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Artigo – Fraude no sistema SCR: não vale a pena ser cúmplice deste crime

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icone_texto_p Fernando Landulfo

icone_fotos_p Arquivo

 

É lei, tem que ser obedecida e não adianta reclamar. Trata-se de uma questão de saúde publica. Sim, a poluição do ar produzida pelos veículos automotores afeta negativamente a saúde de toda uma população. Principalmente daquela que vive nos granes centros urbanos. E não há como negar isso. As doenças provocadas pelos gases tóxicos e material particulado emitidos pelos motores de combustão interna, são muito bem conhecidas e matéria de vários estudos científicos. Discutir isso é simplesmente chover no molhado.

 

E por essa razão, qualquer governo que se preza implanta, dentro das suas possibilidades, programas para a redução desse tipo de poluente. Programas executados com critério, por profissionais do ramo tecnicamente competentes, éticos, dotados de bom senso e consciência, cientes da real situação do mercado de peças de reposição (que esquece de alguns modelos que são deixados ao Deus-dará) e sabem muito bem que determinadas peças (que não existem mais e não possuem similares) precisam ser reparadas para que o veículo (que por muitas vezes é a ferramenta de trabalho do seu proprietário) possa rodar.

 

Profissionais que preparam os veículos e realizam os testes de acordo com a norma, e com instrumentos devidamente calibrados, não aceitam “caixinha”, não indicam reparadores específicos ou lojas de aluguel de peças em caso de reprovação e não vendem laudos de aprovação com serviço de entrega.

 

Programas que têm o Guerreiro das Oficinas como aliado oferecem treinamento para os mesmos. Afinal de contas, o único objetivo é melhorar a qualidade do ar que todos respiram. Programas que não se transformam em um “Monte Olimpo”, habitados por semideuses intocáveis, que depois são expostos em escândalos. Sim, esses programas em muito ajudam a população e devem ser incentivados. Ajudam também a movimentar a economia. É claro que os usuários tendem a reclamar no início, afinal, é mais uma despesa. E do jeito que as coisas andam, cada centavo conta no fim do mês. Mas a recompensa pode ser grande: um veículo bem mais econômico e bem mais agradável de conduzir. Isso sem falar no beneficio social.

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No entanto, a inspeção da frota em uso não é a única forma de se controlar a emissão de poluentes. A obrigatoriedade da diminuição das emissões por meio do aumento gradativo do nível tecnológico dos motores e dos sistemas de controle também é bastante eficaz. Como exemplo pode-se citar o PROCONVE. E quem duvidar, basta conferir como os níveis de emissão permitidos pelo programa tem diminuído com o passar do tempo. Sim o PROCONVE forçou os fabricantes a atualizar continuamente o nível tecnológico dos motores postos à venda no mercado nacional. Como resultado foram disponibilizados veículos mais eficientes e menos poluentes como os comercializados na Europa e Estados Unidos. Da mesma forma obrigou a estatal petrolífera a produzir um combustível de melhor qualidade e de menor teor de enxofre.

Acompanhando as tendências mundiais, o PROCONVE fase 7 obrigou uma redução drástica nos níveis de emissões, principalmente no que diz respeito ao NOx e particulados. Para atender tal demanda, os veículos pesados fabricados a partir de 1 de janeiro de 2012 foram equipados com novos dispositivos redutores de emissão, como o SCR (Sistema de Redução Catalítica Seletiva). O seu funcionamento já não é nenhuma novidade para o Guerreiro das Oficinas. Matérias técnicas como as publicadas nas edições 216 e 247 da Revista O Mecânico tratam do assunto com riqueza de detalhes.

A questão a ser tratada aqui não é de natureza técnica, mas, sim, ética.

Para funcionar corretamente, o sistema SCR necessita ser abastecido com Arla 32, um produto a base de ureia. Quando o sistema não é abastecido, a estratégia de funcionamento do motor corta a potencia a fim de evitar a formação de poluentes.

Ou seja, a despesa com o produto é obrigatória.

Devido a atual situação econômica do País (diminuição das atividades, aumento dos combustíveis, pneus, autopeças e pedágios), caminhoneiros autônomos e frotistas estão reduzindo o mais que podem os seus custos operacionais. E como o Arla 32 implica em um aumento na despesa de cerca de 5% com o gasto com combustível (o seu preço no mercado nacional varia de R$2,00 a R$ 3,00 o litro), alguns profissionais da estrada tem apelado para soluções controversas:

a) Preparo caseiro do fluido ou aquisição de fluido muito mais barato, mas de qualidade duvidosa. Utilizar ureia destinada à agricultura (ou mesmo água comum) realmente diminui o custo. Mas o que este produto vai provocar no interior das caríssimas bombas injetoras de Arla 32, sensores e catalisadores dos veículos? O custo de uma intervenção de manutenção não vai cobrir a diferença de preço entre o produto fabricado em casa e o industrializado mais apropriado? Será que este produto vai realmente cumprir a sua função de reduzir os poluentes? O barato pode acabar saindo caro. E o Guerreiro das Oficinas deve estar preparado para dar este tipo de orientação aos seus clientes.

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b) Emulação da presença do Arla 32 por meio de um chip. O famoso “jeitinho brasileiro”. A fim de burlar o corte de potência gerado pelo sistema de controle do motor sem ter que gastar um único tostão, alguns usuários estão fazendo uso de um chip que engana a central eletrônica impedindo o corte de potência do motor, quando o veículo não esta abastecido com Arla. Dessa forma, o veículo roda “normalmente” sem que um único centavo tenha sido investido no produto, mas emitindo poluentes em excesso.

Mas não nos cabe julgar as pessoas, afinal de contas cada um sabe onde o calo aperta. No entanto, é nosso dever alertar o Guerreiro das Oficinas quanto a sua possível participação em determinadas ações:

a) O Ministério Público de Santa Catarina aplicou um termo de ajustamento de conduta sobre um fabricante de emulador de Arla 32, obrigando-o a não mais fabricar e comercializar o produto, prestar consultoria gratuita e pagar multa: Processo 08.2014.00349690-6;

b) Vários artigos de diversas resoluções do CONAMA dizem respeito a alteração de veículos e a responsabilidade sobre o feito;

c) Representantes do IBAMA apontam a fraude do sistema Arla 32 como crime ambiental (que é inafiançável).

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Logo, até que ponto vale a pena por em risco a reputação da empresa, construída com muito esforço, em troca de dinheiro fácil? Até que ponto esse dinheiro compensa o vexame passado devido a uma fiscalização e multa do IBAMA, muitas vezes acompanhada pela imprensa? Até que ponto esse dinheiro tranquiliza a consciência de que a poluição produzida pelo veículo fraudado pode prejudicar a saúde de outras pessoas?

E não são apenas as sanções legais que estão em jogo (e não são poucas). A função do Guerreiro das Oficinas é orientar corretamente o seu cliente. Fazer o que é certo. E o mecânico sempre teve orgulho disso. É honra da profissão.

Não vale a pena ser cúmplice desse crime.

2 comentários em “Artigo – Fraude no sistema SCR: não vale a pena ser cúmplice deste crime

  1. Gustavo Brito disse:A MB ne3o vai trazer merotos mais potentes para o Brasil?????? O motor MB OM-501 LA Euro5 na Europa tem potencias mais elevadas que aqui . A algum tempo foi flagrado aqui no Brasil ujm modelo Actros 2660 6 4 fazendo testes e ate9 agora nada Je1 esta na hora da MB subir, na minha opnie3o e9 o mais conforte1vel que tem mas na hora de potencia as concorrentes este3o bem a frente. Ate9 a IVECO que je1 esta fabricando o modelo Hi-way com 560cv passou a MB,, enquanto isso a estrela vai ficando . e ficando . cade os 480 e 510,,, o mercado Brasileiro deveria ser mais valorizado por essa pioneira.. MAS MESMO ASSIM A MERCEDES-BENZ ESTc1 DE PARABc9NS!!!

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