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Qualidade em Série: Certificação de eixos veiculares para veículos pesados

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Desde janeiro de 2016, fabricantes e importadores não podem mais distribuir eixos veiculares sem o selo de certificação do Inmetro; mercado varejista de autopeças deve se adaptar às novas regras até 2017

Texto: Fernando Lalli
Fotos: arquivo

 

Dentro do programa de Avaliação da Conformidade do Inmetro para a certificação compulsória de componentes automotivos, o início de 2016 trouxe duas novidades para as quais o mecânico deve ficar atento. Desde 28 de janeiro, pastilhas e lonas de freio para automóveis, utilitários e veículos pesados não podem mais ser produzidas ou importadas sem o selo do instituto. As empresas têm até 28 de junho de 2016 para comercializar para os distribuidores o que restou de suas peças estocadas que não possuam a marca da certificação. Já o varejo, incluindo as oficinas, deverá esgotar seus estoques até 28 de julho de 2017.

 

No mesmo dia 28 de janeiro acabou o prazo para fabricantes e importadores repassarem ao mercado eixos veiculares que não estejam certificados. Tanto a produção quanto a importação estavam impedidas desde julho do ano passado. As regras estabelecidas pela Portaria nº 13 do Inmetro se aplicam a eixos veiculares auxiliares para caminhões, caminhões-trator e ônibus, além de eixos veiculares para reboques e semirreboques.

 

A portaria considera que eixo veicular é o conjunto de elementos mecânicos que faz a ligação entre das rodas (ou conjunto de rodas) situadas em lados opostos do veículo, sendo sempre integrado por componentes de freio e rodagem, podendo ainda estar integrado por componentes estruturais de carroçaria e suspensão. Já o eixo veicular auxiliar é o conjunto que atende à descrição acima, mas que não faz parte do conceito original do veículo. Eixos direcionais ou com elementos de transmissão (diferencial), por enquanto, não entram na certificação.

 

O comércio varejista precisa se adaptar até janeiro de 2017. Quem descumprir as regras da portaria estará sujeito a penas previstas na lei, que são apreensão dos produtos e multa, afirma o IQA (Instituto da Qualidade Automotiva). Ressalte-se que as oficinas também passam por fiscalização de seus estoques de peças.

 

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Duas vias

 

O processo de certificação de eixos veiculares possui dois modelos. O mais comum é destinado às empresas que tem produções ou importações contínuas: este modelo envolve, além dos ensaios em amostras do produto retiradas no comércio, o sistema de gestão de qualidade. “A certificação vai trazer benefícios às empresas porque elas serão cobradas a fazer controle de processo, para que se tenha o mínimo de refugo possível, e controle do produto, para que ele chegue ao final da linha de montagem em boas condições”, declara Joe Tolezano, coordenador técnico do IQA.

 

Também há a certificação por lote, aplicada principalmente quando o importador traz produtos de fornecedores diferentes. “Quando esse produto chega ao Brasil, é coletada uma amostra na alfândega para os ensaios. Estando o produto OK, libera-se o lote”, conta o especialista. Em ambos os casos, a amostragem das peças passa por ensaios físicos de fadiga por flexão vertical, fadiga dos elementos de fixação do eixo e fadiga da ponta do eixo. Os ensaios são executados de acordo com normas NBR que, muitas vezes, são baseadas em normas ISO ou europeias.

 

Os produtos certificados recebem um selo padronizado do Inmetro, o que evita possíveis falsificações. O selo de identificação da conformidade deve ser feito em alumínio, com medidas de 90 mm X 35 mm e até mesmo a altura mínima das letras e números a serem gravados é padronizada.

 

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Importância para a sociedade

A certificação compulsória é uma forma de garantir ao consumidor a compra de produtos de qualidade porque inibe a venda de componentes de procedência duvidosa, como afirma o coordenador técnico do IQA. “A certificação dos eixos veiculares, assim como outros Programas de Avaliação da Conformidade que o Inmetro lança, se baseia em 3 princípios: a qualidade do produto, a segurança do consumidor e no meio ambiente”, declara Tolezano.

 

Para a indústria, significa que a concorrência no mercado vai ser mais leal, já que todos jogarão sob as mesmas regras, de igual para igual. A certificação de eixos veiculares, assim como a de qualquer peça automotiva pelo Inmetro, leva em conta desde o pequeno fabricante até o mais avançado em seus processos e estrutura, como explica Tolezano. “A certificação tem que colocar os dois fabricantes em condições de igualdade para que não haja preferência entre um e outro. Tem que haver requisitos mínimos, mas não pode ser uma certificação que apenas uma empresa vá atender”.

 

E quais são os benefícios para o mecânico? Quem vive reparo de veículos sabe que trabalhar com peças de qualidade é uma questão de respeito com o cliente. O reparador precisa ter a consciência de que é o responsável pelo componente instalado durante o serviço. “Com a certificação, o mecânico vai ter certeza de que aquela peça com a qual ele está trabalhando atende ao que foi especificado. Ele não vai ter problema de retorno porque aplicou uma peça ruim. Pelo selo do Inmetro, ele pode comprovar que aquela peça tem qualidade”, garante o especialista.
Portanto, todos os benefícios que a certificação traz para a sociedade se refletem no trabalho na oficina. É uma garantia de que os requisitos mínimos de funcionamento e qualidade são atendidos.

 

Calendário de certificações

 

Até agora, além do eixo veicular, a lista de peças certificadas pelo programa de Avaliação da Conformidade do Inmetro inclui amortecedores; bomba de combustível para motores do Ciclo Otto; buzina; componentes de motor (pistão de alumínio, anéis de pistão e bronzinas); lâmpadas; baterias; terminais e barras de direção e terminais axiais; pneus e rodas; fluido de freio; Arla 32; quinta-roda; pino rei; catalisadores; entre outros. Veja abaixo o calendário com os prazos das certificações para a indústria e o varejo, que já entraram ou ainda entrarão em vigor, de acordo com o Inmetro:

 

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Comentário em “Qualidade em Série: Certificação de eixos veiculares para veículos pesados

  1. Essa certificação é extremamente importante porque além de inibir o comércio irregular de peças não homologadas, também ajuda evitar prejuízos e acidentes nas estradas brasileiras. Além disso, em caso de acidente com vítima fatal haverá a constatação no laudo técnico de que todo o veículo foi devidamente certificado.

    Ótima matéria a respeito do assunto!

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