Endoscopia de motor

Com o auxílio de uma micro-camêra, o Videocheck Shell permite a inspeção eficaz dos componentes internos do motor sem a necessidade de abrí-lo, com a mesma técnica dos exames médicos de endoscopia.

Carolina Vilanova

A manutenção preventiva do motor pode representar uma boa redução na planilha de custos de um veículo, principalmente para empresas que trabalham com grandes frotas. Utilizar combustível e lubrificante de qualidade garantida, além de manter os componentes internos em boas condições são fatores primordiais para o funcionamento ideal do propulsor. No entanto, a inspeção dessas peças é um processo delicado, devido ao acesso restrito e a necessidade de realizar a desmontagem do equipamento, um processo trabalhoso, lento e caro.

Como alternativa para esse procedimento, a Shell desenvolveu o Videocheck Shell, um aparelho que analisa as peças internas do motor, em busca de defeitos relacionados à combustão e lubrificação, sem a necessidade de abrí-lo. Seu funcionamento é efetuado por meio de uma micro-câmera que envia as imagens captadas para um monitor de alta resolução, num processo semelhante a um exame médico de endoscopia.

De acordo com Leila Prati, gerente de marketing de Lubrificantes da América Latina, o Videocheck proporciona ganhos às operações, pois possibilita programação de reparos, precisão nos diagnósticos e redução de custos. “A manutenção da frota deixa de ser corretiva para se tornar preventiva e isto significa mais economia”, analisa.

A câmera opera por meio de uma sonda que é introduzida no motor frio através dos orifícios dos bicos injetores e acessa todo o interior do cilindro, sendo capaz de detectar danos na câmara de combustão, nas válvulas, paredes dos cilindros e pistões. A sonda avalia o estado dos componentes e verifica as condições de combustão e lubrificação, enquanto o técnico acompanha o processo pelo monitor.

O vídeo detecta desgastes e arranhões nas camisas, provocados por dilatação ou engripamento de anéis de segmento; fissuras na coroa do pistão, na camisa e no cabeçote; marcas de impacto de válvulas sobre o pistão; desgaste no limite da câmara de combustão; carbonização na coroa do pistão, câmara de combustão, cabeçote e sede de válvula; presença de resíduos de degradação do lubrificante; e arranhões provocados por impurezas da atmosfera.

“Estas informações indicam eventuais problemas nos sistemas de injeção, de lubrificação, de admissão de ar e até em outras peças, freqüentemente substituídas nas manutenções periódicas. Se o aparelho apontar falhas, danos ou mal funcionamento do motor, o técnico da Shell alerta o frotista e lhe envia um laudo detalhado da inspeção”, comenta Mosart Lopes Campello, supervisor técnico de lubrificantes da Shell.

O Videocheck Shell é operado por um técnico especializado da Shell e pode ser instalado em caminhões e automóveis. O veículo deve estar com o motor frio e pelo menos dois bicos injetores retirados, normalmente o primeiro e o sexto bico. “Nossa recomendação é que as inspeções sejam feitas conforme as necessidades da frota, ou seja, quando os veículos atingem determinada quilometragem, a qual o fabricante aconselha uma avaliação do equipamento”, finaliza Campello.

 

Dicas da Shell

Na hora de instalar e operar o Videocheck, o técnico deve ficar atento às seguintes dicas:
– certifique-se de que o motor está frio;
– verifique a voltagem da fonte (fonte intercambiável 110/220);
– limpe a extremidade da sonda com cotonetes;
– retire a sonda do motor na posição reta, para evitar impacto da micro-câmera com o cabeçote;
– não dobre a sonda em ângulo excessivamente agudo;
– sempre transporte o equipamento na maleta apropriada.