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Poluição sob controle

Acompanhe nesta matéria a troca de todo o sistema de exaustão do Fiat Palio 1.6 ano 1998. Com avarias gravíssimas no conjunto, o automóvel apresentou altos índices de monóxido de carbono

Victor Marcondes

Alexandre Andrade

 

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Quem enfrenta o trânsito de grandes capitais é exposto diariamente a uma camada de poluição atmosférica muito prejudicial, provocada pela enorme quantidade de veículos que circulam nas ruas. As novas tecnologias desenvolvidas pela indústria automotiva e os programas de inspeção veicular do governo são ações positivas que melhoram a qualidade do ar, mas, infelizmente, ainda não bastam para conscientizar aquela parcela de motoristas descuidados, que deixam de fazer a devida manutenção no seu veículo, principalmente, no que se refere ao escapamento.

 

Composto por peças interligadas – tubo dianteiro, catalisador, silencioso intermediário e silencioso traseiro, a função do sistema de exaustão é conduzir os gases da combustão e reduzir a emissão de poluentes do motor, além de controlar o seu ruído. Quando danificado, a sua substituição pode ser parcial, ou seja, apenas algumas partes precisam ser trocadas. Porém, antes de emitir um laudo preciso sobre os problemas ocasionados, o mecânico precisa fazer a análise de todo o motor, para ter certeza de que não há outra interferência prejudicando o escape.

 

Esta seria a atitude correta de um profissional consciente e comprometido com seu trabalho. No entanto, ainda existem alguns poucos técnicos no mercado despreparados, que vacilam na hora do diagnóstico deste importante conjunto. “O mecânico, muitas vezes, pensa que o escapamento é apenas por onde passa fumaça e não se atenta às características primordiais de um sistema”, diz Valdecir Rebellato gerente de Engenharia e Marketing da Mastra. Para ele, o escapamento, geralmente, é discriminado pelo profissional da reparação.

 

De acordo com a empresa, componentes originais de reposição duram cerca de dois anos, pois é natural a deterioração conforme o tempo de uso. Insistir em rodar com um produto deteriorado gera incontáveis prejuízos para o proprietário. “Colabora com o aumento direto do consumo do combustível, além de causar uma mudança nas taxas de contra-pressão, que provocam alterações no sistema de injeção, arraste de óleo do motor e desgaste prematuro de peças. Além disso, é prejudicial à saúde porque compromete a conversão de gases”, enumera.

 

A Mastra afirma que a substituição do escapamento também é necessária quando avarias passam a causar problemas de ruído, caracterizado por sopros de gases, chocalhos no catalisador, som estridente, ressonâncias ao trocar marchas, entre outros. Também é recomendado checar o sistema quando o veículo está com baixo rendimento ou com excesso de consumo de combustível. “O motor é o coração do carro e o escape é o pulmão; é o que garante vazão para o que está sendo queimado”, compara.

 

Conversor catalítico

 

Valdecir explica que o catalisador está presente em veículos nacionais desde 1992, que possuem controle de emissões e ou injeção eletrônica. “Nos carros atuais é um absurdo não usar uma peça original neste caso, principalmente, porque interfere na contra-pressão, o que pode ocasionar defeito em sensores de temperatura, rotação, oxigênio, entre outros”, diz.

 

A peça funciona como um redutor da poluição gerada pela combustão do motor. Por meio de reações termoquímicas, os gases tóxicos passam pelo catalisador e se tornam menos prejudiciais à saúde. Porém, há ainda quem não se importe com este item fundamental. “Nós temos relatos de pessoas que tiraram o catalisador para não ter que gastar com a peça. Além de poluir, aumenta o nível de ruído e desregula a injeção, o que faz com que o carro aumente o consumo de combustível. Em um ano, o motorista pode até extrapolar o valor da peça com gastos extras”, alerta.

 

Outra realidade são as falsificações que necessitam de uma grande atenção do reparador. Muitas vezes trazem a palavra “Abafador” estampada na peça, mas não passam de itens irregulares, sem as especificações obrigatórias. Segundo a Mastra, esses componentes são formados por uma carcaça com tubo soldado, sem o suporte cerâmico revestido com óxido de alumínio e metais ativos, que realizam a conversão. Custam mais barato, mas não funcionam corretamente.

 

Todos os catalisadores fabricados ou importados desde abril de 2010 passaram a receber o selo de certificação do Inmetro, que estabeleceu critérios de avaliação da conformidade dos conversores destinados à reposição. A medida tem a finalidade de garantir qualidade e durabilidade compatível com as necessidades de controle ambiental, além de combater o comércio de peças ilegais.

 

Nesta matéria, feita com a contribuição técnica dos reparadores da Marascar Auto Center, avaliamos um Fiat Palio 1.6l 8V ano 1998, com 164 mil Km e o sistema de exaustão era original de fábrica.

 

Antes de iniciar o procedimento, não se esqueça de utilizar os equipamentos de proteção obrigatórios. Para esta substituição é preciso usar luvas, óculos de proteção e sapatos de segurança com bico de aço. Vamos lá!
Diagnóstico

 

1) Depois de analisar se avarias no motor não estão comprometendo o funcionamento do escapamento, o próximo procedimento é passar todo o sistema por uma minuciosa análise visual. Observe os coxins, coletor, catalisador, intermediário e o abafador a fim de encontrar avarias. Neste caso, todo o conjunto está danificado e deverá ser trocado.

 

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2) Utilize um equipamento para fazer a análise de gases do motor, que deve estar aquecido à temperatura normal de funcionamento para não dar falsos resultados. Antes de fazer a avaliação, descontamine o conjunto de exaustão acelerando a 2.500 rpm. Introduza a sonda e aguarde o resultado. O teste deve ser repetido em marcha lenta.

 

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Obs: Como era previsto, o Palio apresentou monóxido de carbono (CO) acima do esperado. Em marcha lenta o CO foi de 7,4, enquanto em alta foi de 3,5. O limite para que um veículo desta categoria seja aprovado na inspeção veicular é CO 1,0 em ambas velocidades.

 

3) Faça a avaliação do catalisador com a ajuda de um termômetro infravermelho, para verificar se o componente ainda está em condições de uso. Na saída do catalisador, a ferramenta deve acusar uma temperatura maior em relação ao local por onde entram os gases. No caso do Palio, ocorreu ao contrário, indicando que a peça está ineficiente devido ao tempo de uso (164 mil Km). De acordo com Valdecir, o catalisador original de fábrica é preparado para suportar no máximo 80 mil Km. O componente em questão já estava muito avariado, com pancadas na carcaça, um ponto bastante negativo para a inspeção veicular.

 

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Retirada do Sistema:

 

4) Passe vaselina nas borrachas que prendem o sistema de exaustão para facilitar o manuseio do conjunto e em seguida solte-as. Avalie o estado das borrachas, se necessário substitua por novas. (4a)

 

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5) Utilize um alicate de corte de tubos para cortar as peças.

 

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Obs: Não use maçarico para fazer o procedimento, pois caso seja preciso fazer uma adaptação, alguma rebarba de solda pode sobrar e dificultar ou impossibilitar o encaixe.

 

6) Solte a abraçadeira do intermediário com uma chave estrela 16/17. Em seguida, desencaixe e retire a peça.

 

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Obs: Não tire o componente batendo com um martelo, pode prejudicar os outros itens do sistema.

 

7) Utilize uma chave estrela número 13 para retirar os parafusos que prendem o catalisador.

 

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8) Agora retire o tubo do motor. Use uma chave de bico número 13 com extensão e uma catraca para soltar os quatro parafusos que prendem o componente. Neste caso, foi necessário a retirada para colocar uma nova sonda lambda, item qual o carro estava sem. (8a)

 

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Instalação

 

9) Ao colocar o novo catalisador, lembre-se de trocar a junta que liga a peça ao tubo por uma nova. Aperte o componente com a ferramenta adequada.

 

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10) Na instalação do intermediário, não se esqueça de passar a massa de vedação específica por dentro do bocal. Passe a massa por fora também, no local onde será colocada a abraçadeira.

 

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Obs: Sempre coloque a abraçadeira de lado para evitar que o cliente alegue que o item foi montado de forma indevida em caso de alguma quebra.

 

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11) Na implantação do conjunto traseiro, passe a massa de vedação por dentro do encaixe e por fora, onde será colocada a nova abraçadeira. Aperte os parafusos com a ferramenta adequada.

 

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Obs: Para finalizar, ligue o carro e deixe funcionar por 15 minutos. O procedimento é necessário para expandir a manta que envolve o núcleo cerâmico do catalisador, protegendo o componente contra trincas, quebras e solturas.
Para confirmar que o sistema de exaustão está funcionando corretamente, faça a aferição do catalisador com um termômetro infravermelho. No caso, a diferença entre a temperatura da saída menos a da entrada do catalisador deve ser de no mínimo 10°C. Após a confirmação passe novamente no analisador de gases. Depois da manutenção, o Palio apresentou índices muito baixos de poluição, como 0,1 de CO em rotação alta, e 0,12 em baixa. Com certeza, não terá mais problemas com a inspeção veicular. O meio ambiente agradece.

 

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Mais informações: Mastra (19) 3446-4360  Colaboração técnica – Marascar Auto Center

Comentário em “Poluição sob controle

  1. Interessante a forma de apresentação deste conteúdo técnico- profissional, muito embora, bem , vejo a intenção positiva didática,aplicado ,porém em poucas linhas de maneira clara e inteligível quanto transparente,acredito haver , novidade pouca informação sobre a qualidade do material, segurança e ergonomia , mas parabéns a ênfase aplicada ao objetivo textual,
    Sem mais para o momento,
    Atenciosamente
    RAFAEL CÂNDIDO SILVA DOS SANTOS

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