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Entrevista: Ampliando para o futuro

 

Fabricante das pastilhas Cobreq, TMD Friction inaugura no Brasil uma das mais modernas fábricas do grupo.

por: Fernando Lalli fotos: Nereu Leme

 

A TMD Friction inaugurou oficialmente no dia 3 de outubro sua nova fábrica no Brasil, na cidade de Salto/SP, a 15 km da antiga unidade de Indaiatuba. As novas instalações estão às margens da Rodovia Santos Dumont, em uma área total de 100 mil m². A construção levou 3 anos e teve o investimento de R$ 142 milhões. O diretor executivo da TMD Friction do Brasil, Edilson Jaquetto, foi o responsável pela mudança e conta mais detalhes nesta entrevista.

 

O Mecânico: A nova fábrica em Salto/SP é o maior investimento do grupo japonês Nisshinbo desde que adquiriu a TMD Friction. Como e por que foi tomada a decisão de se mudar da unidade de Indaiatuba?

 

Edilson Jaquetto: Devido a motivos técnicos. Com o passar do tempo, a área que anteriormente era industrial passou a ser mista, dificultando a continuidade da operação em Indaiatuba. Após muitas analises e discussões, Salto foi a melhor opção devido a localidade privilegiada nos quesitos de logística, área industrial e permanência dos nossos colaboradores.

 

O Mecânico: Mesmo durante a mudança de unidades, a TMD não parou de produzir. Durante a inauguração oficial, até foi dito que a empresa “trocou o pneu com a bicicleta em movimento”. Como foi o processo de mudança e o desafio de evitar possíveis reflexos para os clientes?

 

Jaquetto: Nós comunicamos nossos clientes muito antes de realizar a mudança, o que possibilitou criar planos tanto de testes comparativos quanto de buffer de peças para evitar qualquer problema para o cliente, alteração ou dúvida sobre a qualidade dos produtos a serem fornecidos.

 

“A TMD Friction em Salto é uma das fábricas mais complexas do grupo, produzimos as mais diversas linhas de produto”

 

O Mecânico: Quais produtos da linha TMD Friction são fabricados em Salto? Inclusive pastilhas para freios de avião são produzidas na unidade.

 

Jaquetto: A TMD Friction em Salto é uma das fábricas mais complexas do grupo, produzimos as mais diversas linhas de produto, tanto no CVL que é a lona para veículo comercial, CVP que é a pastilha para veículo comercial, PCP que é a pastilha para veículo de passageiro, pastilha de moto, lona para freio traseiro e também materiais para competição. A única família de produto que não é produzida aqui no Brasil é a linha industrial.

 

O Mecânico: Além das peças Cobreq, há também as lonas das marcas Textar e Don. A que aplicações e mercados esses produtos se destinam?

 

Jaquetto: O Brasil é considerado o centro de excelência de produção de lonas para veículos comerciais, produzimos sim outras marcas para o grupo, como Textar e Don, e exportamos para vários continentes, (Europeu, Asiático, Norte Americano e etc). Quanto as aplicações atendemos a toda necessidade do mercado, caminhões, ônibus e alguns veículos fora de estrada.

 

O Mecânico: Qual a capacidade produtiva instalada atualmente na unidade de Salto para lonas e pastilhas de leves e pesados?

 

Jaquetto: A capacidade produtiva instalada para pastilha para veículo de passageiro (PCP) é de 24 milhões de unidades, enquanto para lonas para carro de passeio (PCL) é de 4,8 milhões. Para veículos comerciais, a capacidade de produção de lonas (CVL) é de 15 milhões e a de pastilhas (CVP) é de 160 mil unidades.

 

O Mecânico: Em quanto pode ser ampliada a capacidade produtiva para além do que está hoje?

 

Jaquetto: Hoje a utilização é de somente 60% da capacidade da fábrica, porém temos vários projetos para o futuro que nos permitirão preencher esta capacidade, possibilitando o melhor atendimento de nossos clientes atuais, a abertura de novos clientes e mercados.

 

O Mecânico: Para quais marcas de automóveis a TMD Friction fornece pastilhas e lonas para aplicação original (OEM)? Entre os recentes lançamentos da indústria, quais a TMD equipa de fábrica?

 

Jaquetto: Hoje no Brasil fornecemos para Fiat, Volkswagen, General Motors, PSA Peugeot Citroën, Ford e Honda. Entre os recentes lançamentos, temos a pastilha para o Honda Civic geração 10, o Fiat Argo e o novo Polo da Volkswagen.

 

O Mecânico: Como está o mercado de reposição brasileiro para a TMD Friction? Hoje, quanto o aftermarket nacional representa da produção total?

 

Jaquetto: O mercado de reposição está bem, condizente com a crise econômica do país, mas não podemos reclamar. Hoje, representa
entre 70 e 80% da produção total.

 

O Mecânico: A nova fábrica possui um centro de desenvolvimento para atender a fabricantes de automóveis e reposição. Na sua visão, atualmente, quais são as principais demandas desses dois mercados em matéria de componentes de freio?

 

Jaquetto: Somos aqui um centro de desenvolvimento, capaz de desenvolver novos materiais de atrito, novas matérias primas e novas formulações e estamos trabalhando também para atender às solicitações do mercado com novas tecnologias, como por exemplo, a utilização de materiais livres de cobre e também materiais livres de amianto.

 

“O mercado de reposição está bem, condizente com a crise econômica do país, mas não podemos reclamar. Hoje representa entre 70 e 80% da produção total”

 

Nova fábrica tem quase o dobro de área construída em relação à unidade anterior em Indaiatuba

 

 

O Mecânico: Qual é a importância dos mecânicos independentes para a empresa?

 

Jaquetto: Os mecânicos são formadores de opinião no mercado de reposição, então são fundamentais para o sucesso do nosso negócio neste segmento, são eles que direcionam a utilização das diferentes marcas disponíveis no mercado.

 

O Mecânico: Quais ações a TMD Friction direciona para esse público?

 

Jaquetto: Em relação às ações, aqui no Brasil contamos com um time de promotores técnicos que atuam junto aos aplicadores finais, em todos os segmentos que atuamos, seja ele leve, pesado ou moto. Estes promotores têm a incumbência de levar a eles a vantagem de se usar um produto Cobreq, relação custo-benefício e as vantagens tecnológicas de uma marca original, tudo isso por meio de palestras, campanhas de conscientização e treinamentos voltados a este público.

 

O Mecânico: Mesmo com a popularização dos varejistas de autopeças nos grandes centros urbanos, focados no consumidor final, sem falar no comércio para a internet, o profissional mecânico continua sendo decisivo para a escolha da peça que será aplicada no veículo?<

 

Jaquetto: Absolutamente. Eles são formadores de opinião e independente dos diferentes canais de venda que vêm se consolidando no mercado, a opinião do mecânico continua sendo, na visão da TMD Friction, de fundamental importância para o sucesso do negócio.

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