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Campanha de revisão: Viagem Segura

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Dê uma atenção especial ao undercar do veículo do seu cliente na revisão antes da viagem de férias

 

Texto: Geraldo Tite Simões
Fotos: Arquivo

 

Esse é o “departamento” com muitos itens de controle e medição: o “undercar”, ou seja, a parte de baixo do carro. Por ser o sistema que sustenta toda a estrutura e envolve a segurança ativa do motorista exige uma inspeção criteriosa.

 

Freios

 

Começando pelos freios, muitos motoristas ignoram as luzes de advertência do painel e só percebem que os freios estão gastos quando ouvem a chiadeira das pastilhas. Alguns motoristas gastam mais freios que outros e pela falta de experiência não percebem que o pedal ficou “borrachudo” sem aquela “mordida” forte das pastilhas. Rodar com os freios desgastados além de aumentar os espaços de frenagens causa o desgaste dos discos que terão de ser retificados (ou trocados) para nivelar a pista frenante e recuperar a capacidade de atrito.

 

O primeiro exame deve ser no fluido, que merece uma vistoria a cada 10 mil km. Esse fluido retém umidade e oxida com ação da água na atmosfera. Com o tempo ele perde o ponto de ebulição e baixa o pedal. Esse fluido (que é um óleo) não evapora, portanto quando o nível desce é sinal que a pastilha está gasta além do limite. Alguns frentistas de posto de gasolina sem experiência “completam” o nível do fluido de freio e acabam escondendo o verdadeiro desgaste da pastilha.

 

Depois é a vez de medir o material das pastilhas e respeitar os limites de desgaste indicados pelo fabricante. Também é preciso medir o desgaste dos discos e ovalização dos tambores de freio, quando houver. Geralmente os discos sofrem abrasão excessiva quando o motorista deixa passar muito o tempo da troca e gera o atrito de metal com metal, ou quando usa uma pastilha de material mais duro do que o original.

 

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Suspensão

 

Tudo certo com os freios é hora de examinar a suspensão que pode ser dividida em partes:

a) Amortecedores – São componentes que têm prazo específico de troca, mas depende muito da utilização e tipo de piso que o veículo enfrenta. As fabricantes consideram que 40 mil km é o fim da vida útil oficial do componente: acima disso, é considerado sobrevida. Nesse momento, já é hora de começar uma inspeção mais frequente. A inspeção pode ser visual, verificando se tem vazamento pelos retentores ou observando o funcionamento do carro em movimento. Como o amortecedor tem a função de reduzir o sobe-e-desce do carro quando passa em irregularidade, se as rodas se mostrarem muito rápidas nesse movimento pode ser sinal que os amortecedores perderam ação e o carro está apoiado apenas nas molas.

b) Molas – São feitas para durar muito, mas podem quebrar ou mesmo perder a capacidade de expansão e contração por fadiga de material. Avaliar as molas é bem fácil: a inspeção começa medindo a altura do piso do carro até o solo e comparar com os dados do fabricante. Quando as molas cedem o carro fica mais baixo. A inspeção visual vai revelar se tem algum elo quebrado.

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c) Batentes e coxins – Alguns modelos têm guarnições de borracha (parecem coifas) que protegem parte da mola e do amortecedor. Além disso, tem as borrachas e coxins que visam reduzir a vibração e atenuar os impactos quando a suspensão atinge o limite do curso. Como são peças de borracha elas ressecam, podem rachar e quebrar. A inspeção visual já é suficiente para avaliar se está tudo em ordem. Um indicativo de problemas nos batentes é o desgaste irregular dos pneus, “comendo” mais de um lado.

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Rodas e pneus

É fácil perceber a importância das rodas e pneus, porque são os pneus que mantém o carro em contato com o solo. Representa uma parte enorme da segurança e por isso mesmo deve ser tratado com seriedade e atenção.

As rodas precisam ser alinhadas, balanceadas e inspecionadas em busca de trincas ou amassados. Uma roda amassada tira a estabilidade do carro e desequilibra a frenagem. Como a operação de conserto de uma roda ideal é muito complexa, as fabricantes são terminantemente contra o reparo das rodas. Portanto, se deu problema, recomende ao cliente a troca por uma roda nova.

Os pneus são tão importantes para o carro que mereciam uma edição especial só sobre o assunto. Os aspectos mais importantes dos pneus são:

a) Calibragem – Acredite, ainda tem gente que não dá a devida importância para a calibragem, mas em alguns testes com desvio de trajetória o carro fica bem mais lento com os pneus vazios. Sem falar no maior consumo de combustível e do próprio pneu.

b) Aspecto externo – Uma simples inspeção visual pode detectar se há deformações na lateral, como trincas ou bolhas, ou desgaste irregular na banda de rodagem. Por segurança, os sulcos (riscos) da banda de rodagem devem ter mais de 2,5 mm de profundidade. Use um paquímetro para medir, ou um gabarito simples feito de papelão.

c) Alinhamento – Quando o carro roda sem o devido alinhamento, os pneus gastam de forma irregular e isso é visível. Nesse caso, além de recomendar a troca dos pneus, alerte sobre a importância de fazer um novo alinhamento e balanceamento.

d) Medida – É normal alguns motoristas acreditarem no que leem na internet e substituir os pneus originais por outros de medida diferente, sem nenhum critério. Verifique se há pneus de medidas diferentes entre eles.

e) Rodízio – O ideal é substituir os quatro pneus. Mas, ATENÇÃO, se o cliente insistir em trocar apenas dois pneus, os novos devem ser colocados na TRASEIRA e não na dianteira como faz a maioria. Existe uma lenda sobre pneu novo nas rodas motrizes (onde está a tração), mas é mentira! Os pneus novos devem ser sempre colocados na traseira porque são as rodas responsáveis pela trajetória do veículo, independentemente de o carro ser tração dianteira, traseira ou 4×4. Em caso de chuva, os pneus novos na dianteira seguram o carro no molhado, mas a traseira com pneus velhos derrapa e causa acidente. Existem vários filmes na internet mostrando isso.

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f) Paridade – Existe um conceito na engenharia definido como “paridade”, que significa a equivalência entre os pares. No caso dos pneus, sempre que trocá-los se deve usar pneus de mesmo desenho no mesmo eixo. Tudo por causa da chuva, porque os pneus dianteiros deixam um desenho no asfalto que vai coincidir com os sulcos dos pneus traseiros. A capacidade de drenagem de água deve ser a mesma nos dois lados de um mesmo eixo.

g) Remoldados – A lei brasileira permite o uso de pneus remoldados (ou recapados), mas alerte o motorista para que escolha de marcas que tenham a certificação do Inmetro e não sejam “riscados” porque estes sim são perigosos.

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