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Qualidade em Série: Lonas e pastilhas com certificação compulsória

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Em janeiro de 2016, começa a valer a obrigatoriedade do selo do Inmetro para materiais de atrito dos freios de veículos leves e pesados; mecânico deve ficar atento na hora da compra e em seu próprio estoque de peças

 

icone_texto_pFernando Lalli

 

icone_fotos_p Arquivo

 

Um profissional sério tem consciência de que trabalhar com peças de qualidade é mais do que a garantia de bom serviço: é também uma questão de respeito com o cliente e consigo mesmo. Ainda mais quando o reparo é de um sistema que responde diretamente pela integridade física dos ocupantes do veículo. Por isso, o Inmetro e a indústria trabalham arduamente no programa de Avaliação da Conformidade de autopeças para estimular a melhoria contínua da qualidade do mercado e garantir uma concorrência justa.

 

Até agora, a lista de peças certificadas pelo programa inclui amortecedores; bomba de combustível para motores do Ciclo Otto; buzina; componentes de motor (pistão de alumínio, anéis de pistão e bronzinas); lâmpadas; baterias; terminais e barras de direção e terminais axiais; pneus e rodas; fluido de freio; Arla 32; quinta-roda; pino rei; catalisadores; entre outros.

 

Essas peças só podem ser fabricadas no Brasil, ou importadas para o País, se possuírem o selo de Identificação da Conformidade do Inmetro, o que significa que atendem a requisitos mínimos de qualidade normatizados em acordo entre o órgão regulamentador e a indústria.

 

A partir de 28 de janeiro de 2016, começa a valer a obrigatoriedade da certificação de pastilhas e lonas de freio, tanto para veículos leves quanto para pesados. Para repassar as peças fabricadas antes dessa data, os fabricantes terão mais 6 meses de prazo, mas, de 28 de julho de 2017 em diante, somente poderão ser vendidas as que possuírem o selo de conformidade.

 

Como surge a certificação?

 

O programa de Avaliação da Conformidade prioriza a certificação de peças que dizem respeito à segurança veicular e ao meio ambiente. “Por isso, o Inmetro deu uma atenção especial às pastilhas e a lonas de freio, por sua óbvia importância para o veículo”, conta Joe Tolezano, coordenador técnico do IQA (Instituto da Qualidade Automotiva), organismo acreditado pelo Inmetro e que esclarece as questões do mercado de reposição nesta reportagem.

 

Tolezano explica que todo o desenvolvimento e implementação da certificação é feito dentro de um Plano de Ação Quadrienal, no qual são incluídas as demandas de certificação trazidas pela sociedade, pelos fabricantes ou pelo órgão que representa a indústria – neste caso, o Sindipeças. “A sociedade entendeu que deveria ser feita a certificação de material de atrito para freios. Foi um trabalho feito via Inmetro e Sindipeças, que reuniram um grupo e fizeram a proposta”, conta o coordenador técnico do IQA.

 

A seguir, é feito um estudo de impacto e viabilidade daquela certificação no mercado, onde, segundo Tolezano, são levados em conta os impactos na saúde e na segurança, no meio ambiente, nas relações de consumo, nas relações de concorrência e na balança comercial, uma vez que também gera impactos em empresas no exterior que vendem suas peças no Brasil. “O Programa se destina tanto ao pequeno produtor quanto ao grande produtor. O Inmetro trabalha para que a certificação não seja prejudicial para o pequeno produtor nem tão branda para o grande produtor, que detém uma tecnologia maior. O critério de segurança da peça deve ser atendido por ambos”, afirma o especialista.

 

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Peça certificada pelo Inmetro deve atender aos requisitos mínimos de qualidade, segurança e meio ambiente

 

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Pastilhas e lonas sem certificação só poderão ser vendidos no varejo até 28 de julho de 2017

 

Desta forma, surgiu a Portaria nº 55, de 28 de janeiro de 2014, que determina a certificação compulsória para Materiais de Atrito para Freios de Veículos Rodoviários Automotores. A Portaria abrange automóveis, camionetas, caminhonetes, comerciais leves, caminhões, tratores, ônibus e micro-ônibus. Por enquanto, ainda não entram no programa as pastilhas e lonas para motocicletas e demais veículos da categoria L (menos de quatro rodas), além de máquinas, implementos e equipamentos agrícolas.

 

Requisitos de qualidade

 

Cada peça possui uma bateria de testes específica para determinar sua adequação aos requisitos do programa. As lonas de freio para veículos leves passam por testes de cisalhamento, dilatação e detecção de asbestos (elemento cancerígeno cuja aplicação em materiais de atrito é proibida por lei). Para as pastilhas de freio de veículos leves, existem os testes de cisalhamento, compressibilidade em temperatura ambiente (25°C), compressibilidade a quente e detecção de asbestos. Para veículos pesados, lonas e pastilhas passam pelos mesmos ensaios físicos, exceto o de cisalhamento.

 

Os testes determinam se as peças possuem os requisitos mínimos de qualidade estabelecidos pela Portaria, como explica o coordenador técnico do IQA. “O selo do Inmetro garante que a peça certificada atende aos critérios estabelecidos pela portaria. Não cabe a nós dizer qual é o melhor e qual é o pior componente. Aos nossos olhos, se são peças certificadas, elas estão em um mesmo nível”, aponta Joe Tolezano, observando que não se trata de uma avaliação de desempenho.

 

“A certificação não é classificatória, é aprobatória”, esclarece o gerente de Serviços do IQA, Sérgio Ricardo Fabiano. Entretanto, o Inmetro prevê que, para a próxima etapa do programa de Avaliação de Conformidade dos materiais de atrito para freios, será adotado o teste de dinamômetro, que vai avaliar a eficiência da peça.

 

Porém, não são apenas os resultados dos ensaios físicos que aprovam aquele produto na avaliação. Também estão envolvidos critérios organizacionais da empresa dentro do que é chamado de Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ) do fornecedor da peça. “A avaliação do SGQ é baseada na ISO 9001. São verificados no fornecedor itens como controle de documento, treinamento, controle de processo e verificação de produto recebido. Paralelamente a essa avaliação, temos amostragem e os ensaios dos componentes. Uma vez atendidos os dois, o fornecedor recebe um certificado de conformidade para o objeto em questão, onde, com o certificado, ele pede o registro desse produto”, descreve Joe Tolezano.

 

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Discos e tambores de freio não entram?

 

Apesar de também serem itens de segurança do freio, a certificação de discos e tambores ainda está na fase da elaboração da proposta e não entrou sequer no Plano Quadrienal – assim como, os materiais de atrito para motocicletas, que também aguardam para entrar no programa.

 

Varejo tem prazos diferentes

 

Na distribuição e no varejo, os estoques de lonas e pastilhas sem certificação poderão ser vendidos ao público final até o dia 28 de julho de 2017. Atenção, amigo mecânico: esse mesmo prazo vale para o estoque da sua oficina. Assim como as lojas, você deve esgotar o seu estoque até a data limite, ou também estará sujeito à fiscalização do Inmetro por meio do IPEM (Instituto de Pesos e Medidas).

 

O descumprimento dos prazos pode resultar punição através de multa e apreensão dos produtos. Por isso, é melhor exigir as peças certificadas assim que chegarem ao mercado. “O benefício da certificação é a garantia de que aquilo que você está comprando atende a requisitos mínimos de segurança, meio ambiente e qualidade”, declara Joe Tolezano. “Com a certificação, você tem a certeza de que o produto atende tudo aquilo que está na norma, e isso esta garantido através de um certificado, através do selo do Inmetro”, finaliza o coordenador técnico do IQA.

 

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Certificação de tambores e discos de freio ainda está na fase de elaboração da proposta

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