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Qualidade em Série: Driblando a crise em 2015

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A recessão bate à porta do Brasil, mas há como tirar proveito do momento para evoluir no negócio; veja dicas para fortalecer sua oficina durante este ano.

 

icone_texto_pFernando Lalli

 

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As previsões para a economia brasileira em 2015 passam longe do otimismo. Será (ou melhor, já está sendo) um ano de ajustes, com medidas impopulares em todas as esferas governamentais e empresas de bens de consumo – incluindo as do nosso setor automobilístico – chegando inclusive às demissões. Neste cenário, é necessário agir com inteligência e estratégia, identificando pontos em que a oficina pode crescer ou conter custos desnecessários, tudo para evitar o impacto negativo do contexto externo.

 

Diversos fatores vão determinar o fluxo de trabalho na sua oficina neste ano. Pode ser que a demanda cresça graças ao aumento da venda de carros usados, já que estes veículos precisam de mais manutenção e não costumam frequentar concessionárias. Em contrapartida, o reajuste do preço dos combustíveis cria um fenômeno em que os veículos acabam rodando menos – logo, precisam de menos manutenção. Além disso, com as incertezas trazidas pela crise, o cliente pode optar naquele momento por não fazer uma manutenção no veículo que não seja corretiva.

 

“Acho que as oficinas em 2015 terão o mesmo movimento de 2014”, opina Sérgio Ricardo Fabiano, gerente de serviços do IQA que mais uma vez participa desta seção. Sérgio vê o ano de 2015 como uma oportunidade para a oficina também fazer ajustes em sua estrutura e se preparar para a esperada retomada do crescimento. “Em 2016, se houver mesmo a retomada que os economistas estão esperando, a oficina que se estruturou estará preparada para atender o cliente e aumentar sua produção”, comenta o especialista.

 

Para traçar esse caminho, ele levanta quatro pontos onde o mecânico proprietário de oficina deve trabalhar para extrair o máximo de proveito em um ano que muitos dão como economicamente perdido:

 

1) Organização  administrativa

 

O proprietário da oficina deve aproveitar o período para organizar administrativamente a empresa, partindo da estrutura do setor de RH. Atualize os registros dos funcionários já contratados com as informações básicas, desde a documentação até os cursos que cada um possui. Muitas oficinas ainda não mantêm a ficha cadastral de seus funcionários devidamente preenchida e catalogada.

 

Avalie sobre a possibilidade de adotar um processo de contratação através de um processo seletivo para novos profissionais da oficina, alinhado com o perfil desejado para suprir as necessidades da empresa. Por exemplo: se a oficina precisar de um mecânico especialista em injeção eletrônica de veículos importados, direcione a seleção para este foco.
A reestruturação do setor financeiro da empresa evita gastos desnecessários. “Gerar relatórios mais específicos permite que se tenha um controle melhor do faturamento e das despesas que o proprietário tem com a empresa”, explica Sérgio. Fique de olho também no controle do estoque de peças, evitando acumular peças de pouca saída. Peça no estoque é dinheiro parado.

 

Invista na divulgação de sua oficina para seus clientes, faça o seu cliente lembrar de lhe procurar. Uma divulgação com um simples e-mail oferecendo serviços com desconto irá gerar maior número de passagens. “Divulgue seus diferenciais, como serviços especializados, capacitação técnica de sua equipe, facilidades de pagamento e até mesmo que possui uma certificação. Seu cliente sabe de tudo isto!”, aconselha o gerente de serviços do IQA.

 

Se o proprietário da oficina souber gerir o negócio, essa reestruturação administrativa deve trazer retorno, afirma Sérgio. “Em tempos de baixa nos negócios, é necessário otimizar outras áreas para diminuir custos. Organizar os processos gera lucro e reduz desperdício”, complementa o gerente de serviços do IQA.

 

2) Treinamentos

 

Dentro da reavaliação do setor de RH e da atualização dos registros, o proprietário da oficina conseguirá identificar necessidades de treinamento em seus funcionários. Especificamente os mecânicos do Estado de São Paulo não podem se esquecer da Lei 15.297 (Lei Alvarenga) que desde janeiro de 2015 requer que as oficinas tenham um responsável técnico treinado, além de outras obrigações.

 

Aproveite para buscar o conhecimento de novas tecnologias de treinamento online. As feiras do setor, como a Automec, também são uma grande fonte de informação. O segundo semestre de 2015 terá um calendário bastante extenso de eventos por todo o Brasil, como a Minas Parts, Autonor/PE, Autoparts/RS e a Fenatran. Investir em treinamento melhora a eficiência da equipe e agiliza o reparo, ou seja, melhora a produtividade.

 

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3) Meio ambiente

 

A crise hídrica e energética não atinge somente o Estado de São Paulo: ela está se espalhando por todos os principais centros urbanos do Brasil. Mesmo que o racionamento ainda não tenha chegado à sua região, pode ter certeza que a conta da água irá subir, assim como a da energia elétrica. Economizar é a saída para não agregar ainda mais custo à empresa e ações simples de redução e controle de desperdícios podem gerar muita economia.

 

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Pense em como você pode reutilizar os recursos da oficina, como a água da chuva e a energia solar. A utilização de máquinas de lavagem de peças com produto biodegradável e reutilizável geram economia e benefícios para a oficina. Existem projetos já bem sucedidos de edificações “verdes” em nosso setor. Mas, para começo de conversa, não se esqueça de que óleo e baterias possuem descarte correto. “Negligenciar o descarte e a reciclagem desses produtos pode gerar gasto e dor de cabeça com a possibilidade de multas à empresa”, afirma Sérgio.

 

4) Racionalização do processo e administração  do tempo

 

Um conceito que vem das fábricas para a oficina é a administração do tempo gasto em cada atividade exercida. O tempo para cada serviço geralmente está em tabelas fornecidas pelos fabricantes ou por entidades ligadas ao setor de reparação como o Sindirepa (Sindicato da Indústria da Reparação) Nacional e dos Estados que possuem diversas informações para suporte as oficinas. Segundo Sérgio Ricardo Fabiano, racionalizar o processo de reparo otimiza custos e aumenta a produtividade.

 

Evidentemente, o tempo de conserto está diretamente ligado às condições de trabalho, como o ferramental adequado para se executar o serviço. Por isso, o gerente de serviços do IQA reforça que os equipamentos e ferramentas devem passar por renovação constante, tais como a atualização dos softwares de scanners, compra de novas ferramentas especiais e a calibração dos equipamentos de precisão, que auxiliam no processo de reparo.

 

“Com ações simples como estas, as oficinas poderão passar por estes tempos conturbados e se preparar para o futuro”, finaliza o gerente de serviços do IQA

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