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Entrevista: A reposição é o principal negócio

 

 

 

Com quase 65 anos de atividades no Brasil, a Nakata é uma das marcas preferidas do mecânico de automóveis, conforme constatou a pesquisa IBOPE CONECTA realizada em abril a pedido da Revista O Mecânico. Diferente de outras concorrentes, a empresa não fornece para as montadoras. É especialista no mercado de reposição. Nesta entrevista exclusiva, Sergio Montagnoli, diretor de marketing e vendas, fala das vantagens deste modelo de negócios e como o mecânico é importante nos resultados obtidos.

por Edison Ragassi

O Mecânico: Depois de ser incorporada pela Dana, a Nakata ingressou no Grupo Affinia, e virou multinacional. Recentemente voltou às origens. Passou por processo de nacionalização, quando foi adquirida por um grupo de investidores brasileiros. O que mudou no dia a dia da empresa e quais os ensinamentos deixados pelos estrangeiros?

 

Sergio Montagnoli: Mantemos a mesma forma de fazer negócios, que é o DNA de nossa marca há quase 65 anos: qualidade, relacionamento e inovação. São os mesmos valores que sempre estiveram presentes na empresa, somadas às boas práticas do tempo que fizemos parte de grupos internacionais e agilidade e atenção às necessidades do mercado nacional com os novos investidores. Vemos isso como uma evolução pela soma das experiências e processos, que fazem da Nakata uma empresa muito ágil, mesmo sendo umas das maiores empresas do segmento.

 

O Mecânico: Diferentemente de outras fabricantes que atuam com a mesma linha de produtos, a Nakata não atende as montadoras. É especialista no mercado de reposição. Com os problemas que a economia do Brasil atravessa, como está o desempenho da empresa nos últimos três anos? 

Montagnoli: Embora a Nakata faça parte da história da indústria automobilística no Brasil, seja por inovações como a introdução na linha de montagem dos primeiros amortecedores com tecnologia óleo e gás (HG Nakata), seja por viabilizar o desenvolvimento local de soluções para suspensão, identificamos que a reposição demandava tecnologia que iria além da produção da peça em si. É toda uma solução de reparo e manutenção para veículo usado e que já não guarda mais as mesmas características de um zero km. Nossa estratégia foi focar nosso conhecimento e investimentos neste segmento, o que nos permitiu um modelo de negócio muito competitivo, com uma ampla cobertura de linhas e modelos, além de um pacote de serviços para revendedores e aplicadores que permite apoiá-los a partir do diagnóstico de defeitos, no processo de busca e seleção da peça certa e no treinamento e orientação da correta instalação. Outro ponto importante é que a reposição não sofreu os mesmos efeitos do mercado OEM nestes últimos anos. De fato, foi o oposto. E é neste cenário e com esta estratégia que a Nakata cresce, consistentemente, sendo uma das três marcas mais queridas pelos mecânicos, segundo a última pesquisa do IBOPE CONECTA de abril de 2017.

 

“Mantemos a mesma forma de fazer negócios, que é o DNA de nossa marca há quase 65 anos: qualidade, relacionamento e inovação.”

 

O Mecânico: O fato de não fornecer para as montadoras dificulta o processo do desenvolvimento de produtos?

 

Montagnoli: Muito pelo contrário. Com nosso conhecimento e estrutura de desenvolvimento de produto no Brasil e no exterior focados no aftermarket, nos tornamos ainda mais ágeis e comprometidos em ser a primeira solução de reposição para um veículo que entra no período da reparação independente. Este é nosso maior desafio hoje dada à diversidade de modelos nacionais e importados que entram anualmente em nossa frota. Foram mais de 800 novos números de tipos lançados no primeiro semestre deste ano. Aproximadamente, uma cobertura de 20 novas aplicações por dia de trabalho.

 

O Mecânico: Atualmente, a linha da Nakata atende a qual porcentagem da frota que circula no País?

 

Montagnoli: Cada linha de produto exige investimentos e tempo diferentes. Não só no desenvolvimento do produto, mas principalmente, em testes de validação e garantia de funcionamento no veículo. Temos linhas de produtos para sistemas de suspensão que chegam a atender mais de 95% do mercado, como por exemplo: pivôs, terminais, juntas homocinéticas e amortecedores. E outras que apresentam cobertura ao redor de 90% da frota. Mas, sabemos que isso não é o bastante. Nosso compromisso é ter estes índices por modelos de veículos e não pelo volume. Isso nos habilita, cada vez mais, a ser a marca escolhida pela reparação.

 

O Mecânico: Recentemente a Revista O Mecânico realizou pesquisa com o Instituto IBOPE CONECTA para identificar a percepção de marcas entre os mecânicos de automóveis. A Nakata foi citada como a primeira marca mais lembrada em juntas homocinéticas. Foi a segunda mais querida entre todas, a segunda mais comprada em amortecedores e a segunda mais comprada e lembrada em bombas d’ água, sendo que neste último item, os produtos foram lançados há quatro anos. Como a empresa avalia estes resultados?

 

“Com nosso conhecimento e estrutura de desenvolvimento de produto no Brasil e no exterior focados no aftermarket, nos tornamos ainda mais ágeis e comprometidos em ser a primeira solução de reposição para um veículo”

 

“Com nosso conhecimento e estrutura de desenvolvimento de produto no Brasil e no exterior focados no aftermarket, nos tornamos ainda mais ágeis e comprometidos em ser a primeira solução de reposição para um veículo”

 

Montagnoli: É um sinal que estamos no rumo certo em atender o mercado com produtos de qualidade, disponibilidade de itens e serviços em condições competitivas. O resultado da pesquisa nos motiva ainda mais a trabalhar para que o mecânico tenha na Nakata a sua marca de confiança. E que ele possa contar com um parceiro para o dia a dia do negócio, garantindo bom atendimento para seus clientes e sucesso de seu empreendimento.

 

O Mecânico: Qual o total previsto de lançamentos de produtos em 2017? Eles atendem às expectativas, a empresa cumpre
o cronograma?

 

Montagnoli: Temos um portfólio bem amplo e em constante crescimento para atender essa nova e diversificada frota circulante. Além de alguns novos itens para ampliar a cobertura para as linhas existentes, tais como: amortecedores, bandejas, e cubos de roda, há linhas que demandam ainda um esforço extra de lançamentos para alcançar a cobertura planejada. Como exemplo, as linhas de componentes de cardã e de diferencial lançadas no início deste ano e a linha de metal & borracha, com previsão de 300 novos números de tipos até dezembro.

 

O Mecânico: Qual a importância do mecânico de automóveis para a Nakata?

 

Montagnoli: O mecânico é o protagonista do mercado de reposição, o nosso público-alvo. É para ele que buscamos adotar as melhores práticas que visam maior conforto e segurança na execução de seu trabalho. Não só pela qualidade dos produtos, mas pelo conjunto de experiências com a nossa marca e pelo compartilhamento de informação para que possamos melhorar cada vez mais. Uma rua de mão dupla, pois, hoje, com as novas tecnologias e as redes sociais, podemos ouvir a voz dos especialistas diretamente, aprimorando e refinando nossos produtos, serviços, e o conteúdo e a linguagem de nossa comunicação.

 

O Mecânico: A empresa realiza ações de treinamento para os mecânicos? Em quais praças e quantas por ano?

 

Montagnoli: A Nakata possui alguns programas para levar conhecimento para o mecânico. Temos técnicos que realizam treinamento com todos os profissionais da cadeia, não só em salas de aula, mas também nos próprios estabelecimentos e oficinas no Brasil inteiro, incluindo também alunos e profissionais estudantes do SENAI. Em 2016, foram realizadas mais de 4 mil visitas técnicas aos estabelecimentos, capacitando mais de 4,6 mil profissionais em treinamentos presenciais. Este ano já atingimos esta meta em julho, ou seja, a tendência é treinarmos o dobro. Além disso, através do programa Autocenter Nakata, o PAC, conseguimos estar presentes nas oficinas com treinamento in loco, além de dicas técnicas distribuídas através do nosso Canal do YouTube (youtube.com/ComponentesNakata).

 

“O mecânico é o protagonista do mercado de reposição, o nosso público-alvo. É para ele que buscamos adotar as melhores práticas.”

 

O Mecânico: O que o mecânico pode esperar em termos de resultados no segundo semestre e no próximo ano?

Montagnoli: Vento a favor. Enquanto a venda de carros novos e caminhões vem recuperando seus números em passos vagarosos, o mercado de reposição cresceu a passos largos. Estudos de mercado indicam que ainda haverá um bônus em 2018 pela entrada no mercado de reposição independente de veículos que foram vendidos até 2013, além do crescimento orgânico da frota. Isso gera oportunidades para as oficinas e para todo o mercado de reposição. Quem estiver com seu negócio estruturado e pronto para atender a essa nova demanda, sairá
na frente.

 

O Mecânico: E o que a Nakata projeta para o mercado de reposição nos próximos cinco anos e como o mecânico de automóveis irá auxiliá-la nestes objetivos?

 

Montagnoli: Manter o ritmo de crescimento, a ampliação de portfólio e a melhoria de nossos serviços, procurando oferecer a peça certa, no lugar e na hora certa, para ser instalada do jeito certo. Para isso, além do nosso próprio know-how, somamos esforços na gestão de uma cadeia de agentes competentes e eficazes, que fazem com que nosso modelo de negócio chegue até o mecânico e, desta forma, ele possa atuar para garantir a satisfação de seus clientes e seu próprio sucesso profissional.

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