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Entrevista: Crescimento nos moldes do nosso mercado

Durante inauguração da ampliação da fábrica da Michelin, em Itatiaia/RJ, conversamos sobre produção, distribuição e mercado independente com o diretor da fábrica, Cesar Moñux, e com Marcos Moretta, diretor comercial pneus de passeio da marca Michelin.

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Revista O Mecânico: A Michelin expandiu a planta de pneus para veículos de passeio no mês passado, em Itatiaia/RJ, como ficou em termos de capacidade de produção? E como está a produção da fábrica de pneus de carga em Campo Grande?
César Moñux: Para a fábrica de pneus de passeio, foi feito um investimento de 300 milhões de euros, o que vai permitir elevar a capacidade de produção da fábrica para 5 milhões de pneus por ano, em uma primeira fase, com produtos exclusivos para veículos de passeio e caminhonete. Assim, estão sendo gerados mais de 300 empregos diretos e 1.500 indiretos. Aqui serão fabricados os pneus da linha Energy XM2 para diversas aplicações. São produtos voltados, em primeiro lugar, para o mercado de reposição, com objetivo de entrada nas montadoras como equipamentos originais muito em breve. Na fábrica de Campo Grande/RJ são produzidos os pneus para veículos de carga, que hoje chegam a mais de 5 milhões por ano.

O Mecânico: Como são desenvolvidos os pneus da Michelin destinados ao mercado brasileiro de carros e caminhonetes? Existe um padrão internacional?
César: Nossa fábrica é equipada com as mais modernas tecnologias e equipamentos do Grupo Michelin e onde trabalham funcionários formados por nós no Brasil e em outras unidades no mundo. Até a inauguração, os pneus para carros de passeio e caminhonete eram importados, agora são produzidos aqui e desenvolvidos com a mais avançada tecnologia, especificamente para o nosso mercado, para as condições das estradas brasileiras. Trabalhamos, sim, dentro de um padrão de qualidade, certificado por órgãos internacionais, assim como acontece em todas as plantas do Grupo.

O Mecânico: Conte um pouco sobre a estrutura da distribuição de pneus no nosso mercado.
Marcos Moretta: Estamos ampliando a rede de distribuição, que são lojas variadas e algumas exclusivas, que comercializam somente os produtos do Grupo, ou seja, Michelin e BFGoodrich. Nossa intenção é passar de 350 revendas exclusivas para 700 até o final de 2016. Algumas dessas lojas oferecem serviços de oficina outras apenas vendas. Temos ainda o projeto de franquia, que vai conciliar venda com serviços rápidos, aí será realmente exclusivo dos produtos da marca. Essa franquia também vai trabalhar dentro de um padrão internacional. Outro canal de distribuição são os atacadistas, que compram o pneu e vendem para lojas pequenas e oficinas mecânicas multimarcas. Estamos formando uma equipe de Marketing de Vendas para distribuir esses pneus, afinal, temos que dar apoio técnico para essas lojas.

O Mecânico: Existe uma rede de oficinas especializadas na aplicação de pneus da marca?
Marcos: As lojas que farão parte de nossa rede de distribuidores e franqueados farão serviços ligados a pneus e algumas serviços ligados aos carros de uma forma geral. Certamente algumas oficinas mecânicas são pontos de venda multimarcas e muitas comercializam e oferecem serviços ligados ao pneu.

O Mecânico: Para a Michelin, qual a importância do mercado de reposição nacional? A expansão da fábrica vai ajudar nesse sentido?
César: Essa nova linha de produção é essencial para o Grupo Michelin, pois nos permitirá atingir o nosso objetivo comercial na América do Sul: dobrar a nossa participação de mercado nos próximos cinco anos, de 7% para 14%. O mercado de reposição é importante, pois ele tem o maior volume. Porém, o mercado de equipamento original também é estratégico, pois muitos clientes da reposição compram os pneus que vieram originalmente em seus carros. Logo, vamos trabalhar comercialmente nessas duas frentes.

O Mecânico: A Michelin oferece programas ou ações de incentivo junto aos mecânicos independentes para que façam uso da marca?
Marcos: Não temos um programa específico para as oficinas mecânicas mas se houver algum interessado em participar desse crescimento de nossa rede, estamos prontos a ouvir e a trabalhar juntos para desenvolver um negócio dentro dos padrões Michelin de qualidade de produto e serviço.

O Mecânico: Aliás, como é o relacionamento da marca com esse público?
Marcos: O mecânico independente vai comprar o pneu do distribuidor por meio de duas maneiras: revendas autorizadas ou atacadistas. Os mecânicos que trabalham nas revendas autorizadas recebem informações sobre os produtos e treinamento periodicamente. Já os mecânicos independentes recebem explicações sobre o produto dos vendedores, além disso, fornecemos CD-ROM com informações, apostilas técnicas, e no ano que vem vamos ter um treinamento pela internet, o que vai atingir um número maior de profissionais.

O Mecânico: Em relação às tecnologias de pneus, o que há de mais moderno nos dias de hoje?
Marcos: Acreditamos que o pneu “verde”, como o que estamos produzindo nesta nova fábrica, o XM2, é um pneu que oferece mais segurança, com uma frenagem superior, mais durabilidade, com uma maior resistência a choques, e proporciona menor consumo de combustível. Essas são as três principais preocupações do consumidor de pneus atual. Nosso desafio é oferecer durabilidade e uma performance completa, total.
Além disso, temos muitas pessoas dedicadas em novas tecnologias e inovações na produção de pneus, a maior parte está em nosso Centro Tecnológico em Ladoux, na França, um local que conta com laboratórios, pistas de testes, etc.
O Energy XM2, além de oferecer tudo isso, está adaptados às estradas brasileiras. Quanto aos preços, acho que devemos começar a pensar mais no benefício e no quilômetro rodado do que no preço. Sem dúvida existem pneus mais baratos no mercado do que o Michelin. Mas o que eles oferecem em termos de segurança, frenagem, durabilidade, robustez, assistência técnica, tecnologia etc. Na verdade, o preço é definido pelo mercado, pois o usuário que conhece o pneu Michelin paga pelo que ele oferece ao motorista, à sua família e à sociedade..

O Mecânico: Uma dúvida crucial que muitos mecânicos têm é sobre a recapagem de pneus para carros de passeio. Afinal, essa prática é recomendável?
Marcos: Esse assunto é muito importante, pois muita gente faz recapagem em pneus que não são desenvolvidos para terem uma segunda vida. Um pneu de carga já é produzido estruturalmente com um reforço para aceitar a recapagem, diferente dos pneus para carros de passeio, na qual a sua construção não está apta à recapagem. Essa prática não compensa financeiramente e o mais importante: coloca em risco a segurança do veículo. Um pneu recapado ou remoldado pode encobrir um pneu usado além de suas possibilidades estruturais. Por baixo de um pneu recapado ou remoldado, não se sabe bem que marca existe, que índice de velocidade aquela estrutura é capaz de suportar etc. Logo, os pneus de passeio devem dar a sua performance total em sua primeira vida.

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