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Regra de Ouro 3: respeitar os limites de velocidade

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O meu carro é feito de metal, mas os pedestres e as crianças não!

 

Física Pura: Velocidade=espaço/tempo, ou seja, a velocidade é a medida da variação do espaço ou distância percorrida num determinado intervalo de tempo ou período.

Bonito enunciado, mas e na prática como fica mesmo? Bem, na prática é assim: também vamos novamente apelar para os números: 1 Km/h, ou seja, o espaço de 1000 metros num período ou intervalo de 60 minutos ou também 3600 segundos e se fizermos essa conta obteremos o valor de 0,27 m/s ou seja 27 cm (mais ou menos o tamanho de um palmo da mão grande) em 1 segundo, dependendo do que formos comparar é muito ou é pouco rápido. Só pra ajudar nos cálculos, vale lembrar que por causa dessa matemática aí de cima ficamos sabendo que 1 m/s = 3,6 Km/h, ou seja, o tal metro por segundo é bem mais rapidinho que o quilômetro por hora, sacou?

Sei lá, se for a distância de uma cobra venenosa da minha perna e ela der o bote (27 cm) é fácil para a cobra que geralmente salta 1/3 do seu comprimento em 1/10 de segundo. No caso de uma cobrinha de 1 metro, daria conta fácil, fácil: esse 1 segundo é muito rápido pra eu reagir, mas é uma eternidade pra ela dar o bote. Socorro!

E no carro? Bem, no carro 1 Km/h é passo de tartaruga sem perna, se bem que com o trânsito do jeito que vai, tá até que rapidinho. Já 100 Km/h é bem mais legal e muito, mas muito mais rápido. Quer ver, pega a conta lá de cima e descobrimos que são 27 metros (maior que o comprimento da maioria dos caminhões e ônibus) naquele mesmo segundo. Dependendo da emergência, não dá nem pra piscar muito menos pra reagir.

Limites de velocidade surgiram justamente para tentar controlar esses parâmetros que estão presentes a cada instante em que nos deslocamos e, principalmente, a velocidade de uns em relação aos outros. Parece simples, mas todos sabemos o que exceder esses limites causa ou pode causar, afinal, já são 50 mil pessoas que morrem no Brasil por ano de acidentes de trânsito, e o excesso de velocidade é uma, senão a principal, causa para estes números tão absurdos.

Se vocês leram nossas duas últimas colunas, quando falamos das Regras de Ouro 1 e 2 sobre uso correto do cinto de segurança e do respeito às regras de trânsito, respectivamente, já sabem o que a colisão humana pode causar em 1/10 de segundo a 25 Km/h e também a 50 Km/h. Agora amigo, imagina isso tudo a 100 Km/h, onde nesse 1/10 de segundo que o carro leva para parar se colidir com um poste ou outro carro parado, ou ainda muito pior, uma pessoa na rua, aí você estaria percorrendo 2,7 metros (o tamanho de um carro pequeno) até parar, a energia no impacto é brutal, não têm para air-bag, cinto, chassis deformável para absorver a energia. É fatal amigo, acabou, já era ou só por milagre. Então, não tem outra coisa a fazer:RESPEITE O LIMITE, SEMPRE (e lembre-se de que o seu limite, o do ser humano, é bem menor que o do carro, que é feito de aço e quebra, mas não morre, entendeu?).

Na Fórmula 1, a velocidade é a essência do negócio, o mais rápido ganha. Mas tem que ser constantemente o mais rápido, só uma volta rápida ajuda, mas não ganha e só serve para fazer a pole-position na classificação, na corrida tem que percorrer os 300 Km de distância (que é o padrão dos GPs) no menor período dentro do limite de 2 horas (outro limite padrão). Aqui já deu uma média mínima de 150 Km/h.

Também têm limites, como o da entrada dos boxes, que é de 80 Km/h, e em alguns lugares cai para 60 Km/h. O recorde atual de maior velocidade em final de reta : 361,8 Km/h, proeza de David Coulthard, em Monza, na Itália, em setembro de 2000.

Colaboração: Octavio Guazzelli, ex-engenheiro de telemetria da F1 e consultor de tecnologia

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