Luiz Mirara, gerente Comercial e de Engenharia de Aplicações O&M e Diretor Nacional de Vendas AM da Elring Klinger do Brasil, acredita que o reparador precisa de conhecimento e treinamento e enfatiza a aplicação correta para garantir a qualidade ao cliente, respeitando sempre o meio-ambiente
Revista O Mecânico: Com 12 anos de atividades no Brasil, a Elring Klinger oferece quais produtos ao nosso mercado de OEM? Quais os novos projetos?
Mirara: Somos uma empresa de Engenharia que atua com os fabricantes de motores desde o nascimento do projeto. Atualmente estamos desenvolvendo componentes para novas gerações com início de produção em 2010, 2011 e 2012.
Marcamos presença mundial no desenvolvimento dos segmentos das juntas mais criticas de um motor, as juntas de cabeçote, com participação em praticamente todas as montadoras do mundo, sendo líder isolada na Europa, com 65% de participação e no Brasil, com 60% da produção nacional. Em juntas especiais temos várias opções em materiais e tecnologias, sempre customizando soluções para vedações em sistemas de escapamento, bombas d’água, bombas de óleo, EGR, cárter, tampa de válvula, etc. Em “Chapas Defletoras de Calor”, com a recente compra do grupo Suíço SEVEX, subimos no ranking mundial, agora reforçados com novas tecnologias, oferecemos um leque invejável de opções e soluções para nossos clientes. Em recente lançamento no Brasil, estamos iniciando nossas atividades na produção de módulos de tampas de comando de válvulas, sendo neste produto uma das únicas empresas que desenvolve todo o sistema “In House”, ou seja, a Elring desenvolve a tampa plástica com separadores de óleo integrada, válvulas controladoras de pressão, sistema de vedação, sensores e o sistema de fixação.
O Mecânico: Como é a estrutura da empresa no Brasil e no mundo?
Mirara: Trabalhamos globalizadamente, concentrando em nosso “QG” na Alemanha toda expertise técnica. O time brasileiro tem freqüentes treinamentos internacionais e interações constantes com a matriz, o que nos permite unir nossa experiência global na busca rápida e eficiente de cada solução solicitada.
O Mecânico: Qual a capacidade produtiva da fábrica de Piracicaba/SP e qual porcentagem é destinada ao mercado de reposição?
Mirara: Atualmente com a crise nas exportações estamos com uma demanda de aproximadamente 50 a 60% de nossa capacidade total. Já no mercado de reposição, em recente inicio de trabalho com o nosso próprio nome, ELRING, pegamos carona em nossa participação indireta por onze anos trabalhados com exclusividade com a marca Mahle – Metal Leve. Com a finalização da parceria, estamos atuando exatamente como o Grupo Elring no mundo, buscamos um crescimento sustentável, divulgando nossa tecnologia em treinamentos e visitas técnicas, com o foco único de realmente disseminar nosso conhecimento e, principalmente, ilustrar as vantagens de se trabalhar com produtos genuínos. Não precisamos ir longe, pois como exemplo, em nosso próprio vizinho, a Argentina, se fomos ao mercado e perguntarmos sobre marca Elring, certamente escutaremos algo como: “sim conheço, esta é a Original Alemã”.
O Mecânico: O quanto é destinado ao mercado de veículos pesados?
Mirara: Assim como todo o grupo, aqui no Brasil temos atuação com abrangência “total” em leves, pesados e industriais.
O Mecânico: Quais os planos da empresa para o Brasil nos próximos anos?
Mirara: Expandir sustentavelmente e trazer novas tecnologias já em desenvolvimento na Alemanha, tais como sistemas de pós-tratamento de gases de escapamento para EURO 6, filtro de particulado diesel, sistema de injeção de Uréa, bem como todo o sistema híbrido, com produção de células fotoelétricas e baterias especiais.
O Mecânico: Os produtos da marca são aplicados diretamente nas montadoras de veículos leves e pesados, o que demanda muito desenvolvimento e tecnologia. A peça que vai para reposição segue o mesmo processo de qualidade e garantia?
Mirara: Este é nosso compromisso com o mercado de reposição: Produto Genuíno. Temos que colocar um basta em recomendações como “dou garantia, mas cuidado, está amaciando…”.
O Mecânico: Qual a importância do mercado independente de reposição para a Elring Klinger no Brasil?
Mirara: Assim como em todo o grupo da Marca Elring, trabalhamos aqui no Brasil para divulgar o mesmo padrão de respeito pela marca, que é um compromisso com nossa matriz na Alemanha e nossos clientes parceiros no Brasil.
O Mecânico: Como é a relação entre a Elring Klinger e os mecânicos independentes?
Mirara: Divulgamos tecnologia e conhecimento através de treinamentos constantes. Alguns excelentes veículos de suporte a esta filosofia têm sido os Programas Atualizar e o Mecâniconline, da Revista “O Mecânico”, que nos tem possibilitado contatos focados e de ampla cobertura aos aplicadores.
O Mecânico: Que tipo de ações a marca tem para criar uma aproximação com o reparador?
Mirara: Nossos treinamentos têm atuação em toda a cadeia, inclusive em campanhas juntamente ao SINDIREPA e SINDIPEÇAS.
O Mecânico: Na sua opinião, o que o mecânico mais precisa nesse momento?
Mirara: Conhecimento e treinamento! A carência no setor é bem alta, pois vende-se “preço” em uma demonstração errônea de lucro e vantagem imediata, mas não é mostrada e divulgada a realidade, que é a de ter realmente lucro com menores inserções em manutenção com uma longevidade maior na vida do motor e a plena carga, principalmente respeitando o meio ambiente. Quem faz a conta atualmente, busca concessionárias ou empresas especializadas que realmente preparadas, aplicam nosso produto. Na minha opinião, a exemplo do mercado europeu, o futuro no Brasil, com os motores de mais novas gerações, o divisor de águas se estreitará, ou seja, ou se aplica o Genuíno ou não funciona corretamente. Ninguém quer andar com um relógio que só atrasa. Não posso deixar de comentar aqui, o excelente trabalho que está se realizando na campanha do Carro 100% e do Caminhão 100%.
O Mecânico: Em relação às feiras e eventos do setor, a Elring Klinger acha importante participar?
Mirara: Certamente, é o que temos feito, estamos fechados com nossa 6ª participação no congresso SAE, que ocorrerá em Outubro no “Expo Center Norte”, que é o maior palco de exposição e divulgação tecnológica para o Mercado Original. Já com grande atuação no mercado de reposição, estivemos na Automec, desde o inicio das atividades no Brasil há 11 anos e também em feiras regionais por todo o Brasil.
O Mecânico: Por três vezes, a Elring Klinger participou do ciclo de palestras técnicas do Projeto Atualizar, como foi essa experiência e qual o objetivo da marca com essa iniciativa?
Mirara: Fantástico. A técnica está funcionando, o projeto se encaixa perfeitamente na estratégia de divulgação da marca. Já estamos atuando em paralelo em escolas técnicas, cursos especializados e Senais. Pretendemos firmar parceria com O Projeto Atualizar em campanha pelas feiras no Brasil.
O Mecânico: Para a empresa, as expectativas do mercado de reposição em 2009, depois de toda a crise, são positivas? Quais os desafios a serem superados?
Mirara: Certamente são positivas, pois como comentei, novos motores exigirão novas tecnologias, sem contar que o aplicador e o usuário final estão rapidamente aprendendo que uma aplicação bem feita traz boas economias e lucro real no final da conta.
