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Entrevista: Percepção e confiança estão ligadas ao mecânico

Focada no mercado de reposição, a Spaal tem como pilares a qualidade, tecnologia e sustentabilidade. Seu diretor executivo, Flavio Langer, conta um pouco da parceria com os mecânicos independentes e acredita que eles são os verdadeiros formadores de opinião na hora de escolher uma peça de aplicação

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Revista O Mecânico: Com 55 anos de mercado, a Spaal é uma empresa brasileira que está cada vez mais expandindo sua atuação. Como é a estrutura da empresa?
Flavio Langer: A Spaal/Dynamic é uma empresa de capital 100% nacional e está sendo gerida pela segunda geração. Somos uma empresa de médio porte, instalados em planta industrial própria de 35 mil m2 em Taboão da Serra, na grande São Paulo. Grande parte da estrutura comercial da Spaal/Dynamic é realizada por representações comerciais independentes, seja no Brasil como também nos canais de exportação.

O Mecânico: Em relação à capacidade produtiva da fábrica, como está a Spaal? Quais as linhas de produtos fabricados e os mais importantes?
Flavio: Operamos com taxa média de ocupação de aproximadamente 70%. Isto é a média, pois temos determinados grupos de equipamentos nos quais esta taxa é maior. Quanto maior o investimento, maior tende a ser sua taxa de ocupação. Fabricamos juntas e retentores para todas as linhas veiculares. Certamente destacamos as juntas de cabeçote multilayer, as tampas e cárters metal-elastômero e os retentores dinâmicos como nossos principais produtos.

O Mecânico: Conte um pouco sobre a linha Dynamic, o que é, por que e quando foi lançada?
Flavio: A Dynamic é a nossa marca de retentores, de fabricação própria. É fruto de planejamento estratégico. No segmento de retentores temos altíssima concentração de mercado. Temos apenas dois fabricantes com tecnologia para produzir retentores críticos, refiro-me retentores para motores e transmissões. O projeto iniciou-se em 2011, em duas frentes: ampliação da área fabril para receber esta nova divisão e contratação/aquisição da tecnologia necessária. Hoje, posso afirmar com absoluta certeza que nosso produto funciona com a mesma performance das marcas líderes de mercado.

O Mecânico: Esses produtos são todos destinados à reposição ou também fornece para o mercado de peças originais (OEM)? Qual é essa porcentagem?
Flavio: O objetivo sempre foi e será o aftermarket, pois é a nossa vocação. No entanto, a qualidade dos retentores Dynamic já nos permitiu aprovar alguns itens para importante fabricante de transmissões. Certamente, em médio prazo, atenderemos os dois segmentos, em percentuais que ainda desconhecemos.

O Mecânico: Com importantes certificações, a marca acredita que qualidade, tecnologia e sustentabilidade são os pilares sólidos para a produção. Isso é essencial para ter participação como equipamento original, dentro das montadoras?
Flavio: Nossa opção por produzir produtos de qualidade vem de duas décadas. Me recordo de um momento no passado que admirávamos determinado concorrente pelo que este vendia como também admirávamos outro concorrente pela sua qualidade. Tivemos que decidir e optamos por qualidade. Esta estratégia não foi alterada até hoje e as certificações fazem parte desta política. Quanto ao fornecimento para OEM, diria que as certificações são obrigatórias dentro do processo de aprovações e fornecimento.

O Mecânico: Além de produtos para linha leves, a Spaal também detém tecnologia para fabricar peças para linha pesada? Que peças são essas e qual a importância desse mercado?
Flavio: Diria que a tecnologia é a mesma. Motores de alta performance, como são os Euro 5 e futuramente Euro 7, trabalham em pressões elevadas, que exigem cargas de esforço altíssimas dos componentes do motor. Ouvimos recentemente de um engenheiro ligado à OEM que, para o Euro 7, devemos esquecer tudo que conhecemos. As peças da linha pesada são, normalmente, projetadas com maior complexidade, pelo fato de que são componentes de motores diesel e que devem resistir a centenas de milhares de quilômetros. Parte desta complexidade também deve ser atribuída às dimensões dos ferramentais e moldes, que consequentemente exigem máquinas de grande porte para serem produzidos. A meu ver, a importância do mercado de linha pesada são estas exigências que mencionei, que requerem investimento, qualidade e responsabilidade. Muitos fabricantes de juntas para a linha leve adentram somente superficialmente neste mercado por estas razões. Arcar com todos os custos de uma carreta quebrada, em local distante, carregada, e reparação que custará milhares de reais?

O Mecânico: Sabemos que a marca se preocupa com tecnologia, desenvolvimento e meio ambiente. Quais as ações da marca que são baseadas nesses conceitos?
Flavio: Na verdade todas as ações da Spaal/Dynamic são norteadas com base nessas premissas. Isso está escrito em nossa visão, que está disponível em nosso site. Isso é aplicado de forma cultural na empresa, o que resulta em entendimento, disciplina e responsabilidade pelos nossos colaboradores.

O Mecânico: O que há de mais avançado em juntas e retentores atualmente? Vocês têm equipes especializadas em desenvolvimento de novas tecnologias? Dessas peças, o que já está disponível no mercado?
Flavio: Em juntas, eu diria que os maiores avanços estão nos materiais empregados, como aços revestidos, formulações elastoméricas de melhor performance, na metalurgia, etc. Já para retentores podemos dizer que são os sensorizados em PTFE, que garantem alta durabilidade além da função de posicionamento do motor. Nas juntas, já empregamos os melhores materiais existentes para cada tipo de aplicação. Nos retentores, podemos citar os fônicos utilizados em motores da linha VW.

O Mecânico: Qual a importância que a Spaal dedica ao mercado de reposição no Brasil?
Flavio: Importância total. Somos uma empresa que sobrevive desse mercado. Temos gratidão aos clientes que acreditam em nossos valores e acreditamos que o mercado brasileiro está bastante maduro, embora algumas transformações ainda estão por ocorrer. Neste mercado, pelo tamanho e diversidade da frota, área geográfica, nível de desenvolvimento, tudo se vende. Infelizmente até produtos de qualidade questionável.

O Mecânico: Qual a assistência que a Spaal dedica ao aplicador, os mecânicos independentes? Existem programas voltados especialmente para esse público?
Flavio: Normalmente as informações importantes, diretamente relacionadas à reparação e montagem, são inseridas nas embalagens dos produtos. Adicionalmente a isso, temos o Serviço de Atendimento ao Cliente – SAC, que está disponível para todos os tipos de questionamentos técnicos. Temos profissionais capacitados para dar o suporte necessário. É comum deslocarmos algum profissional até o cliente, onde a questão apontada requer análise mais detalhada.

O Mecânico: Em sua opinião, o mecânico é um formador de opinião? Por quê?
Flavio: Certamente. O fabricante pode ter bom marketing, boa estrutura e política comerciais, mas o produto tem que funcionar e por período condizente com a frequência de reparações aceitáveis daquele motor. Essa percepção e confiança estão diretamente relacionadas ao aplicador.

O Mecânico: Que tipo de ações são promovidas para incentivar o uso da marca junto aos aplicadores?
Flavio: Temos agora em andamento a campanha do gel desengraxante, que acompanha todos os jogos de juntas da Spaal/Dynamic. É algo que o aplicador normalmente paga, e oferecemos sem nenhum custo. Para nós, a melhor ação é trazê-los à empresa, porém, isso ocorre com limitações, devido a nossa extensão geográfica. Também participamos de diversas ações em parceria com os clientes, como campanhas, festividades, jalecos, brindes, entre outras ações que nos são propostas.

O Mecânico: A Spaal investe em treinamentos, cursos e palestras para os mecânicos independentes? Como eles podem participar?
Flavio: Realizamos palestras de dois níveis. Uma delas é direcionada diretamente ao aplicador, em que focamos aspectos da reparação e montagem, como também os diferenciais dos nossos produtos etc. O outro formato é especialmente ministrado para associações de classe, em que são apresentados conceitos mais abrangentes de motores e tecnologias. Qualquer aplicador poderá nos contatar, através do site, solicitando palestra em sua região. Tratamos deste assunto como investimento na Spaal/Dynamic.

O Mecânico: A marca está presente nas competições de motorsport pelo Brasil? O que se ganha dessa participação?
Flavio: Visibilidade. Participamos de competições como a Fórmula Truck e Stock Car nestes últimos dois anos. Buscamos rejuvenescer a marca Spaal através deste tipo de apoio. Especificamente na Truck, desenvolvemos juntas especiais para os motores Cummins, repotenciados para até 1200cv. Nossa engenharia desenvolveu um produto próprio e que resistiu a esta severa condição de uso.

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