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Artigo – Mecânica Diesel: Com alicate, martelo e chave de fenda não dá mais!

Com alicate, martelo e chave de fenda não dá mais!

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Texto: Fernando Landulfo
Fotos: Arquivo

 

Houve um tempo no qual mecânica de veículos pesados era sinônimo de brutalidade e pouca tecnologia. E não era por menos.

 

Naquela época (e não faz tanto tempo assim) os caminhões, até hoje apelidados de “brutos” (devido às suas dimensões e força), assim como os ônibus, eram produzidos praticamente sem nenhuma tecnologia sofisticada embarcada. O sistema elétrico estava restrito aos sistemas de carga, partida, velas de aquecimento e comando de alguns acessórios. Quem está na profissão há mais de 10 anos sabe muito bem disso.

 

Com uma simples caixa de ferramentas (sempre de grandes dimensões) o Guerreiro das Oficinas realizava reparos de emergência em quase todos os sistemas de quase todos modelos existentes no mercado. As oficinas autorizadas e especializadas contavam com um conjunto suplementar de extratores de outras ferramentas especiais. Sempre mecânicas (ou hidráulicas) e sem nenhuma tecnologia de ponta.

 

Até mesmo o preciso sistema de alimentação seguia praticamente a mesma regra. Como era totalmente mecânico, um “bombista” precisava apenas de uma bancada de testes para bombas e uma outra para bicos injetores. Por sinal, totalmente mecânicos. Aqui também as ferramentas de trabalho se limitavam às convencionais, complementadas por um ou outro gabarito ou acoplamento especial destinado a um outro fabricante.

 

O mesmo pode se dizer com relação ao conhecimento técnico específico. O que mudava, de modelo para modelo, eram os alguns procedimentos (desmontagem, montagem e ajuste). O básico era sempre o mesmo. Ou seja: a mecânica ensinada nas escolas técnicas e principalmente dentro das oficinas, passada da boca do mestre para o ouvido do aprendiz durante décadas.

 

“Pão durismo” e sadismo com nossos companheiros caminhoneiros e motoristas de ônibus? Longe disso! Era uma simples questão de confiabilidade. A visão do “quanto mais simples, melhor”. E a justificativa dada na época era bastante plausível: Caminhões e ônibus viajam frequentemente para longe dos grandes centros urbanos. Lugares que, muitas vezes, não contavam com boa pavimentação e recursos técnicos. Esses veículos não podiam quebrar à toa. E, se quebrassem, deviam ser fácil e rapidamente reparados.

 

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Sistemas sofisticados requerem ferramentas sofisticadas e mão de obra qualificada, que nem sempre estava à disposição nos rincões do país. E como a tecnologia aplicada atendia perfeitamente à legislação ambiental e de segurança veicular vigente na época, por quê complicar? Quanto mais simples e robusto, melhor.

 

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Só que as “coisas” mudam. E mudaram para muito melhor!

 

As leis ambientais exigiram motores cada vez menos poluentes, alimentados por sofisticadíssimas injeções eletrônicas e dotados de sistema tratamento de gases de escapamento. Por sua vez, a segurança veicular exigiu a incorporação do ABS e do airbag. Para completar, os empresários e autônomos começaram a exigir itens de sofisticação como ar condicionado, transmissão automática e outros itens de conforto.

 

Sim, igual a um automóvel de passeio.
A eletrônica embarcada está presente na grande maioria dos modelos fabricados atualmente. E veio para ficar. E para poder atuar nesse novo e rico mercado, é preciso se adequar a essas novas tecnologias. Ou seja, não dá mais para reparar com alicate, martelo e chave de fenda. Diagnosticar e reparar esses sofisticados sistemas e componentes exige equipamentos computadorizados também sofisticados.

 

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E tanto a oficina como o profissional precisam se atualizar e adequar. Se não, vão ficar restritos a veículos velhos, cujos proprietários costumam ter orçamentos para manutenção muito apertados. Sim, é preciso investir. Tanto na modernização da oficina quanto na mão de obra. Ou seja: o mecânico tem que voltar ao banco de escola. Não tem jeito. Retorno? As chances são enormes. Mas vai depender principalmente da competência daquele que realiza o serviço. Mas uma coisa pode ter certeza. A imagem do mecânico de pesados mudou. E para muito melhor.

 

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