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Qualidade em Série: Relacionamento com fornecedores

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A parceria entre oficinas e as empresas que fornecem produtos e serviços para o trabalho dos mecânicos tem que ser escolhida com cuidado e mantida com comprometimento e dedicação de ambas as partes

Carolina Vilanova

Você já pensou em quantos fornecedores você tem na sua oficina? A loja de autopeças, as empresas de segurança e limpeza, o lavador dos carros, a lavanderia dos uniformes, o motoboy, os fabricantes de equipamentos e ferramentas, o técnico que faz a manutenção desses aparelhos e por aí afora. Cada um fazendo seu trabalho, no qual é especializado, transformando-se em parcerias que precisam ser escolhidas e preservadas com cuidado e atenção para gerar resultados positivos para ambos os lados.

“Manter uma boa relação com seus fornecedores ajuda a melhorar o desempenho da empresa, além de criar uma aliança que auxilia na implantação de programas de melhoria da qualidade e da produtividade”, afirma José Palacio, auditor do IQA (Instituto da Qualidade Automotiva). Em busca desse conceito, mostramos nessa matéria as dicas e orientações do IQA para conquistar e manter uma relação saudável com os fornecedores da sua oficina.

O primeiro passo a tomar é fazer uma relação dos seus fornecedores atuais e potenciais prestadores de serviços. Assim, o empresário pode selecionar o que precisa e onde procurar naquele momento, sem esquecer que a atuação dessa empresa vai influenciar diretamente na imagem da sua perante o cliente. “A ligação do consumidor é com a oficina, por isso, é importante escolher bem quem vai representar o seu serviço, assegurando seu padrão de qualidade em todas as etapas de trabalho”, analisa.

Como escolher o bom fornecedor? Bem, primeiramente, é imprescindível saber qual a sua situação no mercado em relação às questões legais e idoneidade. Dessa forma, é preciso pesquisar e conversar com quem já utilizou o serviço desse potencial fornecedor para saber como foi o resultado. “Procure saber as suas origens e suas referências”, alerta Palacio.
Na hora de escolher o bom fornecedor analise o custo x benefício dessa relação, ou seja, qual o valor do que ele oferece de acordo com o produto que disponibiliza. “Não adianta o preço ser bom se o serviço não tem a qualidade que você espera. Isso pode gerar mais prejuízos do que lucros”, comenta.


Fatores que devem ser analisados para a escolha de um fornecedor:

” Distância;

” Referências;

” Custo de frete;

” Qualidade dos produtos ou serviços;

” Capacidade de fornecimento;

” Preços e prazos;

” Formas de pagamento e de entrega.

O auditor assegura ainda que, hoje em dia, bom atendimento, qualidade e rapidez na entrega são requisitos obrigatórios para o fornecedor, e ir além disso é que diferencia o escolhido dos seus concorrentes. “Veja o que o fornecedor oferece em valor agregado ao seu serviço ou produto, ou seja, se disponibiliza assistência técnica, garantia, treinamentos, entre outros benefícios”.

Além disso, é essencial analisar fatores como relacionamento, confiança, cooperação e comprometimento. “O fornecedor deve atender bem, documentar os serviços, ter regras e prezar pela qualidade. “Serviços de má procedência geram desgastes desnecessários no final. Uma lavanderia de uniformes, por exemplo, pode ser mais barata, mas se não registrar a entrada das peças, corre o risco de devolver faltando alguma coisa”, avisa Palacio.

Ele diz que se o prestador de serviços não tem regras para assegurar o bom atendimento, você pode criar. É direito seu como cliente. Assim você sabe exatamente com quem está trabalhando, por meio de métodos de trabalho e formulários, por exemplo. “Se o serviço do terceirizado não está em ordem, é a imagem da sua oficina que será afetada”, completa.

Saber negociar preços e prazos também é fundamental. Além disso, preocupar-se com a existência da possibilidade de oferecer treinamento ao pessoal da oficina ou visitas às fábricas, assim como ações promocionais em conjunto, quando o fornecedor é o varejo, por exemplo. “Essas iniciativas podem ser conseguidas com as fábricas ou distribuidores, mas o varejo deve fazer essa ponte”, diz.

Como manter o fornecedor

” Planilha para organizar os pagamentos dos fornecedores

” Mantenha mais de um fornecedor para cada serviço

” Saiba negociar preços e prazos

” Documente e planeje os pedidos de compra

” Saiba o que e quando comprar

” Leva-e-trás

” Acessórios

Vale lembrar, que no mercado automotivo, uma característica da indústria é exigir sempre melhoria por parte dos seus fornecedores e que sejam certificados para garantir a qualidade do seu produto. É assim que as montadoras escolhem os seus sistemistas, na busca do aprimoramento contínuo. Nas empresas de reparação também é assim, devido ao número cada vez maior de licitações públicas e privadas que exigem a certificação para a escolha de seus fornecedores. “É mais uma coisa que se tem que trabalhar, afinal não adianta o seu serviço ser de qualidade se a peça instalada não tem boa procedência ou se o lavador não entregar o carro em ordem”, analisa Palacio.

Uma boa dica para os estabelecimentos é instalar um software de gerenciamento de fornecedores, que ajuda a desenvolver e cadastrar fornecedores por meio de uma triagem com os potenciais tercerizados que podem atender as suas necessidades. “Muitas orientações podem ser encontradas no site do SEBRAE (www.sebrae.com.br)”.

A oficina pode ainda fazer uma pesquisa de satisfação com fornecedores para analisar as dificuldades que eles têm no atendimento, no relacionamento e em outros pontos. “Esse processo pode ser periódico e vai avaliar quesitos importantes de fornecimento, como pontualidade, cortesia, qualidade e facilidade de comunicação”, completa.

Serviços terceirizados na oficina

” Compra e entrega de peças

” Segurança e limpeza

” Lavagem do carro

” Funilaria

” Alinhamento e balanceamento

” Entregadores em geral

Mudanças de hábito

A questão do relacionamento com o fornecedor pode não ser uma preocupação do empresário da reparação nesse momento, mas num futuro bem próximo isso vai mudar, pois influi diretamente no seu rendimento final. “Esse também vai ser o diferencial da oficina, oferecer valor agregado. É uma via de duas mãos, pois o cliente também está cada vez mais exigente”.

“Esse é um caminho que o empresário deve seguir para se diferenciar na concorrência. E vai ser rápido, pois o cliente está cada vez mais exigente e cobrando mais, em função disso os prestadores de serviços tem que atender às suas expectativas para não se prejudicar perante o cliente por causa do fornecedor”, finaliza Palacio.

Vale lembrar que gerenciar corretamente o relacionamento com os fornecedores é decisivo para reduzir custos, e aperfeiçoar os processos do seu negócio. Contratar terceiros vai ajudar a oficina a oferecer, também como valor agregado para os clientes, serviços que não são sua especialidade. Com isso, colocamos fim na história de tirar vantagem do fornecedor, buscando o trabalho em conjunto, com benefícios para os dois lados.

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