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Anéis sincronizadores

Desgaste natural, aplicação e condições de uso são os fatores mais comuns que comprometem o funcionamento perfeito dos anéis sincronizadores. Acompanhe o procedimento correto para desmontar a caixa e substituir as peças de caminhões com até 120 toneladas de PBTC.  

Carolina Vilanova

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Responsáveis por sincronizar as engrenagens das marchas, os anéis sincronizadores atuam como “freios”  para que todas as peças girem na mesma rotação, o que garante o engate rápido e seguro sem embreamento duplo na mudança para a marcha seguinte e sem aceleração intermediária ao reduzir para a marcha anterior, mesmo em situações severas.

Os componentes que compõe a sincronização são anéis de sincronismo, pressionador, corpo de acoplamento, corpo de sincronização e luva de engate. Esses itens são de extrema importância no conjunto da transmissão, tanto em automóveis quanto em veículos pesados, e merecem inspeções e manutenções periódicas.

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O desgaste da sincronização de veículos pesados pode ocorrer em função de problemas no conjunto de embreagem, qualidade e nível do óleo da transmissão, condições de uso, mudanças de marchas erradas e excesso peso. “É difícil prever quando a manutenção deve ser realizada, afinal a durabilidade do equipamento depende da aplicação. O usuário deve, então, ficar atento aos sintomas que podem representar avarias nos anéis, são eles: dificuldade de engate, ruídos e escape de marchas”, explica Fernando Zanin, supervisor de engenharia de aplicações da ZF.

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Essa caixa de transmissão é do tipo 16 S-1650,  com 16 possibilidades de marchas sincronizadas e capacidade de 1.650 Nm de torque de entrada. É composta por uma caixa básica de 4 velocidades à frente, uma ré, um grupo redutor (planetário) para gerar 8 marchas e um grupo desmultiplicador, que permite o uso de mais 8 marchas, somando 16 ao todo. Esse modelo equipa modelos pesados das marcas Volvo, Mercedes-Benz, Iveco e outros de até 70 toneladas de carga.

Manutenção

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Não abusar da capacidade de carga do veículo, completar o óleo e efetuar as trocas necessárias no tempo determinado pela montadora com o produto homologado são exigências para a manutenção da caixa de mudanças. “Geralmente a troca é realizada a cada 45 mil km quando utilizado em condições severas, 60 mil Km em condições mistas e 90 mil km em uso rodoviário”, analisa Zanin.

Ao motorista do caminhão cabe avisar o mecânico sobre os sintomas do veículo, pois nem sempre o defeito é na caixa, sendo que muitas vezes o dano está na embreagem, diferencial ou cardan. Quando o mecânico detecta que o problema é nos anéis, o equipamento apresenta desgaste e marcas nas peças, que geram dificuldade ao tentar engatar uma marcha. A má qualidade do óleo e a operação incorreta formam sulcos no corpo de acoplamento e dificultam o engate.

Nesses casos, a ZF recomenda a utilização de peças originais, ferramentas adequadas para desmontagem e montagem, e equipamentos de segurança, como luvas e óculos. De acordo com Zanin, a inspeção dos componentes implica em lavar as peças com desengraxante (sem solvente) e remover resíduos de massa de vedação e impurezas nas superfícies de contato. Examine as engrenagens quanto às condições dos dentes e superfície de trabalho de rolamentos. Outro detalhe é a checagem dos rolamentos, que inclui os roletes e as pistas. Todos os retentores e juntas devem ser trocados.

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– Dificuldade de engate, reserva de sincronismo zerado entre o anel e o corpo de acoplamento causam arredondamento dos dentes.

 

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– Peça nova para substituição, com os dentes em perfeito estado.

 

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– Os anéis não conseguem expulsar óleo de má qualidade, o que causa queima da peça.

 

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– Na reposição é necessário inspecionar a originalidade do produto.

 

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– O pitting (cárie nas engrenagens) se dá na face da tração da engrenagem e é causado por má qualidade do óleo, temperatura de trabalho, esforço e aplicação incorreta.

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Esse problema gera ruídos e, como consequência, a quebra de dente ao trocar a marcha. O veículo continua rodando mas fazendo muito barulho. Nesse caso, verifique a tração e retração do conjunto.

 

Desmontagem

1) O primeiro procedimento para desmontar a caixa é colocá-la num cavalete. Drene o óleo, verificando se há partículas e impurezas. Lave a caixa externamente com água sem solvente. Analise todas as peças, veja se não há desgaste e corrosão nos dentes.

2) Na hora da desmontagem, fixe o dispositivo 9X56 000 864 no eixo intermediário para retirar o conjunto completo (eixos e garfos).

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3) Comece desmontando os garfos e separe os eixos primários e secundários. Coloque o eixo na morsa e remova a porca com a ferramenta 9X56 000 867. Desmonte o conjunto de engrenagens da 4ª marcha e da 3ª . Em seguida vire o eixo e retire as marchas restantes.

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Montagem

A seqüência de encaixe das engrenagens e outros componentes no eixo é a seguinte: 2ª, 1ª e ré, depois gire o eixo e instale as 3ª e 4ª marchas. Verifique se as peças estão lavadas e livres de impurezas.

1) O processo de montagem inicia com a colocação da gaiola de agulhas (rolamentos) da 2ª marcha. (Foto 1A). Depois, coloque a engrenagem e o corpo de acoplamento e o anel sincronizador. (Foto 1B)

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2) Coloque o corpo de sincronização entre a 2ª e a 1ª marchas. O item é montado no eixo e luva trabalha sobre ele. Para isso, deve ser aquecido em até 180º para dilatar e montar por interferência. O técnico pode utilizar o aquecedor indutivo ou a chapeira.

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3) Em seguida, encaixe a bucha de rolamento da 1ª marcha, previamente aquecida, e monte a luva.

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4) Faça a montagem dos pressionadores (macaquinhos) que auxiliam no engate, jogando o anel contra o corpo como uma mola, da seguinte maneira: coloque o primeiro pressionadores com a luva montada, utilizando-o como um guia, para conseguir a posição exata. Levante a luva e posicione os outros dois macaquinhos e encaixe-a, com o auxílio do anel sincronizado, da primeira marcha e apenas então pressione o conjunto para encaixe total.

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5) Encaixe o rolamento da 1ª marcha. Faça a lubrificação na gaiola para evitar riscos e desgastes prematuros. Agora, o corpo de acoplamento e a engrenagem da 1ª marcha.

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6) Para posicionar a arruela dentada da ré, aqueça-a e utilize o dispositivo de fixação para o encaixe perfeito. O lado abaulado da peça fica voltado para cima. Monte a engrenagem da ré e o rolamento.

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7) O próximo passo é acoplar a engrenagem solar. Aqueça a peça a 120oC e coloque-a sobre o eixo. Exerça pressão sobre a peça, até a temperatura atingir o grau ideal e encaixar, alinhando as estrias do eixo com a solar. Com o conjunto montado faça uma lubrificação.

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8) Vire o eixo com a ajuda de um equipamento apropriado (guincho) para fazer a montagem das engrenagens restantes, das 3ª e 4ª marchas. Comece colocando a gaiola da 3ª engrenagem e repita a operação realizada para as 1ª e 2ª marchas. Em seguida, monte o rolamento da 4ª engrenagem. É importante girar a engrenagem da 4ª marcha enquanto monta o rolamento para evitar ranhuras dos roletes. Lubrifique e coloque a porca de travamento. Utilize o dispositivo 9X56 000 867. O torque da porca é de 50 kgf.

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Instalação do conjunto

1) Posicione o anel sincronizador e o corpo de acoplamento do Split ou GV (grupo desmultiplicador de velocidade) no eixo piloto. Coloque o rolamento e a engrenagem constante, lubrifique a pista de rolamento do piloto, que já foi aquecida para ser encaixada. Monte a luva com os pressionadores no eixo piloto. Em seguida, o corpo de acoplamento da engrenagem da 4ª marcha e o anel, que é o calço das folgas entre o eixo piloto e o eixo principal.

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2) O segredo do fechamento da caixa está na medição da folga. Com o dispositivo 9X95 000 014 encaixe no rolamento traseiro do eixo principal.

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3) A regulagem do calço da folga de sincronização deve ser entre 0,6mm e 0,9mm na carcaça 2. Para medir, coloque uma nova junta e anote a distância entre a face da carcaça e o rebaixo do corpo de acoplamento. Depois vire a carcaça 1 e encaixe o eixo piloto, agora meça a folga. Coloque duas travas de rolamento da caixa 1 para que o peso do eixo piloto não empurre o componente para fora.

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Exemplo do Cálculo:
25mm – 21 mm = 4 mm
Folga estipulada em: 0,6mm – 0,9mm
Variação do calço: 3,1mm – 3,4mm

4) Para unir o conjunto do eixo principal e o piloto comece retirando o eixo principal da caixa, coloque-o na morsa para montar o conjunto do eixo intermediário. Agora utilize m guincho para posicionar o intermediário. Como medida de segurança, sempre que for movimentar o conjunto, amarre uma corda em volta, para que os eixos não caiam.

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5) Monte os garfos, primeiramente o das 3ª e 4ª marchas, em seguida coloque o componente que une a 1ª e a 2ª marchas, e por último, fixe o garfo da ré. Inspecione se as pastilhas deslizantes do garfo estão em boas condições e bem posicionadas.

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6) Com o equipamento apropriado, encaixe os eixos na carcaça (Foto 6A). Depois, coloque o guia novamente no eixo principal para encaixe perfeito do rolamento na carcaça 2. Preste atenção no pino de bloqueio. Trave-o para encaixar a peça. Feche a caixa com o torque de 4,9kgf (Foto 6B).

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    Foto 6A
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    Foto 6B

7 comentários em “Anéis sincronizadores

  1. porque a 8 marcha de num VM saltando modelo da caixa e 260 Q.R.A porfavo vôce pode aguda a um amigo

  2. Luis, primeiramente, parabéns pela iniciativa! Recomendamos que você procure as próprias montadoras ou as escolas SENAI mais próximas de sua residência e se informe sobre quais cursos eles oferecem. Não temos manuais de veículos pesados à venda neste momento. Um abraço.

  3. gostei das dicas muito bom gostaria de fazer um curso a distancia de transmissões pesadas tipo do mercedes axo volvo scania mas não consigo encontrar enviar para min um endereço tanbem servi alguns manuais de montagens eu compro
    se tiver um bom presso muito obrigado

  4. ola boa noite.

    to com um problema serio. meu caminhão e um volvo fh 520. e ta quebrando sempre o cone sincronizador, tem 20 dias que fiz a caixa e quebrou novamente sempre a mesma peça. Que pode ser?

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