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Escola da Restauração | Pneu, vira e mexe está mudando…

Por Carlos Olail*


Estava acompanhando o blog de um famoso surfista brasileiro que viaja pelo mundo com sua família e ele comentava sobre algumas dicas de cuidados com o carro em longas viagens. Uma das dicas, segundo o próprio a mais importante, era cuidar da pressão dos pneus. Esse cuidado influencia muito no consumo, desempenho e conforto. E é isso mesmo. Antes de mais nada, parabéns ao viajante por compartilhar essa experiência com todos. Ela é muito mais útil e valiosa que talvez ele presuma e, infelizmente, não tão difundida quanto deveria.



Os pneumáticos, ou simplesmente pneus do veículo, são a efetiva ligação entre a máquina e o solo. Sua importância na história da evolução do automóvel e o quanto a experiência de dirigir é influenciada pela correta manutenção, é muitas vezes negligenciada.

Porém, a história não nos deixa mentir! O tempo e recursos investidos em pesquisa ao longo do tempo resultaram em várias mudanças deste componente. Sua evolução nos conta uma história muito interessante e cheia de nomes que ficaram famosos.



Ainda na época das carroças e carruagens, tiras de aço, acopladas nas rodas de madeira, eram utilizadas como uma forma primitiva do que daria origem ao pneus. No meio dos anos 1800, o aço das tiras foi substituído por borracha. Embora isso já tenha significado uma melhora, a borracha nessa época era algo consideravelmente diferente do que conhecemos hoje. A borracha era uma massa disforme, utilizada principalmente para impermeabilização, e era muito suscetível a mudanças de temperatura, pois derretia no calor e rachava facilmente no frio.

Em 1839, foi desenvolvido, pelo inventor americano Charles Goodyear um processo onde a borracha misturada à enxofre e levada a fornos de altas temperaturas, mantinha suas propriedades elásticas e ganhava resistência às mudanças de temperatura, bem como uma estabilidade dimensional e resistência ao desgaste. Este processo é conhecido até hoje como vulcanização da borracha.



No ano de 1845, Robert William Thomson recebe a patente inglesa do “Aerial Wheel” (tradução livre: “Roda a ar”). Utilizando a borracha vulcanizada, era o primeiro pneu de borracha inflado com ar. Embora seu desempenho fosse bom, seu custo elevado ainda não permitia que fosse industrializado. Em 1898, foi o inventor americano Frank Seiberling que funda a Goodyear Tire & Rubber Co. (nome dado em homenagem a Charles Goodyear) e industrializa o pneu inflado a ar.

Também um veterinário escocês, John Boyd Dunlop, sem conhecimento da invenção de R W Thomson, em 1888, emite uma patente para um pneumático de borracha que havia desenvolvido para a bicicleta de seu filho.

O pneumático de borracha vulcanizada é utilizado pela primeira vez para veículos automóveis em 1895 pelos irmãos André e Edouard Michelin.

No início dos anos 1900, os pneus tinham uma estrutura interna à base de fibras de algodão com faixas sobrepostas. Este modelo é conhecido popularmente até hoje como pneu diagonal.



Em 1938, a Goodyear substituiu o algodão da malha dos pneus por um novo material de fibras sintéticas. E, em 1946, novamente a Michelin dá uma grande virada e desenvolve o pneu radial. Com estrutura de malha independente da banda de rodagem, este modelo aumentou a aderência, conforto e durabilidade dos pneus. Esse conceito do pneu radial perdura até hoje.

*Carlos Olail de Carvalho Jr é Engenheiro mecânico com especialização em Dinâmica Veicular, com experiência de 23 anos em desenvolvimento de componentes e sistemas para veículos de passeio e comerciais, e também professor da Escola de Restauração de Veículos Antigos (www.escoladerestauracao.com.br).

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