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Manutenção preventiva de freio de carretas

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Confira nesta reportagem o procedimento de troca de lonas e exame do sistema de freios de um implemento rodoviário fabricado pela Randon, cuja manutenção é tão importante quanto a do cavalo mecânico para evitar acidentes

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Em um veículo pesado, a manutenção de um item de segurança ativa ganha importância ainda maior justamente pelas dimensões que uma falha pode tomar. E o sistema de freio é o elemento principal de salvaguarda em um veículo de qualquer tamanho. Manter o conjunto em boas condições é garantia de tranquilidade para rodar os milhares de kilômetros, que semanal ou mensalmente um veículo de carga percorre. Isso inclui o ajuste periódico das lonas de freio e, quando necessário, sua substituição.

“A vida útil da lona de freio em um caminhão está diretamente ligada ao trecho que o veículo percorre e ao volume de carga que carrega”, declara Silas Vicente Cruz Filho, consultor técnico da Fras-le. “O maior inimigo da lona de freio é o calor. Se o caminhão for utilizado em serra, naturalmente o freio vai produzir mais calor do que se conduzido em trechos planos”, explica. Outras situações que sobrecarregam e causam o desgaste prematuro das lonas em qualquer veículo pesado são a condução agressiva, excesso de carga e não usar o freio motor em declives ou paradas.

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No caso de cavalos mecânicos e implementos rodoviários, outro fator de desgaste é o uso incorreto e abusivo do freio da carreta através do “manete”, o que força o sistema de freio do implemento e, em casos mais avançados, pode causar o temido efeito “L” e a chance de um acidente grave é grande. Por isso, a recomendação da Fras-le é que o freio seja verificado a cada 5 mil Km, independentemente do trecho que o veículo esteja percorrendo, para garantir que o sistema atue com segurança.

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O consultor técnico da Fras-le atenta também para outra prática muito perigosa vista no mercado, que é a manutenção do freio em apenas um lado do implemento. “A manutenção de freios sempre deve ser feita por eixo, e nunca por lado do implemento. Caso a revisão ou o ajuste seja feito apenas de um dos lados, o freio ficará descompensado, o que acarretará problemas de estabilidade do veículo e de superaquecimento do freio já reparado”, adverte Silas.

Para esta reportagem, foi feita a manutenção preventiva do sistema de freio de um implemento Randon: uma carreta de código SRBT SL0326, de fabricação e modelo 2011, com tara de 7.500 kg e PBT de 25.500 kg, utilizada no transporte de produtos químicos. O freio dessa carreta é pneumático, acionado por eixo expansor “S”, e é fabricado pela Master. “Este é um freio de fácil desmontagem, por isso, o conjunto é chamado de freio de troca rápida”, conta Silas. O modelo do conjunto tem a designação “Q”, que vem da palavra “Quick”, ou “rápido” em inglês, que faz referência justamente à rapidez da desmontagem e montagem das peças.

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Como se trata de um procedimento em uma região suja do veículo, não se esqueça de utilizar o EPI correto, principalmente os óculos de segurança, para que nenhum tipo de sujeira atinja seus olhos, e luvas. “Outros cuidados com a saúde devem ser tomados na retirada do tambor (conjunto rodado), que é uma peça pesada e o esforço em retirá-la pode causar algum problema ortopédico”, avisa o técnico.

Retirada do tambor (conjunto rodado) e manálise dos componentes

1) Solte a regulagem das lonas de freio para que o tambor possa ser retirado. Em seguida, suspenda o veículo sobre os cavaletes.

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2) O próximo passo é soltar o miolo do tambor, começando pela tampa do cubo, depois partindo para a porca-castelo, que deve ser sacada com uma ferramenta especial. (2a)

 

3) Em seguida, retire o rolamento externo e, assim, o conjunto rodado poderá ser retirado por inteiro. Neste caso, retiramos o conjunto com a ajuda de um carrinho especial, que serve de suporte. (3a)

 

Obs: Examine os rolamentos e suas capas quanto a desgaste excessivo. Lave todas as peças e troque a graxa lubrificante, que deve ser especial para a aplicação.

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4) Foi observado que a lona de freio já estava no final de sua vida útil, requerendo troca. Isso é notado pela sua espessura, que chegou próxima à faixa indicadora de desgaste.

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5) O tambor de freio, a princípio, aparentava estar em boas condições, mas depois de uma análise mais cuidadosa, foi notado que apresentava um leve espelhamento e microtrincas causadas por excesso de calor. A recomendação do técnico, no entanto, é retificar o tambor sempre que houver uma troca de lona de freio, mesmo que seja apenas para “limpar” a superfície do espelhamento, que naturalmente aparece com o uso. Meça também o diâmetro interno do tambor e compare sua medida com a tabela do fabricante, para garantir que ainda não tenha atingido o limite máximo.

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Desmontagem dos componentes e substituição das lonas

1) A desmontagem das sapatas começa pela retirada da mola de retorno, levantando a sapata inferior e deslocando a mola com uma chave de fenda. Desencaixe as outras molas da sapata inferior e remova-a. Em seguida, retire a sapata superior. (1a)

 

2) Durante o processo manual de descravamento da lona, o mecânico deve tomar cuidado para não danificar a sapata (ou patim) de freio.

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3) Sempre verifique as condições da sapata antes de colocar as lonas na sapata de freio. Por exemplo, certifique-se que a sapata está limpa e que não há rebarba nos furos dos rebites após o descravamento. As rebarbas podem causar uma espécie de calço, prejudicando assentamento da lona na base. Observe também o modelo da sapata em relação à lona que está sendo usada. Neste caso, o modelo da sapata é o “Q “, identificado pelas pequenas cruzes na base de assentamento da lona na sapata. A designação significa que essa sapata recebe lonas de espessura maior do que o usual e com outro desenho.

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Obs: Verifique também se a sapata não está empenada ou torta, se há desgaste excessivo na ponta do rolete.
4) Posicione os rebites da lona com um punção. Verifique o perfeito alinhamento da furação na sapata.

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5) A rebitadeira utilizada é comercializada pela Fras-le, que com seu suporte faz o que se chama de “rebitagem inversa”. Uma das vantagens do processo é que não é necessário o uso de fita para segurar os rebites nos buracos. A pressão controlada da máquina garante o cravamento correto da lona. A rebitagem deve ser feita de dentro para fora, e do centro para as extremidades.

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Obs: Em outros equipamentos, a força de rebitagem deve ser de 2.400 kgfm (com tolerância de 200 kgfm).

Montagem e regulagem do freio

1) Antes de montar os componentes do freio, é necessário verificar alguns itens, como por exemplo a folga do eixo “S”. A folga radial (de baixo para cima, no sentido de “giro” do S) não pode ser superior a 0,8 mm e a folga axial (de dentro para fora) não pode ultrapassar 1,5 mm. Caso haja folga radial, devem ser trocados a bucha e o eixo “S”, se for o caso e, se houver folga axial, ela deve ser corrigida com arruelas espaçadoras no ajustador de freio.

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2) Outro item a ser verificado antes da montagem é a mola de retorno. É recomendável que se faça a troca dessa mola a cada troca de lona. No entanto, o mecânico, usando o bom senso, pode indicar a reinstalação observando se não há espaçamento entre as espiras, mas isso só é recomendável se as molas forem as mesmas indicadas no manual de reparação do implemento.

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3) Já as molas de retenção, por sua vez, são responsáveis pela pressão dada nas sapatas para que elas não trabalhem soltas. Como este é um sistema de freio flutuante, as molas de retenção são importantes para que o desgaste das lonas seja por igual. Se uma das molas perder a pressão, pode produzir ruídos e/ou fazer com que as lonas se desgastem de forma irregular. Por isso, a verificação e a troca dessas molas é obrigatória.

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4) O processo de montagem segue a orientação inversa da desmontagem, observando a limpeza do local de trabalho. Isso é importante para evitar a contaminação da superfície da lona, que é uma região porosa e, caso fique suja, deixará o freio menos eficiente.

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5) Feita a manutenção do tambor, com o engraxamento e a troca do retentor do cubo, coloque de volta o conjunto rodado. Em seguida, posicione o rolamento, a arruela espaçadora e a porca-castelo. A porca-castelo, por sua vez, é apertada (com uma ferramenta especial) até o final, e depois deve ser aliviada em 1/6 de volta (aproximadamente 60º). Caso a oficina não possua relógio comprador, este é um procedimento que garante que o rolamento terá a folga axial necessária para trabalhar livre, sem pressão excessiva. (5a)

 

6) Para regular a distância da lona, através do ajustador, encoste a lona no tambor e depois alivie ¼ de volta (90º). O procedimento de regulagem sempre deve ser feito com a roda levantada, para se ter certeza que as rodas do veículo estão rodando livremente. Se a regulagem for feita no chão, não haverá como ter essa certeza. Caso as rodas do veículo fiquem parcialmente presas pelo freio após a manutenção, o calor das lonas de do tambor irá dilatar as superfícies, o que poderá travar a roda por completo em algum ponto do trecho.

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7) Durante o uso, em sistemas com ajustador manual, os freios devem ser verificados a cada três ou quatro dias, dependendo da rodagem, ou a cada 2 mil Km. No caso dos ajustadores automáticos, deve-se ficar atento à sua manutenção periódica de acordo com o manual do fabricante do veículo.

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Mais informações: Fras-le (54)3289-1805

13 comentários em “Manutenção preventiva de freio de carretas

  1. Gostaria de saber quantos quilômetros uma carreta rodotren roda para trocar as faixas de freio.

  2. Tenho um VM 330, e ando em estrada de chão . Meses no inverno meses no verão .
    Tempo ideal para manutenção de freios seria semanalmente ou quinzenalmente?

  3. bom dia gostei desta rubrica sobre travões sera que não tem também como verificar e afinar travões e tipo de ferramentas para afinação dos mesmos dos camiões iveco cursor 13

  4. Adorei o informativo traz informações de extrema importância a manutenção correta. Parabéns pela publicação

  5. Olá
    gostaria de aprender a desmontar o macaco da carreta de rosca.
    Mais nm tem nada na net q ajude a fazer isso.
    Será q vcs podem me ajudar?

    Obrigada pela atenção

  6. gostei muito dessas informaçoês ,sou mecanico e essas irformaçoês me serão muito uteis paras novas contratações de prestaçâo de serviços ,muito obrigado

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