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Manutenção Preventiva – Revisão de 90 mil km no Honda Fit EXL 2009 (parte 1)

 

Confira o procedimento de diagnóstico e substituição de componentes em uma unidade da segunda geração do monovolume produzido em Sumaré/SP

Texto: Gustavo de Sá
Foto: Lucas Porto

Medir e testar antes de trocar é a filosofia adotada pela DPaschoal em todos os serviços realizados nas lojas da rede. Este princípio tem como principais objetivos a fidelização do cliente (que pode ter a certeza de que não vai gastar com o que ainda não precisa ser substituído no veículo) e a preservação do meio ambiente (ao evitar o descarte de peças antes da hora certa).

 

“100% dos componentes são analisados e, se necessária, é recomendada a substituição. Para total transparência, sempre mostramos aos nossos clientes as peças substituídas”, revela Danilo Ribeiro, instrutor de treinamento técnico do CTTi/DPaschoal, em Campinas/SP.

 

Ribeiro fez todo o diagnóstico e substituição das peças em um Honda Fit de segunda geração, ano/modelo 2009/2009, versão EXL 1.5 flex, com câmbio manual de cinco marchas. Adquirido zero-quilômetro em julho de 2009 e com 86.600 km marcados no hodômetro em julho de 2018, o veículo precisava realizar sua nona revisão programada, equivalente a 90 mil quilômetros no manual do proprietário (as revisões do modelo são indicadas a cada 12 meses ou 10 mil quilômetros, o que ocorrer primeiro).

 

Nesta primeira parte, confira o processo de diagnóstico e a manutenção básica indicada para este modelo.

 

DIAGNÓSTICO

 

1. Faça a vistoria inicial do veículo, com as anotações dos detalhes estéticos da carroceria. Verifique se o automóvel possui manual do proprietário para saber o histórico de manutenção. Nesta primeira etapa também é importante conversar com o cliente para descobrir se há alguma queixa em relação à dirigibilidade percebida pelo condutor do veículo no dia a dia.

 

 

2. Realizada a vistoria, proteja o veículo com capas especiais para este fim: com elas, são minimizados os riscos de um possível dano ao veículo do cliente. Aplique-as nos quatro para-lamas. Na cabine, também é importante a proteção do banco do motorista com uma capa (2a) e do volante (2b) e manopla de câmbio com plástico filme.

 

 

 

3. Procure a etiqueta da última troca de óleo e filtros no para-brisa. Neste carro, não havia a indicação no vidro. Segundo o proprietário, a última troca havia sido realizada há 12 meses. Portanto, neste caso, a troca é recomendada.

 

 

4. Ligue a ignição e verifique se todas as luzes-espia estão funcionando. Ao dar a partida, todas elas devem apagar após alguns segundos. Caso contrário, é preciso fazer uma verificação com o scanner. Neste carro, não havia nenhuma anormalidade com as luzes-espia.

 

 

5. Avalie o freio de estacionamento. Com a alavanca abaixada, suba-a lentamente e conte quantos cliques são registrados até o ponto mais alto. Em média, na linha Honda, segundo Ribeiro, são de cinco a nove cliques. Também é importante testar se o botão de acionamento não apresenta emperramento e checar se não há folga axial na alavanca.

 

 

6. Verifique o estado do pedal de freio, se está firme ou cedendo. Além disso, teste a válvula de retenção de vácuo: com o carro recém-desligado, pressione três vezes o pedal de freio. Ele deve endurecer após pressionar três vezes. Caso contrário, a válvula de retenção de vácuo pode estar comprometida.

 

Atenção: A partir deste passo, é imprescindível o uso dos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), como óculos e luva.

 

 

7. Aplique desengripante nas partes a serem removidas. Esse procedimento ajuda no desencaixe.

 

OBS: A DPaschoal possui, ainda, uma ferramenta chamada “medidor de palheta”, que indica se é necessária a troca do componente. Porém, neste modelo específico (Honda Fit 2009), a haste possui desenho diferente do encaixe da ferramenta de medição.

 

 

8. Repita o procedimento com a verificação da palheta traseira. Veja se não está serrilhada, cortada, ressecada ou deformada. Faça também o teste prático para avaliar a eficiência.

 

 

9. Verifique o nível do fluido de freio e a qualidade do líquido com um equipamento específico para este fim. Para isto, solte a tampa e, na sequência, remova a peneira de proteção. Insira no reservatório a ponta do equipamento que avalia o estado do fluido; uma luz vermelha indica que é hora de fazer a troca. Caso o nível esteja baixo, é preciso certificar-se de que não há vazamento no reservatório ou no sistema.

 

 

10. Bateria: conecte os cabos do equipamento de medição do estado de baterias nos polos negativo e positivo. Com a ajuda de um assistente, ligue o carro e acelere (rotação média) por cerca de 30 segundos. Na sequência, mantenha o carro ligado e acenda os faróis. Ao final do teste, o equipamento aponta a saúde do alternador e da bateria, como o CCA (que indica a corrente máxima que o componente pode fornecer na partida). Neste carro, o conjunto está em bom estado.

 

 

11. Cheque o nível do reservatório do líquido limpador do para-brisa e complete com água, se necessário.

 

 

 

12. Líquido de arrefecimento: verifique o nível do reservatório, que deve estar entre o mínimo e o máximo. Neste carro, estava mais próximo do mínimo. O nível foi completado com líquido de arrefecimento recomendado pela Honda. Ele é do tipo pronto para uso e não requer adição de água desmineralizada (já vem na proporção 50/50). A troca total do líquido é recomendada pelo manual do fabricante apenas aos 200 mil km. Vale lembrar que o sistema de arrefecimento é estanque. Portanto, não deve baixar além do mínimo. Caso aconteça, procure por sinais de vazamento no sistema (para isso, utilize um pressurizador e faça a busca com motor frio).

 

 

13. Nível do óleo: de preferência com o motor frio, retire a vareta de medição do nível do óleo e limpe-a com um pano limpo e seco (jamais com estopa ou material que solte fios). Introduza-a novamente e remova para verificar o nível, que deve estar entre os sinais de mínimo e máximo. Neste carro, estava dentro do limite. Porém, a troca será realizada devido ao tempo da última revisão (12 meses).

 

 

14. Filtro de ar do motor: remova os três encaixes do tipo presilha e levante a tampa. Este carro possui filtro de ar de carvão ativado, que retém melhor as impurezas. Por isso ele possui aparência acinzentada, que, para o cliente, pode ser interpretada como sujeira no filtro novo. Nunca limpe o filtro com ar comprimido.

 

 

15. Remova uma das velas para avaliar o estado de desgaste. Use um calibre para medir o desgaste do componente. De acordo com o fabricante, o nível máximo de desgaste do eletrodo é de 1,3 mm. Neste carro, a vela ainda está em estado aceitável e deverá ser verificada na próxima revisão (daqui a 10 mil km).

 

 

16. Com o auxílio de um equipamento chamado vídeo scope (onde uma câmera acoplada a um cabo flexível é inserida no cilindro), avalie o estado de contaminação e carbonização do motor. Neste veículo, há carbonização inicial concentrada da extremidade para o centro do pistão. Por isso, a limpeza é recomendada. De acordo com o instrutor Danilo Ribeiro, o nível de carbonização está dentro do esperado para a quilometragem do modelo.

 

 

17. Iluminação: cheque o funcionamento de todas as lâmpadas e luzes do veículo, inclusive as internas.

 

 

18. Alinhamento dos faróis: com o veículo em um piso totalmente plano, posicione o equipamento alinhador de faróis à frente do carro. O aparelho deve ser colocado a uma distância de 50 cm da lente, centralizado com a lâmpada de facho baixo (neste modelo, o farol é do tipo monoparábola, com os dois fachos no mesmo conjunto) e na mesma altura da lâmpada (18a). Com uma chave phillips ou allen de 7 mm, faça os ajustes na parte traseira do farol (18b). Há duas peças plásticas e cada uma ajusta um plano (lateral e vertical).

 

 

 

19. Amortecedores: A DPaschoal avalia o estado dos amortecedores por meio de um app para smartphones chamado de Audio Shock, pelo qual é possível captar o ruído da atuação dos amortecedores e convertê-los em um gráfico que aponta se é necessária a troca ou não (19a). Ele funciona da seguinte forma: um microfone conectado ao celular é colocado no corpo do amortecedor (19b). Em seguida, é necessário balançar o carro por 15 segundos para que o aplicativo capte os sons do amortecimento. Este processo é feito individualmente, em cada uma das rodas. Neste carro, os amortecedores foram considerados em bom estado.

 

 

 

20. Além dos amortecedores da suspensão, também é importante verificar as molas a gás da tampa do porta-malas. A avaliação é simples: abra a tampa traseira até metade do curso. A partir deste ponto, ao soltá-la, ela deve subir sozinha até o fim. Caso desça, é sinal de que é preciso trocar as molas a gás. Neste carro, elas estavam funcionando da forma correta.

 

 

21. Ainda com o carro no solo, cheque o estado dos coxins superiores do motor.

 

 

22. Com o veículo no elevador, faça a verificação visual da suspensão e de todo undercar. Avalie o estado dos amortecedores e certifique-se de que não há vazamentos. Cheque ainda o estado da coifa, batente e molas, que devem estar brilhosas e sem rachaduras.

 

 

23. Fazendo movimento axial das rodas, procure por folgas no sistema de rodagem (23a). Neste carro, foi detectada uma folga no pivô dianteiro esquerdo, que deverá ser trocado (23b).

 

 

 

24. Gire a roda e segure no corpo do amortecedor para verificar o rolamento. Caso apresente vibração, é sinal de que a peça precisa ser substituída.

 

 

25. Com o carro no elevador, cheque o estado das bieletas (25a), buchas da barra estabilizadora, coifa da homocinética (25b) e coifa do câmbio.

 

 

 

26. Cheque também as buchas (dianteiras e traseiras) de bandeja, movimentando-as com uma espátula.

 

 

27. Confira também o coxim de câmbio com a espátula.

 

 

28. Inspecione os coxins de fixação em toda a extensão do escapamento. Veja ainda se o catalisador e o abafador não apresentam furos ou outo tipo de problema. Outra recomendação é passar o dedo na ponta do escapamento para ver se não há acúmulo de óleo (o que pode indicar consumo excessivo de lubrificante).

 

 

29. Sistemas de rodagem: com um profundímetro digital, verifique a altura dos sulcos dos pneus em três pontos diferentes da banda de rodagem e considere o valor mais baixo. Pela legislação (e o indicador TWI), o limite de altura do sulco é de 1,6 mm. Na DPaschoal, por segurança, a troca é recomendada com 2 mm. Nos pneus dianteiros, eles apresentavam desgaste regular e altura de 5,6 mm. Já os traseiros estavam com desgaste irregular e acentuado nos ombros, o que pode ter sido causado por rodagem com baixa pressão e falta de alinhamento. Por isso, é necessária a troca do par do eixo traseiro.

 

 

30. Outro cuidado importante é com as válvulas de enchimento dos pneus, que não devem apresentar fissuras ou rachaduras. Neste carro, todas estavam com problemas e deverão ser substituídas.

 

 

31. Cheque também as condições do estepe. Neste carro, ele está em perfeito estado e não aparenta ter sido usado.

 

 

32. Freios: veja se os flexíveis de freio estão em bom estado e meça a espessura dos discos e o estado das pastilhas. No carro desta reportagem, o limite de desgaste dos discos estava além da espessura mínima indicada no componente original (19 mm, na dianteira, e 8 mm, na traseira). Por isso, a troca do conjunto completo deverá ser realizada. É preciso observar ainda o estado das coifas das homocinéticas e da caixa de direção, além do estado das mangueiras hidráulicas.

 

 

TROCA DE ÓLEO DO MOTOR

33. Para fazer a troca do óleo do motor, remova o parafuso do bujão do dreno com uma chave de 17 mm.

 

 

34. Esgote o óleo antigo do cárter.

 

 

35. Remova o filtro de óleo. Certifique-se de que o anel do filtro não está no bloco do motor.

 

 

36. Compare o filtro novo ao antigo para atestar a compatibilidade.

 

 

37. Molhe o anel do filtro com óleo novo antes da colocação. Encaixe o novo filtro de óleo e aperte com a mão (37a). Para não escorregar, vale utilizar uma lixa para fazer o aperto final (37b).

 

 

 

38. Troque a arruela do bujão e aperte-o com intensidade moderada. Por fim, lacre-o com tinta.

 

 

39. Complete o cárter com o lubrificante novo recomendado pelo manual (0W-20 sintético, API-SL ou superior).

 

 

Troca do filtro de combustível

 

40. Utilize uma chave de 10 mm para remover os dois parafusos do suporte do filtro de combustível.

 

 

41. Com uma chave de fenda, desconecte os tubos de entrada e saída do filtro e remova-o do carro ainda junto do suporte. Na bancada, utilize a mesma chave de 10 mm para tirar o terceiro parafuso de fixação para separar o suporte do filtro.

 

 

42. Reinstale o filtro novo seguindo o procedimento inverso ao da desmontagem e observe sempre a seta de orientação para saber o sentido de entrada e saída do combustível. Terminada a instalação, ligue quatro vezes a ignição antes de dar a partida no motor para que o filtro de combustível seja enchido.

 

 

Troca do filtro de cabine

 

43. Aperte as laterais do porta-luvas para ter acesso ao filtro de cabine.

 

 

44. Solte a tampa (44a) para ter acesso ao filtro (44b).

 

 

 

45. Remova a peça antiga e instale a nova, sempre observando a seta que orienta o fluxo de ar e a posição correta de instalação.

 

 

Higienização do ar-condicionado

 

46. Para realizar a higienização do sistema de ar condicionado, feche as saídas de ventilação com panos que são vendidos junto com um produto de limpeza específico para este fim.

 

 

47. Ligue o carro, ative a recirculação de ar, deixe no modo de ventilação somente, escolha a velocidade dois, temperatura ambiente (21°C) e fluxo de ar frontal (saídas principais). Após remover os carpetes e demais objetos do interior do veículo, adicione o líquido ao equipamento de higienização (nebulizador) e deixe-o agir no interior do carro fechado por 25 minutos (deixe apenas o vidro do motorista com abertura de quatro dedos para haver pequena troca do ar interno pelo externo). Terminado o processo, instale uma etiqueta no para-brisa (similar à do óleo do motor) com a data da higienização. O prazo recomendado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para realizar a higienização é a cada seis meses.

 

 

Limpeza do sistema de injeção

 

48. Para fazer a limpeza do sistema de injeção eletrônica, utilize um produto para descarbonização do corpo de borboleta. Aplique o produto por meio da entrada do duto de ar do motor e peça para um assistente acelerar o carro para que o motor não desligue durante o procedimento.

 

 

49. Aplique via tanque um produto de descarbonização do sistema de injeção. É importante alertar o cliente para que ele encha o tanque de combustível após a revisão e utilize-o até chegar na reserva para que a diluição e atuação do produto ocorram da forma esperada.

 

 

Lubrificação das canaletas e dobradiças

 

50. Lubrifique todas as dobradiças e fechaduras de porta com óleo desengripante. Aplique também grafite nas quatro canaletas dos vidros.

 

 

Troca dos limpadores de para-brisa

 

51. Remova os limpadores de para-brisa antigos e compare-os com os novos para certificar-se da aplicação correta. Instale os novos componentes e cheque se estão bem fixados. Em seguida, molhe o vidro e acione os limpadores para confirmar o perfeito funcionamento deles.

 

 

 

52. Após a instalação dos limpadores, é hora de fazer a cristalização dos vidros dianteiro e traseiro. Para isso, limpe e seque os vidros. Em seguida, aplique o produto de cristalização e espalhe com uma esponja ou pano limpo em movimento circulares. Aguarde alguns segundos e faça o lustro com um pano de microfibra limpo e seco.

 

 

Colaboração técnica:
CTTi/DPaschoal:

(11) 0800 770 5053

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