de todo o setor de reparação de veículos que, agora, contará com representatividade nacional e realizaremos uma série de ações para promover o desenvolvimento das oficinas em todo o País.

 

O Mecânico: Por que não são todos os Sindirepas que fazem parte da associação? Quais estão participando?
Fiola: Em princípio, estão congregados Sindirepas de 8 estados. São eles: São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Goiás, Pernambuco, Bahia e Mato Grosso. Mas todos os outros Sindirepas, são 16 no total, foram convidados e apoiam a iniciativa, porém, acreditam que este ainda não seja o momento para se associar. Nós respeitamos essa decisão, queremos continuar tendo uma relação de harmonia. Acredito que aos poucos eles vão começar a vir.

 

O Mecânico: Onde e como foi a cerimônia de oficialização do Sindirepa Nacional, como foi escolhida a diretoria e outros membros de apoio?
Fiola: A oficialização aconteceu durante o I Simpósio Sindirepa-RS “Gestão de Resíduos nas Oficinas Mecânicas, no dia 26 de abril de 2012, na cidade de Porto Alegre, no plenário oficial do Mercosul na FIERGS (Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul). Foi instituído que o presidente do Sindirepa-SP seria o presidente da associação e que todos os presidentes de Sindirepas de outros estados seriam vice-presidentes. Hoje temos o seguinte quadro: Presidente: Antonio Fiola (Sindirepa São Paulo) e Vice-Presidentes: Reginaldo Rossi (Sindirepa Bahia); Ailton Aires Mesquita (Sindirepa Goiás); Marcos Britta (Sindirepa Mato Grosso); Carlos Ramon de Melo (Sindirepa Minas Gerais); Airton Tenório de Albuquerque (Sindirepa Pernambuco); Enio Guido Raupp (Sindirepa Rio Grande do Sul); e Celso Mattos (Sindirepa Rio de Janeiro). Além disso teremos outros conselheiros e diretores, por enquanto temos o Sérgio Alvarenga como meu braço direito.

 

O Mecânico: O que aconteceu com a Abrive (Associação Brasileira das Reparadoras Independentes de Veículos)?
Fiola: A Abrive foi criada em 1990 com o objetivo de representar os sindicatos do setor de reparação de todo o Brasil, e tinha como presidente Geraldo Santo Mauro. Quando ele morreu, em 2007, a associação tomou outro rumo e nós, do Sindirepa-SP, entendemos que aquele não era o caminho, não era a nossa linha de trabalho, e nos afastamos, juntamente com outros estados. Hoje a Abrive não exerce nenhuma atividade no setor, daí a necessidade de ter uma associação de representatividade nacional.

 

O Mecânico: Quais são as iniciativas que o Sindirepa Nacional pretende colocar em prática em prol do mecânico independente?
Fiola: Nosso intuito é facilitar os trâmites de questões nacionais, além disso, estamos trabalhando junto ao SEBRAE para fazer um diagnóstico do setor, inclusive, com a criação de um selo verde para oficinas. Estamos também analisando junto ao SENAI Nacional a possibilidade de uma certificação profissional séria e reconhecida. Tratamos de questões importantes junto a CNI (Confederação Nacional da Indústria), que representa a FIESP em âmbito nacional. Temos ainda assuntos relacionados ao CNAE (Classificação Nacional de Atividades Econômicas), que representa o Ministério do Trabalho. Tratamos de temas de seguradoras com a Feiseg, que é a associação nacional, etc.

 

O Mecânico: A entidade está disponibilizando um site…
Fiola: Isso mesmo, o portal da entidade (www.sindirepanacional.org.br) tem informações sobre esses projetos e os trabalhos que serão desenvolvidos. Também oferecemos indicadores, número de oficinas, colaboradores, informações sobre as feiras e eventos do setor em outros estados, as últimas notícias do segmento, etc. Qualquer um pode acessar.

 

O Mecânico: E para o futuro, o que o Sindirepa Nacional está preparando?
Fiola: Durante os próximos três anos a associação já está bastante comprometida com essas iniciativas que citamos anteriormente. Mas pensamos também em melhorar a capacitação dos profissionais e criar uma certificação junto ao IQA que seja mais acessível e gradativa. Ou seja, lutaremos para ter uma boa certificação, uma boa grade de treinamento, sempre com monitoração do setor em âmbito nacional, o que é muito importante. Também vamos tentar obter benefícios tributários e financiamentos para reparadores. Sonhos temos aos montes, mas temos que ter o pé no chão para não perder o foco.

 

O Mecânico: A entidade tem uma sede? Como serão realizadas as reuniões entre os senhores?
Fiola: Não teremos uma sede. Pelo menos por enquanto, todo o trabalho será concentrado no Sindirepa de São Paulo. Já que não temos entrada de verbas, não podemos ter muitos gastos. Em relação às reuniões, queremos que sejam periódicas, umas 3 ou 4 vezes por ano. Sempre que temos eventos regionais podemos nos reunir para trocar idéias. A proximidade entre os Sindirepas é essencial, temos que estar 100% focados.

 

O Mecânico: Mas voltando para o lado do mecânico, do trabalhador, o que ele ganha com um Sindirepa Nacional? Ele tem que ser associado?
Fiola: Não, ele não precisa ser associado ao Sindirepa Nacional, e sim ao Sindirepa do seu estado. Na verdade, a entidade é voltada para os Sindirepas, mas por consequência vai ajudar os mecânicos. Nesse sentido, vamos criar requisitos para facilitar a vida do reparador, sempre vinculado ao sindicato estadual. A entidade tem tudo para ser forte, vai identificar as necessidades dos sindicatos regionais e tentar encontrar soluções.

 

O Mecânico: O Sindirepa Nacional é uma entidade que vai ficar atrás das cortinas, quem aparece é sempre o Sindirepa estadual?
Fiola: Claro, em primeiro momento temos que fortalecer o que já temos, a ideia é que a entidade seja suportada pelos Sindirepas, talvez com apoio da CNI, mas não temos pretensão de aparecer, queremos apenas facilitar o dia a dia dos sindicatos. Sempre seguir a linha de harmonia e união com toda a cadeia, com o aftermarket, com as montadoras e com os mecânicos. Chega de problemas, queremos a solução. É bom lembrar da importância do nosso setor no cenário econômico do Brasil: temos mais de 93 mil oficinas, na maioria das vezes empresas familiares, de pequeno e médio portes, por isso, a representação nacional se torna mais do que necessária na defesa de interesses da categoria e também para promover o seu desenvolvimento.

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