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Peugeot 308 1.6 Allure: design e motor de primeiro mundo

Alinhado com o modelo vendido na Europa, o 308 vai além da beleza e mostra atributos mecânicos, tecnologia e acabamento para consquistar o segmento dos hatches médios

Fernando Lalli

Lenta e gradualmente, as fabricantes de automóveis instaladas no Brasil vão diminuindo a diferença entre as linhas vendidas aqui e os modelos que elas oferecem na Europa ou Estados Unidos. Um exemplo é a Peugeot, que além de já ter anunciado o início de produção simultâneo do compacto 208 na Europa e no Brasil para 2013, colocou no mercado nacional o hatch médio 308 com os mesmos equipamentos, visual e powertrain vendidos no Velho Continente – pelo menos nas versões 1.6, cujo motor é o novo EC5, que equipa a versão Allure testada nesta reportagem e substitui o veterano TU5JP4 que equipava o modelo antecessor, o 307.

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Por falar no 307, o aposentado modelo médio da Peugeot dividia opiniões sobre seu visual – havia fãs e detratores na mesma medida. Agora, com o 308, parece haver um consenso: trata-se de um dos mais belos carros em sua faixa de preço, com visual esportivo na medida certa. Ao contrário do antecessor, o 308 não possui versão sedã, já que a fabricante adotou para o posto de sedã médio o modelo 408. Entretanto, o porta-malas do hatch comporta nada menos que 430 litros de bagagem, bem mais do que seus concorrentes diretos e acima até de alguns sedãs consagrados por aí.

Novo motor
O motor EC5, desenvolvido por engenheiros do Grupo PSA na América Latina, França e China, é produzido na Fábrica de Motores em Porto Real/RJ. O propulsor tem 1.587 cm3, 16 válvulas com comando variável na admissão (VVT), bomba de óleo variável (ajusta automaticamente o fluxo de óleo enviado de acordo com a rotação do motor e a carga); bielas forjadas; pistões, aneis e acabamento dos cilindros “low friction” (adota material de baixa resistência à fricção, reduzindo o atrito entre as peças); coletor de admissão e tampa do motor em plástico; tuchos hidráulicos e sistema drive by wire no acelerador. Tudo para que o propulsor atinja o máximo em eficiência.

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De acordo com dados de fábrica, o EC5 é capaz de desenvolver, abastecido com gasolina, potência máxima de 115 cv a 6.000 rpm e torque máximo de 15,5 kgfm a 4.000 rpm; abastecido com etanol, gera 122 cv a 5.800 rpm e torque de 16,4 kgfm também a 4.000 rpm. A taxa de compressão desta versão é 12,5:1.

A tecnologia flex aplicada no EC5 foi desenvolvida pela Bosch. Segundo a Peugeot, o sistema Flex Start dispensa o “tanquinho” de gasolina e proporciona melhor resposta do motor à aceleração independentemente da temperatura, e ainda reduz as emissões de poluentes. Para aplicar o sistema, a Bosch desenvolveu uma nova galeria de combustível com os elementos de aquecimento integrados, além de diversos outros componentes para garantir que a temperatura do combustível atinja os valores ideais para a partida, mesmo em baixas temperaturas.

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Complementando o sistema Flex Start, o sistema Wake up inicia o pré-aquecimento do etanol quando a porta do motorista é aberta, eliminando o tempo de espera de 6 segundos quando a temperatura ambiente é de 5°C. A partida só é permitida quando o aquecimento estiver completo, informação que aparece através de uma luz indicadora no painel.

Leve esportividade
Apesar de ter o motor 1.6 mais potente da categoria, o Peugeot 308 não proporciona grandes sustos nas acelerações, ainda que também não deixe a desejar. O motor começa a encher, de verdade, depois das 3 mil rpm, já próximo à rotação do pico de torque. Impressão confirmada na estrada, onde o hatch trabalha na faixa ideal de suas curvas de torque e potência e não tem nenhuma dificuldade em desenvolver velocidade de cruzeiro, mesmo carregado.

Na cidade, as arrancadas são comportadas, mas, quando necessário, é só jogar o conta-giros às 3 mil rpm para que o carro acorde. Assim, aliado ao câmbio mecânico de cinco marchas com relação “neutra”, o motor se adapta tanto a uma condução mais conservadora quanto à necessidade por velocidade em ultrapassagens na estrada. Nem tanto ao céu nem tanto à Terra.

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Um item que pode exigir tempo de costume com o modelo é o conjunto direção/suspensão. Composta por sistema pseudo-McPherson na dianteira e travessa deformável com barra estabilizadora integrada na traseira, a suspensão é firme. Aliada aos pneus 205/55 R16 e às bitolas largas tanto na dianteira quanto na traseira, a suspensão garante ótima dirigibilidade e estabilidade nas curvas, mas transmite alguma sensação do solo para o habitáculo. Os amortecedores hidráulicos possuem válvulas pressurizadas e, segundo a Peugeot, são os responsáveis diretos pelo comportamento do veículo.

Já a direção é eletroassistida (caixa hidráulica modulada por conjunto de eletrobomba) e tem regulagem bastante direta e firme. Em condução esportiva, direção e suspensão garantem segurança e controle total do veículo, e são mais que bem-vindos, mas podem assustar motoristas que busquem mais conforto nesse sentido. Porém, o que realmente causou estranhamento em nosso teste com o 308 não foi nenhum item mecânico, mas, sim, a posição dos retrovisores, recuados demais e prejudicando bastante a visão lateral. Mas é o único problema crônico do carro – e que não deve se repetir com todos os motoristas, afinal, a posição de dirigir varia para cada um.

Acabamento e equipamentos
A concorrência do Peugeot 308 é forte: VW Golf, Ford Focus Hatch, Fiat Punto, entre outros. Em segmentos assim, a compra é decidida no desempate, nos detalhes. E é aí que o 308 começa a mostrar suas armas. O acabamento do modelo é de fazer inveja em modelos mais caros. O painel de instrumentos é similar ao do 408, também revestido com o material macio ao toque, que a Peugeot chama de slush. O visual sóbrio é sutilmente quebrado pelos detalhes cromados das saídas de ar. O volante revestido em couro é de série em todas as versões tem ótima pegada. O isolamento acústico exemplar da cabine reflete o trabalho que a Peugeot propaga nesse sentido.

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Além dessas características, desde a versão de entrada, a Active 1.6, a Peugeot oferece o 308 com ar condicionado automático digital Bi-zone com saída de ar traseira; ajustes de altura do banco do motorista, coluna de direção com regulagem de altura e profundidade e com comando do rádio, computador de bordo, retrovisores externos elétricos, vidros elétricos sequenciais com sistema anti-esmagamento e porta-luvas refrigerado e iluminado. Mimos suficientes para conquistar qualquer consumidor.

Os itens de segurança do 308 também são destaque. A versão Allure traz de série Freios ABS com AFU (auxílio a frenagem de urgência) e REF (repartidor eletrônico de frenagem); acendimento automático das luzes de emergência após frenagem brusca; duplo airbag frontal (motorista e passageiro); cintos de segurança dianteiros pirotécnicos com limitador de esforço e regulagem de altura e travamento automático das portas e do porta-malas em velocidade. A Peugeot cita também o trabalho feito na estutura do chassi, com tripla via de reforço e absorção de impactos na parte dianteira, com emprego de chapas do tipo THLE (de alto limite elástico) e de reforços em diversos pontos da carroceria.

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Pós-venda
Ao pacote do carro, a Peugeot atrela ainda seu plano de pós-venda, que é composto por três anos de garantia total, pacotes de peças e serviços com preços fixos e mão de obra inclusa. As revisões programadas também têm preços fixos para toda a rede de concessionárias do país, sendo que primeira revisão, de 10 mil Km (ou um ano), sai por R$ 234. Segundo a marca, somando-se as revisões programadas até os 30 mil quilômetros (ou três anos), o proprietário pagará R$ 799.

Ficha técnica

Motor ALLURE 1.6

Número de cilindros: 4

Número de válvulas / cilindro: 16

Cilindrada ( L ): 1.6L

Potência máxima cv (DIN) / rpm: Alcool: 122 / 5.800 – Gasolina: 115 / 6.000

Torque máximo mkgf (DIN) / rpm: Alcool: 16,4 / 4.000 – Gasolina: 15,5 / 4.000

Velocidade máxima (km/h): Alcool: 196 – Gasolina: 191

0 – 100 km/h (seg): Alcool: 10,3 – Gasolina: 11,0

Tração: dianteira

Transmissão
Caixa de mudanças: manual 5 marchas

Direção: Com assistência eletro-hidráulica

Suspensão

Dianteira: Rodas independentes, pseudo McPherson, com barra estabilizadora, molas helicoidais e amortecedores hidráulicos pressurizados.

Traseira: Rodas independentes, com travessa deformável e amortecedores hidráulicos pressurizados.

Freios

Dianteira: Discos ventilados
Traseira: Discos

Pneus: 205 / 55 R16

Combustível: Flex: Gasolina e/ou Álcool

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