Produzidos no Paraná, os motores 1.0 3 cilindros e o 1.6 quatro cilindros integram a nova família global de propulsores da fabricante francesa
Texto: Edison Ragassi
Foto: Divulgação
Em Curitiba (PR), a Renault mostrou para a imprensa especializada brasileira, dia 01/12, os novos motores 1.0 SCe (Smart Control Efficiency) para a linha Sandero e Logan e 1.6 SCe para Sandero, Logan, Duster e Duster Oroch. Eles foram desenvolvidos no Brasil pela Renault Tecnologia Américas (RTA), algumas das soluções utilizadas vieram da Fórmula 1.
O 1.0 SCe 12v de três cilindros traz duplo comando de válvulas variável na admissão e escape. Todo em alumínio, segundo divulgado é 20 kg mais leve que o antecessor. Os anéis de pistão, tuchos e polias variáveis (VVT) são revestidos em DLC (Diamond Like Carbon), um composto de carbono com propriedades de dureza muito altas por causa da sua estrutura similar ao diamante (daí a inspiração para o seu nome).
No 1.6 SCe, 16v de quatro cilindros, esses elementos são revestidos em PVD (Physical Vapor Deposition), o comando de válvulas é duplo e variável na admissão. Os injetores foram posicionados no cabeçote, também em alumínio. Segundo divulgado é 30 kg mais leve que o utilizado anteriormente.
Outra solução encontrada para melhorar a eficiência é a bomba de óleo variável (1.0 SCe). Ela surgiu nas pistas de competições e chega aos carros de rua, ajusta automaticamente o fluxo de óleo enviado de acordo com a rotação e a carga do motor. Como resultado, o propulsor absorve menos energia e, consequentemente, fica mais econômico.
Incorporaram em ambos os motores o sistema ESM (Energy Smart Management) de regeneração de energia, o qual já equipa Duster e Oroch com o motor 2.0 desde a metade do ano. Durante a desaceleração do carro, quando o motorista retira o pé do acelerador, o motor continua girando sem consumir combustível. Nesse momento, o alternador automaticamente passa a recuperar energia e enviá-la para a bateria, que aumenta sua carga sem consumo de combustível. Quando ocorre a aceleração, o alternador não precisa “roubar” energia do motor para enviar à bateria, já que houve a carga na desaceleração. Esse sistema garante um consumo até 2% menor.
O sistema de direção passa a ter assistência eletro-hidráulica com esforço variável. Ele se ajusta de acordo com a velocidade, fica mais pesada em altas velocidades. A bomba da direção passa a ser acionada por um motor elétrico à parte, e não pelo motor do carro, isso evita a perda de potência e se reduz em até 3% o consumo de combustível.
Nos modelos 1.6 SCe do Sandero e Logan, incluíram o Stop&Start que desliga o motor automaticamente quando o veículo para em semáforo/congestionamento. Ele religa automaticamente quando o motorista começa a pressionar o pedal da embreagem, o que segundo as medições da fabricante, economiza até 5% de combustível. Pode ser ativado/desativado conforme a necessidade por meio de um botão à esquerda do volante.
O Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular (PBEV), avaliou o consumo de Sandero e Logan com os novos propulsores 1.0 SCe e 1.6 SCe. O hatch 1.0 chega a 14 km/l de gasolina, enquanto que no sedã 1.0 o consumo é de 13,8 km/l ao utilizar o combustível mineral. O motor 1.6 no hatch atinge 12,8 km/l e o sedã 13 km/l. Já no Duster 1.6 o consumo é de 11,3 km/l.
Equipados com os novos propulsores o Sandero tem preço inicial de R$ 42.400 (1.0L) e R$ 49.770 (1.6L). O Logan custa R$ 46.300 (1.0L)/ R$52.750 (1.6L). O Duster sai por R$ 69.200 e a picape Duster Oroch R$ 69.620.
Destaques do motor 1.0 SCe:
– Duplo comando de válvulas variável
– Bloco do motor, cabeçote, pré-cárter e cárter em alumínio
– Comando de válvulas por corrente no lugar de correia
– Polias, tuchos e anéis de pistões com revestimento em DLC (Diamond Like Carbon)
– Tampa de cabeçote plástica com bolhas de ar
– Coletor de escapamento integrado ao cabeçote
– Bielas fraturadas
– Bielas forjadas em aço
– Virabrequim de aço forjado
– Bomba de óleo de vazão variável
Destaques do motor 1.6 SCe:
– Bloco do motor, cabeçote, cárter e pré-carter em alumínio
– Duplo comando de válvulas variável na admissão
– Comando de válvulas por corrente no lugar de correia
– Injetores posicionados no cabeçote
– Pistões e anéis com baixo atrito
– Coletor de escapamento integrado ao cabeçote
– Bielas forjadas em aço
– Virabrequim de aço forjado
– Sistema de acessórios com acionamento través de correia elástica
Assista em nosso Facebook ao vídeo que fizemos na apresentação desses motores clicando aqui.
No ano passado, a montadora lancou uma versao para o mercado russo, chamada Kaptur, feita com a mesma plataforma do Duster. As semelhancas do Captur brasileiro com o Duster continuam na mecanica e ate no preco, apesar de a Renault considerar que o “irmao” mais velho seguira como SUV “de entrada” da marca.
Boas melhorias dá Renault.
Bem que a bomba D’água poderia ser elétrica, aliviando mais ainda o peso sobre o motor.
Por que a Renault não utilizou a direção totalmente elétrica?
Injetores posicionados diretamente no cabeçote mas sem a bomba de alta pressão? Ou seja, não é a direção direta que conhecemos dos motores TDI e TSI da VW?