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A luta pelo primeiro emprego

Empresas do setor de autopeças se engajam em projeto social que tem como objetivo preparar jovens carentes para o mercado de trabalho, integrá-los a sociedade como profissionais e cidadãos e ajudá-los na obtenção do primeiro emprego.

Daniela Giopato

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O programa Formare, idealizado e coordenado pela Fundação Iochpe, desde 1988, busca através de empresas privadas capacitar jovens de baixa renda , entre 15 e 17 anos, e oferecer a eles educação profissionalizante de nível básico e conceitos de cidadania, além de despertar a responsabilidade social e proporcionar uma melhor integração na sociedade, emprego e oportunidade de futuro. As empresas que implantam uma escola Formare oferecem aos alunos benefícios como bolsa auxílio, alimentação, transporte, assistência médica e psicológica, seguro de vida, uniforme e material escolar.

Os cursos oferecidos são reconhecidos pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC), têm a chancela institucional da Unesco e estão de acordo com o Estatuto Brasileiro da Criança e do Adolescente. Segundo dados da fundação, até o momento 2.540 jovens foram beneficiados pelo Formare, 51 escolas estão em operação, 10 em processo de implantação e 85% encaminhados ao mercado de trabalho. Entre as empresas que participam do programa, se destacam as do setor de autopeças como a Affinia, Bosch, Delphi, Grupo Schaeffler Brasil, Magneti Marelli e MWM-International.

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“A empresa buscava uma ação assistencial que tivesse um grande impacto social e o projeto Escola Formare atendeu a nossa necessidade. Hoje temos 80 alunos cursando nas nossas quatro unidades (Hortolândia/SP, Mauá/Santo André, São Bernardo e Lavras/SP) e duas turmas formadas”, declara Gisele Scala, gerente de desenvolvimento da Magneti Marelli. Gisele explica que as Escolas Formare da Marelli prevêem a qualificação e a formação dos alunos por meio de aulas ministradas por funcionários voluntários da empresa, que recebem treinamento específico e se tornam aptos a transmitir seus conhecimentos para os adolescentes.

Ao todo são oferecidos quatro cursos de formação: assistente de montagem eletroeletrônica, mecânico de produção e montagem de produtos, assistente de produção e montagem mecânica, e assistente de produção e serviços. Cada curso atende a 20 jovens, entre 16 e 17 anos, e tem duração de um ano.

“O candidato a uma vaga na Formare tem que estar cursando o ensino médio, ser residente da cidade onde será ministrado o treinamento, ter renda máxima mensal familiar de R$ 130,00 por pessoa, não ter frequentado qualquer tipo de curso profissionalizante e não ser filho de funcionário de empresas do grupo Magneti Marelli.

Cintia Raquel Fernandes Soares, 18 anos,  participou dos cursos de assistente de produção e montagem mecânica. “O Formare teve um papel fundamental no meu crescimento pessoal e profissional. Antes não tinha perspectiva alguma e hoje trabalho na Marelli na linha de montagem como assistente de produção”, afirma.

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De acordo com o gerente de relações corporativas da Robert Bosch América Latina, Carlos Abdalla, a empresa teve um bom resultado com a unidade de São Paulo e continuou o projeto em Campinas/SP. ” O balanço dessa primeira experiência é muito positivo, não só pela oportunidade oferecida aos adolescentes e pelo que conquistaram após o curso, mas também pelo envolvimento de nossos colaboradores de transmitir um pouco de seus conhecimentos e também crescer como profissionais e cidadãos”, afirma. Em São Paulo, participaram duas turmas, em dois anos, totalizando 40 alunos e a média de colocação no mercado, segundo a empresa, foi de 85%.

Na unidade de Campinas, os cursos ministrados são de operador de montagem de produtos e serviços comerciais. “Com isso, pretendemos transmitir aos adolescentes conhecimentos em áreas de produção industrial e também rotinas administrativas e comerciais”, explica Abdalla. O período de treinamento compreende 800 horas, em uma média de 10 meses. Para participar da Escola Formare da Bosch, o candidato deve ter entre 16 e 17 anos e residir nos bairros onde a empresa já desenvolve seus projetos sociais.

A MWM-International Motores adotou a Escola Formare tanto na sua unidade em Canoas/RS como na fábrica de Jesus Maria, região de Córdoba, na Argentina, e desde a criação foram capacitados mais de 400 jovens entre as duas unidades. Segundo a empresa, a cada ano, 90% dos alunos que concluíram o curso ingressam no mercado de trabalho nos três primeiros meses. “Ao concluírem o curso, os alunos são encaminhados para empresas parceiras ou admitidos na própria MWM-International plenamente capacitados para competir por outras oportunidades no mercado de trabalho em qualquer ramo de atividade da empresa ou ainda para atuarem tanto em processos fabril e administrativos”, afirma Paulo Borba, diretor de RH da empresa.

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O curso oferecido é de mecânica de montagem de produto, dividido em nível básico, intermediário e avançado, com duração de 10 meses. Podem participar jovens entre 16 e 18 anos, sendo 5% das vagas destinadas aos de necessidades especiais. As inscrições são feitas na segunda quinzena do mês de outubro, na própria MWM-International.

“Sempre procuramos ter uma participação pró-ativa na comunidade em que atuamos que vá além de instalar uma empresa e dar emprego. Um outro ponto importante, é o fato do programa não ser um simples trabalho social, afinal nossos funcionários se transformam em educadores e muitos sentem a necessidade de voltar para a escola e se aperfeiçoar, o que para a Delphi é um fator positivo”, afirma João Veloso Jr., coordenador de comunicação da empresa na América do Sul.

De acordo com a empresa, que possui três unidades da Formare no Estado de São Paulo – Cotia, Piracicaba e Jambeiro – o projeto conta com uma média de 100 voluntários educadores da Delphi, que dedicam parte do seu tempo na educação de jovens.

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A Delphi oferece aos alunos cursos profissionalizantes em nível básico – assistente de produção – com duração de um ano. Para participar de uma das unidades da Formare da empresa, os adolescentes, com até 16 anos, devem ficar atentos a abertura das inscrições, que acontece no fim de cada ano ou no final de cada formatura da turma anterior. “A meta da Delphi é encaminhar 100% da turma ao mercado de trabalho, seja em suas próprias unidades, fornecedores ou parceiros da região”, complementa Veloso.

A decisão da Schaeffler Brasil Ltda – grupo que inclui as empresas Luk, Ina e Fag – de colocar em prática o programa Escola Formare partiu da idéia que”com educação o ser humano é capaz para concretizar seus projetos e viver plenamente como cidadão”, conforme explica Rosana Santos Matera Veras, Marketing e Comunicações da Schaeffler Brasil. A INA – fabricante de elementos de motores e rolamento  – foi a primeira empresa do grupo a adotar o programa. De um total de 39 alunos que se formaram em 2003 e 2004, 20 foram contratados pela empresa. Outra turma de 20 jovens, está realizando estágio nas áreas fabris da empresa. De acordo com a Schaeffler, empresas de recolocação atuantes na região auxiliam no processo de encaminhamento dos formandos a postos de trabalho. Do total de alunos já formados, 80% estão empregados.

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“O balanço que fazemos desse primeiro contato que tivemos com o programa Formare é positivo, pois a empresa cumpre uma parcela de sua responsabilidade social e consegue despertar o lado voluntário de seus empregados, que optam por atuarem como educadores voluntários”, declara Rosana.

Já a Luk inaugurou em abril deste ano, a primeira Escola Luk Formare, que nesta primeira etapa está oferecendo, para 20 jovens, formação básica profissionalizante no curso “Mecânico de Montagem de Produto”. Além disso, os alunos terão aulas sobre ética, empreendedorismo e informática.

Para a Affinia Automotiva, o objetivo principal da escola Formare é desenvolver um trabalho social junto à comunidade, já que oferece preparação adequada para o mercado, senso de responsabilidade, disseminação do aprendizado e resgate social . Desde que o projeto foi adotado pela Dana, em 2003, participaram um total de 60 jovens de até 15 anos e cerca de 30% conseguiram colocação profissional. Além disso, mantém convênio com empresas da região para encaminhar os alunos formados.

A Affinia oferece cursos como administração de produção e montagem; administração de vendas e serviços; ajustagem mecânica; automação e conservação; comunicação/relacionamento; desenho mecânico; organização industrial e comercial; empreendedorismo; higiene, saúde e segurança. A duração é de um ano com carga horária de 800 horas/ano, incluindo prática e profissional e disponibiliza 38 educadores voluntários.

Comentário em “A luta pelo primeiro emprego

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