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Qualidade em Série: A um passo da oficina verde

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Na prática, o que uma oficina precisa para ser “verde”, ou seja, com processos que tenham como objetivo a preservação do meio ambiente

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Fala-se muito e faz-se pouco, ainda. Trabalhar em dia com as questões relativas à sustentabilidade e preservação do meio ambiente, apesar de ter se tornado obrigatório por lei, ainda não está em pauta em muitas oficinas. Isso acontece porque muitas vezes, os gestores não têm orientação do que fazer e acham que vão gastar fortunas em infraestrutura, preferindo correr o risco e deixar a ecologia em segundo plano correndo o risco de autuação.

Mas como vimos na matéria do mês passado (Ed. 230), a punição para quem não entrar na linha vai ficar cada vez mais dura. Por isso, em parceria com o IQA (Instituto da Qualidade Automotiva), mostraremos nessa reportagem as dicas do que é preciso para ter o mínimo de cuidado com o meio ambiente, para se engajar nessa questão tão importante, que em longo prazo vai trazer benefícios para todos, principalmente, para nossos filhos e netos. Embarque nessa ideia e invista sua dedicação para se tornar uma verdadeira oficina verde.

“Trazemos recomendações, informações e dicas sobre como construir e manter uma oficina ecologicamente correta sem gastar muito, já que ultrapassou a barreira de ser uma questão social. Hoje, ações de preservação se tornaram assunto de saúde pública e quem não respeita as leis pode enfrentar multas e processos com penas mais severas”, explica José Palacio, coordenador de serviços do IQA.

Separar o lixo e reciclar

O primeiro passo para essa mudança de consciência, sim, mudança de consciência, é separar o lixo e os resíduos e dar destinos corretos para cada um deles, reciclando o que for passível de reciclagem. “Os mecânicos precisam ampliar cada vez mais sua cultura de preservação do meio ambiente, começando com atitudes simples, e a partir daí fazer desse exercício uma constante tanto em seu local de trabalho quanto em casa”, afirma Palacio. (1)

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Outro ponto importante é a caixa separadora água/óleo. Uma mistura proveniente da lavagem de motores, por exemplo, e outros resíduos, podem ir direto para o esgoto, contaminando o saneamento público. “Para amenizar essa situação, as oficinas devem adotar caixas decantadoras, que fazem o trabalho da separação, jogando no esgoto a água limpa e num outro recipiente o óleo coletado, que depois pode ser vendido. Vale lembrar que a Cetesb multa a empresa que derrama óleo na calçada e no esgoto”, orienta. (2)

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De acordo com leis que já vimos na edição anterior, os resíduos sólidos ou líquidos devem ter descarte específico feito por empresas capacitadas e credenciadas para essa prática. A norma NBR 10004, por exemplo, classifica o óleo lubrificante descartado como um produto altamente tóxico e perigoso para a saúde e ao meio ambiente. E, em relação aos pneus, também já existe uma regulamentação que aponta os fabricantes como responsáveis pelos resíduos de seus produtos. Basta consultá-las e aplicar na prática.

O descarte correto dos resíduos ajuda a amenizar os impactos que a oficina pode gerar para o meio ambiente. Uma dica é adquirir os recipientes coloridos para fazer a coleta seletiva, identificando: metal, vidro, plástico e papel. Seu investimento vai ser apenas o valor dos recipientes. As peças que não permitem reciclagem devem ficar numa área isolada. (3)

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Cuidando do futuro

• Água misturada com outros ingredientes, como óleo: o ideal é ter na sua oficina, além do decantador, um sistema de drenagem que evite que a água de toda a oficina vá direto para o esgoto sanitário. (4)

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• Piso ecológico: mantenha em sua oficina pisos cimentados não porosos (de epóxi, por exemplo), que não absorvem o óleo e facilitam a limpeza, sem prejudicar o solo e nem o visual. (5)

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• Óleo lubrificante: armazene o conteúdo retirado do veiculo em recipiente e local apropriados. Quando juntar uma quantidade grande, o óleo deve ser recolhido por empresas credenciadas pelo Ministério do Meio Ambiente, que fazem o rerrefino do produto. (6)

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• Solventes: também podem ser recicláveis e servem para outros serviços.

• Peças descartadas: armazene-as em um recipiente adequado e em local isolado para serem recolhidas pela empresa de sucata. Muitos clientes gostam de levar a peça usada embora, para garantir que foi trocada por uma nova, mas isso não é uma boa prática, pois eles podem jogar esse resíduo em lixo comum, o que não é recomendado. Mostre a ele que deixando a peça na oficina e dando destinacão correta a ela vai ser melhor para o meio ambiente. (7)

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• Gás do ar-condicionado: é preciso que seja utilizado equipamento adequado para recolher o gás, que não pode ser jogado na atmosfera, parte dele pode ser reaproveitado. (8)

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• Panos sujos: hoje em dia não se usa mais estopa, os panos sujos podem ser descartados ou lavados, nesse caso, por uma lavanderia especializada. Antes de serem mandados para lavagem, os panos ficam estocados em lugar especifico.(9)

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• Máquina lavadora de peças: é usada para lavar peças e outros produtos da oficina. Muitas vezes trabalha com solvente, que como já vimos, permite reutilização. Desta forma, gera economia para a oficina e diminui a quantidade de solvente a ser descartado. (10)

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• Descarte de embalagens plásticas: esses tipos de produtos, muitas vezes, sujos de óleo ou outros fluidos, são elementos perigosos por sua toxicidade. Por isso, o local de armazenamento das embalagens plásticas deve ter piso impermeável, isento de materiais combustíveis e com contenção para eventuais vazamentos. (11)

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“O gerenciamento adequado dos resíduos compreende a correta segregação, acondicionamento, armazenamento temporário, transporte externo, tratamento/destino final e treinamento”, diz Palacio. Em todas essas situações, exija o comprovante da empresa que fez a coleta, para segurança e garantia de que o produto foi realmente recolhido por pessoal credenciado e que o destino será o correto.

Também é essencial que se oriente e crie um processo educacional e de conscientização dentro da oficina para essas práticas, no qual participem mecânicos e demais funcionários. Além disso, divulgue esse trabalho, os clientes vão aprovar e apoiar.

Selo Verde

Já sabemos que o IQA, em parceria com o CESVI, criou o Selo Verde, uma maneira de certificar as oficinas em relação às práticas de preservação do meio ambiente. Muitas oficinas já aderiram ao selo verde e acreditam que o resultado é positivo. É o caso das oficinas da Swissport, que faz a manutenção de veículos e equipamentos utilizados na prestação de serviços nos maiores aeroportos do Brasil.

“Entre os serviços que a Swissport oferece estão a mão de obra para carregamento e descarregamento de bagagem e limpeza das aeronaves, entre outros. Para isso utilizamos vários equipamentos e veículos, como tratores para reboques de aeronaves, viaturas para locomoção do pessoal que presta os serviços, vans para atendimento da aviação executiva, etc”, explica Ronaldo B. Zambelan, coordenador de GSE Brasil (inglês para equipamentos de serviço de solo).

A Swissport opera em 13 aeroportos no Brasil e em 180 aeroportos no mundo, tendo sua matriz na Suíça. A empresa conta com uma oficina de manutenção em cada aeroporto, onde a equipe faz desde lavagem de veículos e equipamentos até borracharia, pintura, revisões e reparo de mecânica diesel, gasolina, hidráulica, pneumática, elétrica, eletrônica, serralheria e calderaria.

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Nas 13 filiais trabalham 170 técnicos especialistas capacitados e treinados frequentemente para as tarefas. As oficinas trabalham com todo ferramental necessário e um estoque mínimo rotativo, com peças que são utilizadas nas revisões programadas. “As oficinas da Swissport no Brasil se tornaram padrão internacional da marca, porque em relação à qualidade estão acima de muitas outras mundiais”, afirma.

Ronaldo procurou a certificação do Selo Verde quando trabalhava na oficina de Viracopos, com o objetivo de começar um novo ciclo na empresa para preservar o meio ambiente, buscar certificação um norte para se adequar a essa filosofia. “Na matriz e em outras filiais essa ação foi muito bem vista, como um modelo a seguir, ou seja, o Brasil foi pioneiro nisso. Interessante que depois que começamos com o Selo Verde, as administradoras dos aeroportos passaram a solicitar certificados de outras empresas também”, comenta.

Das 13 oficinas da Swissport, quatro são certificadas – Guarulhos, Viracopos, Manaus e Galeão. Oficinas de outros aeroportos estão em processo de certificação e a estimativa é que até o final de 2014, todas elas estejam no mesmo padrão. A Swissport conta com 3094 equipamentos/veículos espalhados pelos 13 aeroportos brasileiros e investe 6 milhões de reais para manutenção e operação dessa frota por ano.

3 comentários em “Qualidade em Série: A um passo da oficina verde

  1. Boa tarde!!! Tudo bem?

    O Selo Verde também é fornecido para oficinas de veiculos pesados (trucks)?

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